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O Que os Acadêmicos Céticos Admitem Sobre as Aparições de Jesus Após a Ressurreição

A evidência histórica é clara: aqueles que afirmaram vê-lo ressuscitado devem ter visto alguma coisa.

Christianity Today April 15, 2020
Illustration by Mallory Rentsch / Source Images: ZU_09 / Getty Images / Annie Spratt / Unsplash

Em 26 de junho de 2000, a emissora de TV americana ABC exibiu um documentário chamado The Search for Jesus. O principal apresentador da rede, Peter Jennings, entrevistou acadêmicos liberais e conservadores especialistas em cristianismo primitivo a respeito daquilo que podemos saber, historicamente, sobre a vida, a morte e a ressurreição de Jesus. A série terminou com uma declaração decisiva da especialista em Novo Testamento Paula Fredriksen, que não é cristã.

Comentando as aparições pós-ressurreição de Jesus, Fredriksen disse:

As palavras [das testemunhas] me mostram que elas viram o Jesus ressuscitado. É o que elas dizem e todas as evidências históricas posteriores atestam sua convicção de que foi o que viram. Não estou dizendo que elas realmente viram o Jesus ressuscitado. Eu não estava lá. Não sei o que elas viram. Mas, como historiadora, sei que devem ter visto alguma coisa.

Em outras palavras, ela está admitindo que as melhores evidências históricas disponíveis confirmam que seguidores de Jesus, como Maria Madalena, seu irmão Tiago, Pedro, os outros discípulos e até um inimigo (Paulo) estavam absolutamente convencidos de que Jesus, o homem que havia sido crucificado, lhes apareceu vivo, ressuscitado dentre os mortos.

Fredriksen não está sozinha ao supor que esses seguidores devem ter visto alguma coisa. Praticamente todos os estudiosos da Bíblia do mundo ocidental, a despeito da crença religiosa, concordam que os primeiros seguidores de Jesus acreditavam que ele lhes havia aparecido vivo. Essa realidade foi o que inaugurou a maior religião do mundo. Como resultado dessas aparições, os pescadores judeus começaram a proclamar às multidões, em Jerusalém, que "Foi esse Jesus que Deus ressuscitou, e todos nós somos testemunhas disso" (Atos 2.32). Dois mil anos depois, a mensagem da morte e da ressurreição de Jesus é proclamada por bilhões de cristãos em quase todas nações e línguas do planeta Terra.

O que todas essas testemunhas viram?

Uma confissão fundamental

De acordo com a fonte mais antiga de que temos registro acerca da morte e da ressurreição de Jesus, uma pérola escondida encontrada em 1Coríntios 15, Jesus apareceu a diferentes indivíduos e grupos, e a pelo menos um inimigo. Esta tradição de fé, de acordo com virtualmente todos os acadêmicos, data de cinco anos após a morte de Jesus. Por meio dessa fonte, podemos voltar aos primeiros anos do movimento cristão em Jerusalém, à confissão fundamental dos primeiros seguidores de Jesus.

Aqui está o que Paulo diz em 1Coríntios 15.3–8:

Eu lhes transmiti o que era mais importante e o que também me foi transmitido: Cristo morreu por nossos pecados, como dizem as Escrituras. Ele foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, como dizem as Escrituras. Apareceu a Pedro e, mais tarde, aos Doze. Depois disso, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda está viva, embora alguns já tenham adormecido. Mais tarde, apareceu a Tiago e, posteriormente, a todos os apóstolos. Por último, apareceu também a mim, como se eu tivesse nascido fora de tempo.

Essa lista de aparições após a ressurreição não encontra comparação no Novo Testamento ou em toda literatura antiga. Descobrimos, com essa lista, que Jesus apareceu a três indivíduos: Cefas (Pedro), seu principal discípulo; Tiago, seu irmão; e Paulo, seu antigo inimigo. Também descobrimos que ele apareceu a três grupos: os Doze (discípulos, menos Judas); mais de 500 dos primeiros seguidores; e todos os apóstolos.

Afirmar que Jesus apareceu a mais de 500 homens e mulheres ao mesmo tempo é verdadeiramente notável. Paulo corajosamente põe sua credibilidade em risco quando menciona que a maioria deles ainda está viva. Afinal, essencialmente, ele está convidando os membros da igreja de Corinto a viajar a Jerusalém e falar com essas testemunhas, investigando por si mesmos como foi ver o Jesus ressuscitado. Podemos perceber, portanto, que um sólido testemunho ocular acerca do Jesus ressuscitado estava prontamente disponível nas décadas seguintes à sua ressurreição. Como G.K. Chesterton observou em O homem eterno: “Esse é o tipo de verdade difícil de explicar, porque é um fato; mas é um fato sobre o qual podemos recorrer a testemunhas”.

Maria Madalena também está na lista das principais testemunhas oculares, pois, de igual modo, ela estava prontamente disponível para ser questionada sobre sua experiência com o Jesus ressuscitado. Como escreve o agnóstico estudioso do Novo Testamento Bart D. Ehrman em Como Jesus se tornou Deus, é “significativo que Maria Madalena desfrute de tal destaque em todas as narrativas dos Evangelhos sobre a ressurreição, mesmo estando virtualmente ausente em todas as outras partes dos Evangelhos. Em todo o Novo Testamento, ela é mencionada em apenas uma passagem em conexão com Jesus durante o ministério público dele (Lucas 8.1–3) e, ainda assim, ela é sempre a primeira a anunciar que Jesus ressuscitou. Por quê? Uma explicação plausível é que ela também viu Jesus depois que ele morreu”. Maria Madalena recebeu a grande honra de ser não apenas a primeira pessoa a ver o Jesus ressuscitado, mas, também, a primeira na história a proclamar: "Eu vi o Senhor!" (João 20.18).

O que quer que essas testemunhas oculares tenham visto transformou sua vida, a ponto de estarem dispostas a sofrer e morrer por isso. Em 2 Coríntios 11.23–33, Paulo relata seu sofrimento quase diário por sua convicção de que Jesus lhe apareceu. Em suas viagens pelo Império Romano, ele foi espancado, aprisionado e apedrejado; passou fome; naufagou e enfrentou diariamente todo tipo de perigos e males.

Também há fortes evidências históricas de que certas testemunhas oculares foram martirizadas por sua fé. Pedro, por exemplo, foi crucificado. Tiago foi apedrejado. Paulo foi decapitado. Valeu a pena dar a vida pelo que quer que eles tenham visto. Eles selaram seu testemunho com o próprio sangue.

A varinha mágica da 'histeria em massa'

Com a finalidade de explicar essas aparições após a ressurreição, alguns acadêmicos especularam que as testemunhas oculares estavam apenas alucinando.

Em seu excelente livro Resurrecting Jesus, o estudioso do Novo Testamento Dale Allison examina os estudos científicos e a literatura disponíveis sobre alucinações. Em casos documentados, ele conclui, há quatro fatos que não acontecem (ou acontecem raramente). Primeiro, alucinações raramente são vistas por vários indivíduos e grupos por um longo período de tempo. Segundo, as alucinações raramente são vistas por grandes grupos de pessoas, especialmente grupos com mais de oito pessoas. Terceiro, alucinações nunca levaram à alegação de que um morto ressuscitou. E, quarto, alucinações não afetam um inimigo da pessoa. (Também podemos acrescentar o fato de que alucinações normalmente não são conhecidas por inaugurar movimentos globais ou religiões mundiais.)

No entanto, no caso das aparições após a ressurreição de Jesus, todas essas últimas circunstâncias raras ou aparentemente impossíveis aconteceram.

Allison resume de forma incisiva as implicações: “Esses parecem ser os fatos e levantam a questão: como devemos explicá-los? Os defensores da fé dizem que os avistamentos de Jesus devem, de acordo com os relatos, ter sido objetivos. Uma pessoa pode alucinar, mas doze ao mesmo tempo? E dezenas por um longo período de tempo? Essas são perguntas legítimas, e agitar a varinha mágica da 'histeria em massa' não fará com que desapareçam”.

Agnosticismo cauteloso

A única outra resposta que dão acadêmicos respeitáveis que lutam contra esse forte registro histórico é alguma variação de "não sei". Assim como Fredriksen, o renomado estudioso do Novo Testamento E.P. Sanders também representa essa abordagem cautelosa e agnóstica quando escreve, em A verdadeira história de Jesus: “Que os seguidores de Jesus (e mais tarde Paulo) tiveram experiências com a ressurreição é, em minha opinião, um fato. Qual foi a realidade que deu origem às experiências eu desconheço”.

Jordan Peterson, o popular professor de psicologia da Universidade de Toronto, também pertence a essa categoria. Ele não afirma nem rejeita a historicidade da ressurreição de Jesus. Quando perguntado diretamente sobre se Jesus literalmente ressuscitou dentre os mortos, Peterson respondeu : "Preciso pensar nisso por mais três anos antes de arriscar uma resposta além da que já dei".

É de se respeitar a posição do agnosticismo cauteloso. Mesmo os apóstolos originais não acreditaram no relato da ressurreição quando as mulheres lhes contaram pela primeira vez (Lucas 24.8-11). No entanto, se alguém como Peterson, com mente e coração abertos, segue as evidências até onde elas conduzem, estou convencido de que ele se encontrará aos pés do Jesus ressuscitado, proclamando, com Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!" (João 20.28).

Convencendo Horácio

A natureza extraordinária da ressurreição de Jesus me lembra a minha cena favorita de Hamlet, de Shakespeare. A peça começa com as aparições “maravilhosas e estranhas” do pai morto de Hamlet para Bernardo e Marcelo e, depois, para Horácio, amigo de Hamlet. Horácio é o cético do grupo, e Hamlet desafia sua falta de fé no sobrenatural deste modo:

Horácio: Ó dia e noite, mas isso é maravilhosamente estranho!

Hamlet: E, portanto, como estrangeiro, seja bem-vindo. Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que você sonha em sua filosofia.

Shakespeare fala por meio de Hamlet, dizendo-nos para esperar o inesperado. Dê boas vindas ao estranho e extraordinário. É realmente estranho que o fantasma do pai de Hamlet apareça para as pessoas, mas não o rejeite apenas por esse motivo. Sua filosofia deve ser ampla o suficiente para o sobrenatural. Mais coisas estão acontecendo em nosso maravilhoso mundo (e além) do que você pode imaginar. Se sua filosofia não é ampla e aberta o suficiente para incluir o milagroso e o extraordinário, você precisa de uma nova filosofia.

Deveríamos estar abertos a reivindicações milagrosas do mundo antigo e dos nossos tempos. Nossas filosofias devem abrir espaço para o inesperado, o estranho e o extraordinário. E, ainda assim, a pergunta mais importante a ser feita sobre qualquer afirmação milagrosa é: "Quais são as evidências?".

Vimos que, mesmo da perspectiva dos acadêmicos mais céticos, o peso do registro histórico atesta que um grande número de indivíduos e grupos cria ter visto o Jesus ressuscitado. Todas as evidências que temos sugerem que as testemunhas oculares eram confiáveis e honestas. Por que não acreditar nelas?

E, se isso não convencer nossos modernos Horácios, podemos ir além, convocando os Doze e os mais de 500 que viram o Messias ressuscitado.

Podemos até ir além do primeiro século, explorando como a crença na ressurreição lançou os fundamentos de toda a civilização ocidental, inspirando algumas das maiores obras de arte, literatura, música, cinema, filosofia, moralidade e ética que o mundo já viu. Tudo isso se baseia em uma mentira?

E, se tudo isso ainda não for suficiente, que os nossos Horácios contemplem os bilhões de pessoas em todo o mundo que, hoje, testemunham prontamente como o Cristo vivo transformou sua vida. Isso inclui gigantes intelectuais que se converteram ao cristianismo de todas as religiões do mundo (ou do ateísmo e do agnosticismo). Em Cristo, eles encontraram todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.

Na Páscoa, esses bilhões proclamaram a mesma mensagem que os apóstolos proclamaram no dia de Pentecostes: "Foi esse Jesus que Deus ressuscitou, e todos nós somos testemunhas disso".

Agora, mais que nunca, neste mundo sombrio e cheio de males, sua família, seus amigos e vizinhos estão buscando ter esperança. O Cristo vivo é a única esperança para todos nós. Antes que a Páscoa fique para trás na correria do dia a dia, pergunte ao seu próximo: o que (ou quem) todas essas testemunhas viram?

Eles viram a esperança encarnada, a nova criação, a vida em sua plenitude, Deus encarnado.

Isso, de fato, é maravilhosamente estranho! Incentive seus amigos céticos a não pararem em "Eu não sei". Dê boas-vindas ao Jesus ressuscitado.

Justin Bass é professor de Novo Testamento no Jordan Evangelical Theological Seminary, em Amã, na Jordânia. Ele é o autor de The Bedrock of Christianity: The Unalterable Facts of Jesus’ Death and Resurrection (Lexham Press) e de The Battle for the Keys: Revelation 1:18 and Christ's Descent into the Underworld (Wipf e Stock).

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A Esperança da Ressurreição Se Estende Além do Domingo de Páscoa

Mesmo quando a morte vem, a Boa Nova permanece.

Christianity Today April 15, 2020
Buda Mendes / Getty Images

Este artigo foi publicado em abril de 2020, durante a Pandemia do COVID-19.

Enquanto a pandemia do COVID-19 causava muitos sofrimentos e mortes em todo o mundo, nas últimas semanas, os cristãos aguardavam ansiosamente pelo domingo de Páscoa, com sua promessa de uma nova vida.

Agora que o feriado chegou e se foi, os cristãos podem ser tentados a apenas seguir em frente. Com as dimensões do sofrimento em todo o mundo e realidades demonstrando que o pior ainda não passou, seria fácil deixar de lado a alegria e a esperança da Páscoa. Mas a ressurreição de Jesus não é reservada a um único domingo. A Páscoa pode ter passado, mas a esperança da ressurreição é nova a cada manhã, porque Jesus ressuscitou fisicamente dentre os mortos.

Jesus morreu por nossos pecados, ressuscitou fisicamente dentre os mortos e apareceu a muitas testemunhas oculares, fatos registrados nos evangelhos e nas epístolas. No Novo Testamento, a esperança é uma expectativa confiante de que Deus cumpriu e cumprirá suas promessas de redenção para seu povo e para o mundo em seu Filho, Jesus Cristo.

Os cristãos precisam especialmente se lembrar desse fato durante os tempos de sofrimento. Como o próprio Paulo atesta, porque fomos justificados pela fé em Jesus Cristo, temos paz com Deus e esperança em Deus quando sofremos (Rm 5.1–5). Essa esperança "não nos deixa decepcionados" (v. 5, NTLH).

Entendo como pode ser difícil manter a ressurreição em primeiro plano quando a morte nos ameaça, e também ameaça nossas comunidades e aqueles que amamos.

Em 2018, minha tia amada, que me criou como se eu fosse seu filho, morreu uma morte horrível. Foi o resultado de uma longa e dolorosa batalha contra várias doenças, e a esperança parecia sem esperança.

Ao cuidar dela nas semanas finais, muitas vezes senti que a esperança da ressurreição de Jesus era uma verdade bíblica e teológica que afirmava intelectualmente, mas que não me sustentava nessas circunstâncias. Parecia impossível fazer qualquer coisa além de sentir o desespero naqueles quartos de hospital, quando minha tia gritava a Deus por ajuda enquanto ela sofria; ou na UTI, quando ela estava em coma; ou em uma casa de repouso, enquanto eu a observava passar lentamente desta vida para a próxima, cerca de duas semanas antes do Natal.

Esta pandemia nos está lembrando, a todos, que a vida é incerta, frágil e muito curta. Os cristãos devem gritar, junto com o restante da criação, com gemidos agonizantes, decepções, medos e quebrantamento, enquanto esperamos que cessem as infecções, as doenças, o sofrimento e as mortes. Sabemos que não é assim que as coisas deveriam ser (Rm 8.18).

Lamentamos a situação atual do mundo. Contudo, não desistimos da alegria do domingo da ressurreição, com seus hinos triunfantes que proclamam um Salvador ressurreto. Nossas lágrimas fluem de corações cheios de um lamento esperançoso. Esperamos ansiosamente que Deus, em Cristo, traga a redenção da criação de sua escravidão ao pecado, à doença, à morte e ao sofrimento, enquanto trabalhamos e desejamos a manifestação de todos os portadores da imagem de Deus (Rm 8.19–21, Gl 6.10).

Ainda podemos ter esperança em meio a uma pandemia e até celebrar enquanto lamentamos, porque acreditamos em um Deus que provou que a doença e a morte não têm a palavra final (1Co 15).

Mesmo agora, Deus está agindo em nosso favor, porque Jesus ressuscitou dos mortos. O Espírito combina gemidos de lamento da criação com orações em gemidos inexprimíveis, enquanto nos ajuda e intercede por nós, no momento em que não sabemos o que orar quando nosso sofrimento presente é insuportável (Rm 8.26–27). A intercessão do Espírito garante que Deus trabalhará nosso sofrimento para o nosso bem, por causa de sua obra redentora em Jesus Cristo (Rm 8.28–30).

Há pouco mais de um ano, quando minha tia estava na UTI — no mesmo hospital cujas enfermarias hoje estão cheias de pacientes frágeis e com problemas decorrentes do coronavírus — o Senhor mostrou à nossa família a esperança da ressurreição de Jesus. Antes de minha tia morrer, depois de 22 anos orando por ela e testemunhando, tive o privilégio de levá-la à fé em Jesus Cristo.

E Deus continuou seu trabalho. Um ano depois, tive o privilégio de levar minha mãe e sua irmã à fé em Jesus Cristo e, em seguida, meu filho de 11 anos. Não sei o propósito do sofrimento e da morte de minha tia, aos 59 anos, e ainda lamento sua morte. Mas, por causa da morte e da ressurreição de Jesus, minha família tem esperança.

O sofrimento que inevitavelmente acompanha essa pandemia — morte, doença, medo, perda, isolamento e dificuldade financeira — será difícil de suportar. Vai parecer avassalador e inexplicável. E, no entanto, é incomparável em relação à glória que Deus revelará, em nós, quando libertar toda a criação da escravidão ao pecado (Rm 8.18).

Mesmo durante esse inexplicável tempo de sofrimento como nunca vimos antes, quando a morte parece atravessar o mundo e ao mesmo tempo espreitar ao nosso lado, os cristãos devem lembrar que somos mais que vencedores por meio de Cristo (Rm 8.31–39). Estamos unidos ao amor de Deus em Jesus Cristo pela fé, porque ele morreu por nossos pecados, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita de Deus, reinando em vitória triunfante sobre o poder do pecado e da morte (Cl 1–2).

Enquanto ele reina, Jesus intercede por nós em antecipação àquele grande dia em que seus remidos reinarão com ele na terra, em um mundo glorificado (Ap 19.1–22.21).

Até lá, vivemos com a esperança da ressurreição e praticamos uma ética de amor que nos mostra como amar sabiamente o nosso próximo e buscar o bem comum de todas as pessoas, mesmo quando isso significa que devemos praticar o distanciamento social e permanecer em casa. Buscamos novas maneiras de compartilhar a mensagem da salvação de Deus — e mostrar o amor de Cristo — às nossas famílias e àqueles para quem o domingo de Páscoa foi apenas mais um dia no calendário. À medida que o sofrimento à nossa volta cresce, oramos que o evangelho e o reino de Deus continuem avançando.

O domingo de Páscoa chegou e se foi, e o que está por vir é desconhecido até para os melhores analistas, estatísticos e cientistas. Mas a verdade da ressurreição não mudou e nossa esperança em Jesus ainda é certa, porque ele ressuscitou dos mortos!

Jarvis J. Williams é professor adjunto de interpretação do Novo Testamento no Southern Baptist Theological Seminary, em Louisville, Kentucky. Ele é autor de muitos livros, incluindo um recente comentário de Gálatas.

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Mais 20 Orações Para Fazer ao Nos Aproximarmos do Pico da Pandemia

Clamar a Deus ainda é a melhor resposta a essa crise.

Christianity Today April 15, 2020
Illustration by Mallory Rentsch / Source Images: The New York Public Library / Igor Rodrigues / CDC / Unsplash

Na semana passada, os paramédicos vieram buscar o meu vizinho idoso que morava do outro lado da rua, enquanto meus filhos e eu assistíamos, impotentes, da nossa janela da frente. Eles usaram máscaras e amarraram os longos jalecos azuis um do outro. "Por que o caminhão de bombeiros também está aqui?" meu filho perguntou.

"Eu acho que isso sempre acontece quando uma ambulância é chamada", eu disse, tentando ser útil, quando, na verdade, sentia-me inútil.

Com mais da metade do mundo sob ordens de ficar em casa, muitos de nós estamos experimentando esse sentimento de desesperança diante do sofrimento de outras pessoas. Em condições normais, haveria refeições a serem feitas e visitas a hospitais para fazer. Mas estes não são dias normais.

E, ainda assim, não estamos impotentes. De jeito nenhum! Uma das atitudes mais eficazes que podemos tomar em favor do próximo, em todo o mundo, é nos ajoelharmos e buscarmos a Deus, a fonte de toda ajuda.

Escrevi “20 Orações Para Serem Feitas Durante Esta Pandemia” para nos lembrar que Deus é quem ele diz que é: “Vede agora que Eu Sou, Eu somente e mais nenhum deus além de mim.” (Dt. 32.39).

Nas semanas seguintes à publicação do artigo, pessoas de todo o mundo o leram, oraram (presumivelmente) e compartilharam as orações em larga escala. Esses números são uma amostra de como a igreja está se unindo durante a crise.

À medida que continuamos a dar as mãos, mesmo à distância, aqui estão mais 20 orações por nosso próximo:

1. Pela igreja, que luta para ter fé em meio ao sofrimento global: Deus, acreditamos no teu desejo de curar e no teu poder para fazê-lo. Ajuda-nos em nossa falta de fé.

2. Por aqueles que se renderam a Jesus pela primeira vez durante esta pandemia: Deus, ajuda nossos novos irmãos e irmãs a crescer na graça e no conhecimento de nosso Salvador.

3. Por aqueles que ainda não conhecem Jesus, mas cujos corações estão instigados por curiosidades espirituais e anseios eternos: Deus, em tua bondade, leva muitos ao arrependimento e à fé obediente em teu Filho.

4. Por socorristas e profissionais da área de saúde que estão na linha de frente, especialmente em epicentros de infecção: Deus, reforça suas fileiras e fortalece-os com energia sobrenatural.

5. Por empresas com a capacidade (e o mandato) de fabricar os equipamentos de proteção necessários para os profissionais de saúde que estão na linha de frente: Deus, confirma as obras de suas mãos.

6. Por agentes de tráfego, policiais e outros funcionários públicos que trabalham incansavelmente, muitas vezes sem proteção adequada: Deus, dá-lhes resistência, todos os dias, e não permita que fiquem doentes.

7. Por casas de repouso de idosos, centros de reabilitação e outras instalações de assistência a longo prazo: Deus, encoraja os residentes solitários e fortalece os funcionários que os auxiliam. Evita a disseminação de infecções e conforta as famílias que não podem mais visitar seus entes queridos.

8. Pelos encarcerados, que são particularmente vulneráveis à propagação desse vírus: Deus, dá sabedoria aos funcionários das prisões. Protege os presos e os funcionários da violência e da doença. Livra-os, todos, do medo.

9. Por mulheres e crianças em situações abusivas: Deus, reprime aqueles que lhes infligem dor. Oferece proteção e resgate às vítimas e, em sua vulnerabilidade, conforta-as.

10. Pelos países em desenvolvimento: Deus, contém a disseminação da infecção nas cidades mais densamente povoadas e nas mais pobres. Poupa os países já sobrecarregados com doenças e problemas de saúde crônicos.

11. Pelas pessoas de origem asiática nos Estados Unidos, pelos africanos na China e por outras pessoas em todo o mundo sujeitas ao preconceito relacionado ao COVID: Deus, enfrenta esse mal com tua rápida justiça e liberta nossos irmãos e irmãs da crueldade.

12. Por todos que estão preocupados com seu futuro financeiro – como pagarão por moradia, comida e medicamentos essenciais: Deus, conecta-os a fontes de ajuda, por meio da igreja, do governo e da comunidade. Capacita-os a olhar para ti em busca da provisão de que necessitam.

13. Pelas igrejas pequenas que não dispõem de reservas de dinheiro: Deus, mantém suas portas abertas e conclama teu povo a doar generosamente.

14. Pelos educadores, forçados a adaptar os currículos ao aprendizado on-line, e pelos alunos, obrigados a agir com mais autonomia: Deus, faze dos lares um local de curiosidade, investigação e estudo. Dá ajuda especial a crianças sem acesso regular à Internet e outras ferramentas digitais.

15. Por aqueles decepcionados com o cancelamento de comemorações importantes, como formaturas, casamentos ou chás de bebê: Deus, conforta-os em suas decepções e faze com que consigam se reunir com seus amigos e familiares.

16. Pelas gestantes, que enfrentam a perspectiva de entrar em trabalho de parto sem a equipe de apoio que planejaram: Deus, liberta-as do medo e enche-as de alegria ao testemunhar a chegada de uma nova vida.

17. Pelas mulheres que enfrentam uma gravidez inesperada neste momento de crise econômica: Deus, ajuda-as a encontrar o apoio prático e emocional necessário, para impedir que elas busquem a alternativa do aborto.

18. Por igrejas, ministérios paraeclesiásticos e outras organizações cristãs que fazem evangelismo e discipulado on-line: Deus, abençoa nossos esforços digitais imperfeitos e continua a promover o reino de Jesus por meio do seu povo.

19. Por aqueles que morrem sozinhos nos hospitais e por seus entes queridos: Deus, aproxima-te deles e, por tua misericórdia, faze-os encontrar Cristo, o amigo que nunca vai embora e nunca abandona.

20. Pelos envolvidos com a política, em todos os níveis: Deus, ajuda nossos líderes a trabalhar em colaboração e a se comunicar com eficiência, deixando de lado o interesse próprio pelo bem comum.

Deus, reconhecemos que tu criaste o mundo e continuas a sustentá-lo pela tua palavra. Confiamos em tua sabedoria, teu poder e tua bondade. Ajuda-nos, em todas oportunidades, a amar como tu amas e a servir como tu serves. Dá-nos coragem para falar de nossa esperança em Jesus, que sofreu por nós, ressuscitou dos mortos e em breve voltará. Amém.

Jen Pollock Michel é a autora de Teach Us to Want, Keeping Place e Surprised by Paradox. Ela vive em Toronto, com o marido e cinco filhos.

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Pesquisas na Internet Sobre o Coronavírus Levam Milhões a Ouvir Sobre Jesus

Dezenas de milhares de pessoas clamaram pela salvação através de um click desde o início do surto. O aumento é temporário ou o prenúncio de maior testemunho do evangelho online?

Christianity Today April 9, 2020
Illustration by Mallory Rentsch / Source Images: Kari Shea / Unsplash / Pearl / Lightstock

Milhões de pessoas preocupadas que se voltaram ao Google ansiosas por causa do COVID-19 se conectaram com evangelistas cristãos em seus resultados de busca — levando a um aumento nas conversões online em março.

Nas Filipinas, uma mulher chamada Grace chegou a um site sobre o medo de coronavírus hospedado pela organização de evangelismo da Internet Global Media Outreach (GMO). "Por favor, ajude-me a não me preocupar com tudo", escreveu ela em uma conversa com um conselheiro voluntário. "O que está acontecendo agora é muito confuso." O conselheiro explicou que somente Jesus pode trazer paz duradoura, e Grace recebeu Jesus como seu Salvador.

Já nos EUA, uma voluntária da Associação Evangelística Billy Graham (BGEA) conversou on-line com uma jovem mãe chamada Brittany, preocupada com a possibilidade do COVID-19 tirar a sua vida e a de seus filhos. O voluntário ofereceu esperança e paz, e Brittany também aceitou a Cristo.

Três dos maiores ministérios de evangelismo on-line — OGM, BGEA e Cru — respondem cumulativamente por pelo menos 200 milhões de apresentações do evangelho na Internet a cada ano. Todas as três organizações afirmam que o número de pessoas que buscam informações on-line a respeito de Jesus aumentou desde que o surto do COVID-19 foi declarado uma pandemia no início de março.

Entre meados de março até o final do mês, o OGM registrou um aumento de 170% nos cliques nos anúncios de mecanismos de busca para encontrar esperança. Os cliques nos anúncios sobre medo aumentaram 57% e a preocupação, 39%. As 12,4 milhões de apresentações do evangelho do ministério em março representaram um aumento de 16% em relação à media mensal em 2019.

Essa recente onda corresponde a uma constatação mais ampla de um professor da Universidade de Copenhague: em março pesquisas na Internet relacionadas à oração em 75 países dispararam para seus níveis mais altos em cinco anos.

"Estamos vendo milhões de pessoas dispostas a falar sobre fé diante do medo", disse Michelle Diedrich, diretora de jornada de investigadores da OGM, "e estamos nos preparando para estar disponível para elas".

Pastores, evangelistas e ministérios online tendem a contar uma história semelhante: o COVID-19 escalou uma tendência já significativa em direção ao evangelismo na Internet. À medida que a disseminação do vírus diminui, eles procurarão determinar se o aumento no testemunho on-line pode ser sustentado — e como eles podem melhorar o discipulado para esses novos crentes. Apenas uma fração das pessoas que crêem on-line se envolve em grupos de acompanhamento ou relata começar a frequentar uma igreja local.

Evangelismo via 'elétrons e avatares'

Em março, a BGEA lançou páginas de entrada com recursos sobre coronavírus em seis idiomas (inglês, espanhol, português, coreano, chinês mandarim e árabe). A associação também lançou campanhas de mídia social com o tema "medo".

Nas primeiras quatro semanas, 173.000 pessoas visitaram os sites e mais de 10.000 clicaram em um botão indicando que tomaram decisões por Cristo, disse Mark Appleton, diretor de evangelismo na Internet da BGEA. Isso além do tráfego já registrado nos sites evangelísticos da BGEA, que inclui o SearchForJesus.net e o PeaceWithGod.net, e recebe cerca de 30.000 visitantes por dia. (A CT relatou em 2015 que as apresentações on-line do evangelho pela BGEA eram equivalentes a uma cruzada diária de Billy Graham.)

Um visitante da página do coronavírus, um jovem de 17 anos chamado Donmere, disse a um voluntário no chat: "Eu realmente não sou uma pessoa religiosa, mas não sei mais a quem recorrer, exceto Deus". Quarenta e cinco minutos depois, Donmere era um seguidor de Cristo e materiais de discipulado já haviam sido indicados a ele.

A conversão de Donmere se encaixa no perfil de experiências típicas de salvação na Internet.

O pastor Mark Penick, em sua dissertação de doutorado em 2013 na Dallas Baptist University, estudou convertidos que vieram a Cristo através do site evangelístico IAmSecond.com . Por meio de entrevistas aprofundadas com 37 indivíduos em 17 estados, Penick constatou que todos os seus entrevistados “experimentaram um dilema intransitável” como um divórcio, perda de emprego ou crise financeira que os deixou procurando e questionando. 88% disseram que encontrar um site cristão não era planejado, mas ocorreu "por iniciativa própria" (através de ações como clicar em um anúncio ou resultado de um mecanismo de busca). Cerca de 75% tinham "problemas pessoais de disfunção e dependência" antes de suas conversões online.

Poucas análises acadêmicas sobre evangelismo na Internet já foram registradas — a maioria são dissertações e projetos de doutorado em iniciativas evangelísticas específicas — mas em 2014, o Pew Research Center descobriu que o testemunho on-line informal era relativamente comum. Um em cada cinco americanos disse que compartilhava sua fé online pelo menos semanalmente, e 60% disseram ter visto a religião compartilhada online pelo menos uma vez por semana.

Em 2018, a Barna Research relatou que a maioria dos cristãos concorda que a tecnologia está facilitando a evangelização e que 58% dos não-cristãos disseram que alguém compartilhou sua fé com eles no Facebook, enquanto outros 14% ouviram um testemunho através de outros canais de mídia social.

Ed Stetzer, diretor do Centro de Evangelismo Billy Graham no Wheaton College, disse que os missiologistas geralmente têm uma visão favorável do evangelismo na Internet.

"Historicamente, sempre pensamos em evangelismo sendo feito com os pés e o rosto", disse ele. “Nós vamos e pregamos. Mas as pessoas se sentem bem com a possibilidade de envolver elétrons e avatares ”no século XXI.

Na Cru, testemunhar também envolve emojis. Entre as ferramentas de evangelismo digital da Cru para os campi das faculdades, há uma pesquisa a ser respondida com emojis para iniciar uma conversa espiritual. A presença online da Cru também inclui aplicativos evangelísticos para celular, apresentações do evangelho em vários idiomas e artigos online usando as necessidades detectadas como pontes para o evangelho. Um dos sites evangelísticos mais eficazes do ministério, o EveryStudent.com, recebeu 56 milhões de acessos no ano passado e registrou 657.000 decisões para Cristo.

Em resposta ao COVID-19, a Cru adicionou 52 novos recursos aos seus sites. Um aumento semelhante no tráfego levará o ministério a ultrapassar o número total de visitantes do EveryStudent.com no ano passado em 20 milhões em 2020 e o número de decisões para Cristo em mais de 300.000.

O ministério InterVarsity USA, que foca em universitários, relatou um aumento semelhante no interesse espiritual em meio ao COVID-19. Em um anúncio on-line de angariação de fundos, exibido na primeira semana de abril, o ministério afirmou: Na última semana vimos mais decisões iniciais de seguir Jesus do que em qualquer outra época do ano passado".

Um estudo do American Enterprise Institute sugeriu que os jovens alvos de ministérios como Cru e InterVarsity podem estar mais preocupados com o coronavírus — pelo menos em alguns aspectos — do que com os colegas nas gerações mais velhas.

A pesquisa constatou que 53% dos jovens de 18 a 29 anos estão preocupados em poder pagar os custos básicos de moradia em meio à pandemia. 59% das pessoas entre 30 e 49 anos expressaram a mesma preocupação, em comparação com apenas 29% dos americanos com 65 anos ou mais. Em todas as gerações, as pessoas disseram que o surto de coronavírus fez com que elas se sentissem mais próximas de Deus, incluindo 14% dos não religiosos.

Apesar do aumento documentado do interesse religioso à medida que o COVID-19 varre o mundo, ainda não está claro quanto do aumento do tráfego religioso na Internet se deve ao aumento desse interesse e quanto é simplesmente uma substituição temporária da atividade religiosa pessoal. A Cru, por exemplo, colocou todos os seus grupos de evangelismo e discipulado on-line através do software de videoconferência Zoom. Em um único dia no final de março, a Cru realizou 746 ligações Zoom, em comparação com 474 durante todo o mês de fevereiro, antes do início do distanciamento social para os EUA.

Em 29 de março, apenas 7% das igrejas americanas ainda estavam realizando reuniões presenciais e a maioria havia se mudado para a Internet, de acordo com uma pesquisa da LifeWay Research. Apenas 8% dos pastores protestantes disseram que não haviam fornecido sermões ou cultos on-line para suas congregações durante o mês de março.

A Grande Comissão digital

Independente do impacto no tráfego da Internet ser permanente ou temporário, fica claro que o alcance do evangelismo on-line é global. Durante uma semana em março, os recursos digitais da Cru foram acessados de todos os países do mundo, disse o vice-presidente da Cru, Mark Gauthier.

Graças às ferramentas on-line, o corpo de Cristo "tem a capacidade de plantar igrejas em todo grupo de pessoas não alcançadas" com menores custos de recursos do que qualquer outra época, disse ele. "Este é um dos maiores momentos da história da igreja para o cumprimento da Grande Comissão."

Os locais críticos do COVID-19 receberam um foco evangelístico on-line específico. A BGEA lançou uma campanha de mídia social em espanhol voltada para a Espanha, onde cerca de 120.000 testaram positivo para o coronavírus e quase 11.000 morreram. Durante a primeira semana da campanha, 93.000 pessoas visualizaram postagens direcionadas do Facebook por pelo menos 10 segundos. Mais de 1.000 pessoas conversaram em mensagens sociais em uma única semana com voluntários da BGEA em inglês e espanhol.

O evangelista batista Sammy Tippit tem planos de pregar o evangelho nos próximos meses no Irã, onde 45.000 casos do COVID-19 foram relatados. Aos 72 anos, Tippit experimentou o poder do evangelismo na Internet apenas nos últimos quatro anos. Sua jornada on-line começou pregando sermões evangelísticos para aldeias na Índia via Skype. Isso levou a um evento do Skype, onde 10.000 indianos se reuniram para assistir à pregação de Tippit por vídeo, e 5.000 indicaram o desejo de dedicar suas vidas a Cristo.

Para acompanhar esses novos crentes, Tippit começou a fazer vídeos de discipulado de três minutos e a distribuí-los nas mídias sociais. Os vídeos decolaram e agora uma rede global de seus parceiros ministeriais está se preparando para distribuir vídeos de dois sermões de Tippit a seus amigos não-cristãos nos dias 30 e 31 de maio. Os sermões serão traduzidos para 10 idiomas e distribuídos pelo aplicativo de mensagens WhatsApp em quase 70 países, com um público previsto de 10 milhões de pessoas.

Uma estação de televisão no Irã soube dessa ênfase e está firmando parceria com Tippit para distribuir os sermões evangelísticos para mais 6 milhões de pessoas.

Apenas uns poucos evangelistas estão realizando ministérios online nessa escala, disse Tippit, presidente da Conferência dos Evangelistas Batista do Sul. Mas "muitas pessoas que conheço" estão "fazendo algo no Facebook" e atingindo centenas. Tippit planeja treinar outros evangelistas para expandir seu alcance através da Internet.

Ponto fraco do evangelismo de massa

A maior dificuldade com o evangelismo online é o acompanhamento. Enquanto 60.000 pessoas por dia no ano passado indicaram nos sites da OGM que haviam tomado decisões por Cristo (compromissos pela primeira vez ou rededicações), o ministério só conseguiu rastrear 5.244 pessoas durante todo o ano que se conectaram a uma igreja local depois de iniciar sua jornada com Cristo. "Este foi o nosso maior desafio", disse Diedrich.

Agora, com o coronavírus mantendo as portas das igrejas fechadas por enquanto, os novos crentes precisarão depender ainda mais dos recursos da web para o discipulado.

Das 10.000 pessoas que indicaram decisões de salvação durante a campanha COVID-19 da BGEA, cerca de 2.030 solicitaram acompanhamento. Para a BGEA, canalizar novos convertidos para cursos de discipulado on-line é uma parte importante do processo de acompanhamento, além de incentivar novos crentes a se conectarem a uma igreja local. Em março, o ministério viu 3.043 pessoas matriculadas em cursos de discipulado, 37% acima da média mensal de matrículas. A Cru afirma que 40% dos indivíduos que registram decisões pela salvação através do EveryStudent.com seguem para o acompanhamento on-line. Isso inclui trabalhar através de uma série de lições de discipulado e a oportunidade de interagir com alguém pelo chat para discutir o que está aprendendo.

No entanto, a dificuldade de acompanhar aqueles que professam a fé não é exclusiva do evangelismo na Internet. O mesmo problema afetou cruzadas e outras formas de evangelismo em massa, disse Stetzer.

"Este tem sido o ponto fraco de todo mundo nos últimos cem anos", disse ele. No entanto, “não devemos nos afastar porque esse é o desafio. Deveríamos lidar com a questão ”através de“ laços mais fortes com as igrejas locais”.

Apesar do desafio de acompanhamento, os benefícios do evangelismo on-line parecem superar suas desvantagens. Os missiologistas observam a disposição dos candidatos a discutir assuntos espirituais em maior profundidade por causa do anonimato oferecido on-line. As pessoas também geralmente confiam no aconselhamento bíblico em sites que aparentam ser respeitáveis e profissionais. Além disso, o testemunho na Internet cria uma oportunidade de menor estresse para as tentativas iniciais de evangelismo de cristãos que podem se sentir hesitantes em compartilhar sua fé pessoalmente.

Um voluntário on-line da BGEA relatou: “Eu moro em frente ao meu vizinho há 10 anos e acabei de compartilhar o evangelho com ele pela primeira vez, porque comecei a evangelizar na Internet e aprendi como realmente conversar com as pessoas”, disse Appleton.

Entre as próximas fronteiras no compartilhamento on-line do evangelho está o Dia Mundial de Divulgação 2020 . Com previsão para 30 de maio, o dia foi amplamente divulgado on-line pelo COVID-19 e pela natureza cada vez mais digital do mundo. Uma coalizão internacional de organizadores estabeleceu uma meta de mobilizar 100 milhões de crentes para compartilhar o evangelho com 1 bilhão de pessoas em todo o mundo em maio.

Entre os principais métodos evangelísticos, serão postados testemunhos pessoais on-line, que depois serão compartilhados com amigos via texto ou mídia social. (A Convenção Batista do Sul lançou uma campanha semelhante, já que a pandemia causou ajustes forçados no seu esforço evangelístico Who's Your One?).

Se todo cristão enviasse uma apresentação do evangelho para uma pessoa on-line e pedisse a sua opinião, Gauthier disse: "você veria muitas pessoas tendo a chance de conhecer a Cristo e também muitos frutos".

David Roach é escritor em Nashville.

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Books

20 Orações Para Serem Feitas Durante Esta Pandemia

O coronavírus (COVID-19) lança o mundo em uma crise, mas também nos coloca de joelhos.

Christianity Today April 9, 2020
Image: Illustration by Rick Szuecs / Source images: Diana Simumpande / Unsplash / The New York Public Library

[CT tem mais de 60 artigos traduzidos em português, incluindo: “Os 50 países em que é mais difícil ser cristão em 2021”]

Nos últimos dias, enquanto o coronavírus foi declarado como uma pandemia global e países tomaram medidas urgentes para conter a propagação da infecção, eu gostaria de poder dizer que meu primeiro impulso foi orar. Mas, provavelmente, é mais honesto dizer que o que fiz foi me atualizar obsessivamente nos canais de notícias de minha confiança.

A crise é urgente e me sinto impotente. Mas talvez me sentir assim seja o melhor lembrete para orar. A oração é uma forma de praticarmos ativamente nossa fé de que Deus tem o mundo inteiro em suas mãos, de uma maneira simples e confiante. É onde permitimos "que as súplicas e os louvores transformem nossos receios em orações, permitindo que Deus os conheça" (Fil. 4. 6–7, A Mensagem). A oração nunca é o último recurso para o povo de Deus. Mas é a nossa primeira e mais importante atitude.

Com isso em mente, reuni uma lista de 20 orações para fazermos durante esta pandemia. Cada uma delas aborda as necessidades específicas de uma comunidade específica. Tenho a alegria de fazer parte de uma igreja com muitos profissionais da área médica, alguns dos quais me deram conselhos sobre a melhor maneira de orar por eles neste momento. Incluí aqui o que eles me disseram. Eu também tentei pensar de uma forma mais ampla sobre como o restante de nós está sendo impactado pela crise atual.

Sem dúvida esta lista não é completa, mas vai servir como um bom ponto de partida. Minha esperança é a de que ela possa nos fornecer palavras apropriadas ao orarmos coletivamente (e também virtualmente!) como corpo de Cristo. Cremos que existe um Deus que inclina os seus ouvidos para ouvir, e por isso oramos:

1. Para os doentes e infectados: Deus, os cure e ajude. Sustente seus corpos e espíritos. E contenha a propagação da infecção.

2. Para as populações vulneráveis: Deus, proteja nossos idosos e aqueles que sofrem de doenças crônicas. Sustente os pobres, especialmente os que não possuem acesso ao sistema público de saúde, ou planos privados.

3. Para os jovens e os fortes: Deus, dê a eles o cuidado necessário para impedir que eles espalhem involuntariamente esta doença. Os inspire a colaborar.

4. Para nossos governos locais, estaduais e federais: Deus, ajude nossos políticos eleitos à alocarem de forma sábia os recursos necessários para combater essa pandemia. E os ajude a disponibilizarem mais testes de contaminação pelo vírus.

5. Para a nossa comunidade científica, que lidera a tarefa de compreender com profundidade a doença e comunicar sua gravidade: Deus, dê a eles conhecimento, sabedoria e uma voz persuasiva.

6. Para a mídia, comprometida em fornecer informações atualizadas: Deus, ajude-a a se comunicar com a seriedade apropriada, sem causar pânico.

7. Para os que confiam na mídia, procurando estar bem informados: Deus, os ajude a encontrar as informações mais úteis que os prepare para serem bons vizinhos. Os mantenha afastados da ansiedade e do pânico e os permita implementar as recomendações dadas, mesmo que isso custe algo para eles mesmos.

8. Para aqueles com problemas de saúde mental que se sentem isolados, ansiosos e desamparados: Deus, dê a eles todo o apoio e suporte de que necessitam.

9. Para os sem-teto, incapazes de praticar os protocolos de distanciamento social: Deus, proteja-os de doenças e forneça a cada um deles abrigos que sirva de isolamento em todas as cidades.

10. Para viajantes internacionais retidos em países estrangeiros: Deus, ajude-os a voltar para casa com segurança e rapidez.

11. Para os missionários cristãos em todo o mundo, especialmente em áreas com altas taxas de infecção: Deus, forneça a eles palavras de esperança e os capacite para amar e servir as pessoas ao seu redor.

12. Para trabalhadores das variadas indústrias que enfrentam demissões e dificuldades financeiras: Deus, livre-os do pânico e capacite sua igreja para apoiá-los generosamente.

13. Para famílias com crianças pequenas em casa: Deus, ajude mães e pais a se unirem criativamente para o cuidado e o desenvolvimento de seus filhos. Para mães e pais solteiros, amplie suas redes de apoio.

14. Para pais que não conseguem trabalhar de casa, mas precisam cuidar de seus filhos: Deus, dê a eles a capacidade para elaborar soluções criativas.

15. Para aqueles que precisam de terapias e tratamentos regulares que por esse tempo precisam ser adiados: Deus, ajude-os a permanecer pacientes e esperançosos.

16. Para os empresários que tomam decisões difíceis que afetam a vida de seus funcionários: Deus, dê sabedoria a essas mulheres e homens e ajude-os a liderar sacrificialmente.

17. Para os pastores e líderes de igrejas confrontados com os desafios do distanciamento social: Deus, ajude-os a imaginar criativamente como pastorear suas congregações e ao mesmo tempo amar as pessoas de suas cidades.

18. Para os estudantes cujos cursos estão sendo alterados, ou as vagas estão sendo canceladas, e cuja graduação é incerta: Deus, mostre a eles que, embora a vida seja incerta, a confiança deles está no Senhor.

19. Para cristãos em todos os bairros, comunidades e cidades: Que seu Espírito Santo os inspire a orar, a doar, a amar, a servir e a proclamar o evangelho, para que o nome de Jesus Cristo seja glorificado em todo o mundo.

20. Para os profissionais de saúde da linha de frente, agradecemos o chamado vocacional para nos servir. E oramos também:

  • Deus, mantenha-os seguros e saudáveis. Mantenha suas famílias seguras e saudáveis.
  • Deus, ajude-os a conhecer o diagnóstico e o tratamento desta doença, bem como a mudança de protocolos.
  • Deus, ajude-os a manter a mente atenta no meio do pânico ao redor.
  • Deus, liberte-os da ansiedade pelos seus entes queridos (pais idosos, filhos, cônjuges, colegas).
  • Deus, dê-lhes compaixão por todos os pacientes sob seus cuidados.
  • Deus, providencie para eles o sustento financeiro, especialmente se adoecerem e forem incapazes de trabalhar.
  • Deus, ajude os cristãos na área da saúde a exibirem uma "paz além de todo entendimento", para que muitos perguntem sobre o motivo de sua esperança.
  • Dê-lhes oportunidades para proclamar o evangelho.

Deus, confiamos que o Senhor é bom e sempre faz o bem. Nos ensine a ser seu povo fiel, neste momento de crise global. Nos ajude a seguir os passos de nosso fiel pastor Jesus, que deu sua vida por amor. Glorifique o seu nome ao nos capacitar com tudo o que for necessário para fazer a sua vontade. Amém.

Jen Pollock Michel é o autor de Ensine-nos a querer, mantendo-se e surpreendido pelo Paradox. Ela mora com o marido e os cinco filhos em Toronto. Esta peça foi adaptada de seu blog recente.

Editado por Marcos Simas

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Ideas

Por Que as Igrejas Brasileiras Fecharam, Apesar de Presidente Bolsonaro Discordar

Líderes evangélicos explicam por que seguir as orientações dos especialistas em saúde pública sobre o COVID-19 não viola sua fé, mas a demonstra.

A missa do Domingo de Ramos, na Catedral de Brasília, foi fechada ao público devido à pandemia de coronavírus, em 5 de abril de 2020.

A missa do Domingo de Ramos, na Catedral de Brasília, foi fechada ao público devido à pandemia de coronavírus, em 5 de abril de 2020.

Christianity Today April 8, 2020
Andressa Anholete / Stringer / Getty Images

Igrejas brasileiras estão na linha de frente de um desacordo entre os governadores de estados e o presidente Jair Bolsonaro sobre as medidas de quarentena destinadas a conter a disseminação do novo coronavírus, que já infectou mais de 11.100 brasileiros e matou 486. Bolsonaro se opõe ativamente aos governadores e diz que um isolamento total acabará por destruir a economia brasileira.

No final de março, Bolsonaro aprovou um decreto que acrescentou atividades religiosas à lista de “serviços essenciais”, o que significa que as igrejas podem permanecer abertas, mesmo que os cidadãos sejam solicitados a ficar em casa. O decreto foi anulado por um tribunal federal no dia seguinte. Nas ruas, no domingo seguinte, ele novamente defendeu que as pessoas voltassem ao trabalho.

“Abra as igrejas, por favor, precisamos delas”, implorou repetidamente uma mulher em um dos vídeos que Bolsonaro postou nas mídias sociais. Ele respondeu com palavras tranquilizadoras.

Analistas políticos afirmam que Bolsonaro está atendendo sua base eleitoral – os politicamente influentes evangélicos, que ajudaram a levar o presidente de extrema direita ao poder nas eleições de 2018 -, deixando que saibam que não foram esquecidos. O Brasil abriga o maior número de católicos do mundo – cerca de 123 milhões, de acordo com o último censo oficial. Mas os evangélicos são uma força crescente. O censo de 2010 contou 42 milhões de fiéis, cerca de 20% da população do país. Uma pesquisa divulgada em janeiro pelo Datafolha concluiu que os protestantes agora representam 1 em cada 3 brasileiros.

"Nenhum partido político no Brasil consegue reunir tantas pessoas, em tantos lugares, tantas vezes por semana como as igrejas", disse à Associated Press Carlos Melo, professor de ciências políticas do instituto Insper, em São Paulo. "E as pessoas tendem a seguir as instruções dos pastores."

Pastores bastante influentes apoiam a posição do presidente com relação ao COVID-19, embora respeitando, relutantemente, as determinações dos governadores e cancelando cultos ou os realizando online. "Pergunto o que é pior: coronavírus ou caos social?", disse à AP Silas Malafaia, um dos pastores mais proeminentes e controversos do Brasil, que lidera a Assembléia de Deus Vitória em Cristo. "Posso garantir que a convulsão social é pior."

Embora os protestos de figuras neopentecostais como Malafaia tenham atraído as atenções da mídia, muitas igrejas evangélicas do Brasil há bastante tempo decidiram seguir o conselho dos especialistas em saúde e suspender os cultos.

Miguel Uchôa, bispo primaz da Igreja Anglicana no Brasil, em Recife, que representa igrejas evangélicas alinhadas ao conservador movimento anglicano GAFCON, proibiu todas as suas igrejas de realizar “qualquer tipo de reunião presencial”. Desde 26 de março, dos cultos dominicais aos pequenos grupos estão acontecendo online.

"Entendemos que a igreja deve colaborar como puder para deter o avanço do vírus e ajudar a salvar mais vidas", disse ele à CT.

“Templo e Igreja são coisas diferentes”, disse à CT Alexandre Ximenes, bispo da Igreja Episcopal Carismática do Brasil em Recife. “Concordo com o fechamento dos templos para grandes reuniões, por acatar as orientações dos sanitaristas e não contribuir para o aumento do problema! Bom senso e exemplo!”

“A missão da Igreja não se resume a preparar o homem para viver no céu, mas, também, cabe a ela a missão fundamental de ensinar a ele como se comportar na terra, o que eu chamo de evangelho horizontal”, disse à CT Fernando Firmino, bispo da Igreja Nova Vida em Araripina. “Sendo assim, devemos aproveitar esse tempo para mostrar aos nossos liderados a necessidade de sermos bons cidadãos, usando uma fé que não nos arrebata do bom senso e da razão.

"Por isso, acredito que o culto online, neste período de isolamento, tem sido, além de uma ferramenta reveladora de nossa fé e espiritualidade, uma revelação da nossa responsabilidade social", disse ele.

“Para nossa surpresa, essas reuniões na internet com grupos de igrejas tiveram um efeito surpreendente no incentivo e no fortalecimento das pessoas”, disse Augustus Nicodemus Lopes, pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Recife, à CT. "A maioria está confiante em Deus e está sendo confortada, mesmo diante das terríveis perspectivas que se apresentam."

"Preparamos nosso povo para enfrentar as dificuldades da vida, que aconteceram até com fiéis como Jó, João Batista e o apóstolo Paulo", disse Lopes. "Eles aprenderam que o sofrimento serve para nos tornar semelhantes a Cristo, desejar mais as coisas de Deus e tirar nosso coração das coisas deste mundo."

Lopes e cinco outros líderes brasileiros explicaram mais à CT sobre sua decisão de suspender os cultos presenciais:

Robinson Grangeiro, pastor da Igreja Presbiteriana de Tambaú, em João Pessoa; fundador do Instituto Kuyper; e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie:

“A postura da Igreja Presbiteriana de Tambaú, sob a orientação do Sínodo da Paraíba, do qual sou presidente, tem sido, desde o início, de irrestrito apoio às medidas que as autoridades sanitárias brasileiras têm adotado para a prevenção e o combate à ameaça da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Apesar do grande valor da celebração comunitária do povo de Deus, o entendimento é que, em uma situação de claro risco de contágio e morte, a nossa teologia instrui claramente à participação cidadã consciente e colaboradora. É assim que nos ensina a Sagrada Escritura e a boa e saudável teologia reformada acerca da autoridade do magistrado civil, que tem sua esfera de atuação, enquanto cabe à Igreja o exercício dos meios de graça, da proclamação do evangelho e do envolvimento nos grandes desafios de transformação social. Desta forma, a excepcionalidade de não podermos nos reunir está nos levando ao uso massivo das tecnologias de informação e comunicação, como forma de continuar assistindo espiritualmente as ovelhas e testemunhando da nossa confiança que o Senhor do tempo e da História passará conosco, em sua providência, por esta travessia, até chegarmos ao porto seguro da sua vontade boa, perfeita e agradável.”

Lisânias Moura, pastor da Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo:

“Não devemos manter nossos cultos presenciais por três razões. Primeiro, porque é cuidado com o rebanho. Creio que essa é a maior razão. Segundo, porque não devemos tentar a Deus. Ele não nos pediu para sermos heróis da fé, mas para obedecermos inclusive às autoridades. E cultuar não se resume à adoração no templo. Não estamos sendo perseguidos. Se abrirmos, mesmo que proibamos os mais velhos de virem aos cultos, os mais novos virão e poderão ser contaminadores ou contaminados. Terceiro, indiretamente, a Igreja sentirá que Igreja nao é o templo e que adoração nao se resume a culto comunitário, mas, sim, a adorar a Deus sozinho ou com a família. Aqui na Igreja Batista do Morumbi, tomamos a decisão de nao termos cultos presencias, mesmo antes de o governo pedir ou determinar. E nossa razão primária foi cuidar melhor do rebanho, bem como comunicar que estamos cuidando.”

Hideide Brito Torres, episcopisa da Igreja Metodista do Brasil, em Brasília:

“A Igreja Metodista, por meio de seu colégio de bispos e episcopisas, optou por, logo de início, interromper as atividades nos templos. Procuramos orientar pastores e pastoras a conduzir cultos online, fazer fonovisitas, gravar mensagens nos aplicativos e realizar reuniões de célula por programas para esse fim. Nosso entendimento é que a aglomeração num momento como este contraria toda a perspectiva de ser pastor e pastora, que é manter o rebanho seguro. Há um texto em Provérbios que, embora se aplique aos rebanhos de animais, simbolicamente representa a tarefa do pastoreio também na igreja e o temos usado neste contexto: Provérbios 27.23. Nas orientações escritas a pastores e pastoras, lembramos as recomendações de Martinho Lutero durante a epidemia de peste bubônica: nossa tarefa é cuidar dos doentes e amparar os que sofrem, mas não podemos, nós mesmos, nos tornar motivo de que mais pessoas fiquem doentes. Seguindo essa prescrição, estamos tomando todos os cuidados necessários e obedecendo às orientações para manter a quarentena pelo tempo necessário, entendendo que, depois, teremos muito tempo para os abraços e beijos, que estamos guardando para o reencontro físico. Por enquanto, estamos vivendo um tempo precioso, em que a Igreja de Cristo se reinventa e redescobre suas origens neotestamentárias, nas casas e nos grupos menores. Também estamos tendo de nos voltar à Palavra de Deus, optando pela mensagem do arrependimento, do quebrantamento, da esperança e da firmeza, em vez de centralizar em vaticínios ou declarações que podem alarmar e não confrontar e consolar biblicamente. Que Deus nos ajude e poupe muitas vidas nesta pandemia.”

Jorge Henrique Barro, professor de teologia da Faculdade Teológica Sul Americana (FTSA), em Londrina:

“Este tem sido um momento na história do Cristianismo, em nível mundial, que tem exigido e requerido que igrejas e lideranças religiosas reflitam sobre o significado da palavra 'culto', como também o significado de 'ajuntamento'. O 'isolamento social', dentre muitas implicações para a Igreja, leva-a a refletir sobre o conceito bíblico de 'comunhão'. Em 'Vida em comunhão', Dietrich Bonhoeffer escreveu que 'a pessoa que não suporta a solidão deve tomar cuidado com a comunhão'. Estar 'juntos fisicamente' não é sinônimo de 'comunhão'. Pode não passar de um ajuntamento de pessoas. Por outro lado, 'a pessoa que não se encontra na comunhão, que tome cuidado com a solidão', conclui Bonhoeffer. Os cristãos estão sendo forçados a experimentar a comunhão de outras formas que não apenas a presencial. Graças à tecnologia, mesmo isolados socialmente, aqueles que podem dela usufruir já experimentam a comunhão em Jesus Cristo que não se limita ao culto presencial (1Co 1.9). As igrejas e os cristãos devem manter seus cultos e buscar a comunhão de outros modos que não a presencial. Deus não está deixando de ser adorado neste 'isolamento social', mas, certamente, deixará de ser honrado se seus filhos e filhas forem instrumentos de morte para o próximo. Neste momento, honrar a Deus é cuidar de si para cuidar do próximo.”

Ziel Machado, vice-reitor do Seminário Servo de Cristo e pastor da Igreja Metodista Livre Nikkei, em São Paulo:

“Tenho dificuldade em entender o conceito de culto online. Suspeito que por trás deste conceito exista uma 'gramática do espetáculo', onde o evento tem primazia sobre a relação. É algo sobre o qual ainda estou meditando. Não posso ser tão categórico e não desejo julgar os meus irmãos. Minha reflexão tem uma base teológica. Por exemplo, quando o Senhor nos diz que estará sempre conosco e que quando dois ou três (e não dois mil ou três mil) estiverem juntos, em seu nome, ali ele estaria. Para mim, o culto acontece neste lugar: em seu nome. Há um aspecto histórico, de aprender a ser Igreja na eclesia, mas, também, na diáspora, que são duas realidades ligadas à dinâmica da igreja peregrina no mundo. Ou seja, é lindo estarmos juntos fisicamente, mas podemos estar juntos sem ser fisicamente. Então, ainda estou refletindo. Em nosso caso, encorajamos o culto de 'dois ou três', nos lares, em nome de Jesus. O que tenho gravado pelo YouTube são videos como recursos devocionais para que as pessoas em casa possam ter algo para orientá-las em seu tempo de culto. Assim, em minha igreja, não estão ocorrendo cultos no ambiente do templo, somente nos lares. O que fazemos online são as reuniões de pequenos grupos.”

Augustus Nicodemus Lopes, pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Recife:

“A crise causada pela pandemia de coronavírus provocou reações diferentes nos membros da minha congregação. Somos uma igreja reformada com cerca de 800 pessoas. Damos grande ênfase à pregação da Palavra de Deus e ao cuidado pastoral. No entanto, seguindo a orientação das autoridades brasileiras, suspendemos nossos cultos e nossa atividades por um tempo, para evitar contaminação. Muitos de nossos membros enfrentaram este momento de crise com confiança e paz em Cristo. Mas há outros que sofrem de solidão, medo e ansiedade.

“Nossos pastores estão cuidando ativamente do rebanho, por meio de reuniões virtuais na internet, onde ensinam as Escrituras e oram juntos. Nós aprendemos a usar aplicativos de conferências para esse fim. Para nossa surpresa, essas reuniões da internet com grupos da igreja tiveram um efeito surpreendente no incentivo e no fortalecimento das pessoas. A maioria delas está confiante em Deus e sente-se consolada, mesmo diante das terríveis perspectivas diante de nós. Outras estão realmente muito angustiadas e exigem mais cuidado pastoral direto. A maioria está em sua casa, esperando o fim da quarentena. Distribuímos diretrizes para cultos domésticos, sugerimos livros para leitura e transmitimos mensagens de conforto e esperança pela internet. Eu diria que, em geral, pelo menos até agora, quando a crise ainda está no início, os crentes em nosso entorno estão reagindo bem.

“Eles aprenderam há muito tempo que nosso Deus está no controle de todas as coisas. Ele governa as nações. Ele faz todas as coisas funcionarem juntas, pelo bem de seus filhos. Ao contrário de muitas igrejas neopentecostais, que sempre dizem que Deus quer nos dar prosperidade financeira, saúde e felicidade neste mundo, preparamos nosso povo para enfrentar as dificuldades da vida, que ocorreram até mesmo para crentes fiéis como Jó, João Batista e o apóstolo Paulo. Eles aprenderam que o sofrimento serve para nos tornar semelhantes a Cristo, desejar mais as coisas de Deus e tirar nosso coração das coisas deste mundo. Eu acredito que a maioria da congregação pensa assim.

“Nada acontece no mundo se não for da vontade de Deus. Jesus disse no sermão escatológico (Mateus 24) que epidemias, guerras, pragas, fomes e terremotos acontecerão antes da vinda do Senhor. Essas coisas ocorrem para nos fazer perceber que somos fracos e pecadores, incapazes de controlar nosso destino, e nos fazer olhar para Deus e buscar ajuda dele. Um único vírus, em questão de meses, trouxe o caos ao mundo inteiro e abalou a civilização da humanidade até as fundações. Quão fraca, frágil e vulnerável é a humanidade! Desastres como esse nos ajudam a ver nossa total cegueira diante de nossa situação real e a repensar nosso otimismo e nossa esperança no homem.

“Isso não significa que, no meio de todo esse sofrimento, nosso Deus não sinta compaixão por quem está sofrendo. A mesma Bíblia que mostra que ele governa as nações também diz que simpatiza com os pobres, os aflitos e os necessitados. No meio de tudo isso, ele está abençoando cada pessoa de maneiras que, por enquanto, não podemos perceber ou entender. Existem muitos relatos de pessoas que encontraram Deus no meio da crise, outras que aprenderam a amar seus vizinhos e a ajudar com suas necessidades. Nosso Deus está sempre presente, na calma e na tempestade. Vivemos coram Deo – na presença de Deus.”

Reportagem adicional de Diane Jeantet, da Associated Press

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Books

CT em Português: O Coronavírus e a Igreja

O que a Bíblia diz sobre COVID-19? O que devemos fazer em resposta? Leia aqui.

Christianity Today April 5, 2020
Illustration by Mallory Rentsch / Source Images: Ezra Acayan / Stringer / Mario Tama / Staff / Getty Images / Nagesh Badu / Unsplash

Esta é uma coleção de artigos da CT, traduzidos para o português, sobre o coronavírus e o papel da Igreja frente a este desafio:

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Books

Descobri na Itália o Poder de Três Tipos de Oração

Salmos de lamento pareciam exagerados antes do COVID-19. Mas, em meio a 10.700 mortes, minha igreja em quarentena em Roma se identifica mais do que nunca com Davi.

Um mural dedicado a todos os profissionais de saúde da Itália, em uma das paredes do Hospital Papa Giovanni XXIII em Bergamo, cidade epicentro do surto de COVID-19 no país, próximo a Milão.

Um mural dedicado a todos os profissionais de saúde da Itália, em uma das paredes do Hospital Papa Giovanni XXIII em Bergamo, cidade epicentro do surto de COVID-19 no país, próximo a Milão.

Christianity Today March 29, 2020
Emanuele Cremaschi / Stringer / Getty Images

A pandemia do COVID-19 mudou a maneira como os cristãos italianos oram e vivem sua fé, numa nação que chora a morte de mais de 10.700 pessoas – o maior número de mortes no mundo – entre 97.600 casos confirmados, perdendo apenas para os Estados Unidos [em 29 de março].

Durante a quarentena não podemos mais nos reunir aos domingos ou mesmo socialmente em pequenos grupos. Viagens e casamentos foram suspensos, assim como a maioria dos estabelecimentos comerciais. Se alguém for pego fora de casa sem um motivo contundente, estará sujeito a uma multa pesada.

Mas esta temporada de afastamento nos ajudou a descobrir três facetas da oração que nós facilmente negligenciamos em tempos de abundância.

1) Orações de Lamento

Salmos de lamento pareciam exagerados há um mês atrás. Por exemplo, a queixa de Asafe de que Deus fez seu povo “beber copos de lágrimas” poderia parecer um pouco exagerada; O clamor de Davi a Deus perguntando “até quando esconderás de mim o teu rosto?” era uma realidade distante.

Mas, à medida que as nações lutam para conter uma pandemia que causa medo e ansiedade, o lamento parece ser bastante apropriado para todos nós. Em março de 2020, o Salmo 44 parece perfeito:

Desperta, Senhor! Por que dormes?
Levanta-te! Não nos rejeites para sempre.
Por que escondes o teu rosto e esqueces
o nosso sofrimento e a nossa aflição?
Fomos humilhados até o pó;
nossos corpos se apegam ao chão.
Levanta-te! Socorre-nos!
Resgata-nos por causa da tua fidelidade.

Poucos cristãos ocidentais já experimentaram a pobreza, a injustiça ou a perseguição. Conseqüentemente, nossa adoração normalmente reflete as inclinações de indivíduos de fartos recursos em tempos de prosperidade e paz: é bem comportada e convencional. Sim, sofremos no âmbito pessoal; no entanto, raramente nosso culto corporativo é alimentado por protestos e luto diante de Deus.

O lamento é o sofrimento transformado em oração. É a adoração de pessoas que perderam o chão e se sentem deslocadas. Historicamente, é a oração das minorias, dos pobres e dos perseguidos – de pastores chineses em celas de prisões e escravos negros cantando a justiça e a volta de Cristo.

Se o lamento parecia estranho para a maioria dos italianos há cerca de um mês, pastores têm identificado ecos de histórias bíblicas no que está acontecendo atualmente no país. “Ver esposas que não podem realizar os ritos fúnebres ou dizer adeus aos seus maridos me faz pensar em como Jesus foi enterrado às pressas e nas mulheres que voltaram ao seu túmulo para ungir seu corpo.” Gaetano di Francia, diretor da União das Igrejas Bíblicas Cristãs na Itália, me disse. “Não fechar esse ciclo produzirá uma dor ainda mais profunda.”

A linguagem do lamento pode ser uma das lições difíceis que os cristãos podem aprender com essa crise. Pode ajudar os crentes a se distanciarem da espiritualidade do centro e aprenderem a espiritualidade das margens (como o pastor Abraham Cho nos ensina).

2) Orações de Intercessão

Nunca passei tanto tempo em oração intercessória como atualmente. Tenho vergonha de confessar que, no passado, muitas vezes já disse a pessoas “Estarei orando por você”, mas depois me esqueci.

Mas agora que o vírus arrasa a Itália, fico emocionado com imagens de médicos sobrecarregados e pessoas em hospitais improvisados. Um membro de nossa igreja ficou gravemente doente, mas o pronto-atendimento o preteriu por estar atendendo a muitos casos do novo coronavírus.

Não posso encontrá-lo ou impor as mãos sobre ele devido à quarentena nacional em vigor, mas tenho orado por sua recuperação. Enquanto igreja, temos orado por médicos, criamos um fundo para assistir aos necessitados de ajuda financeira e também temos jejuado pelo nosso país.

A crise do coronavirus uniu os evangélicos italianos, que observaram um Dia Nacional de Oração no último domingo [22 de março]. “Pentecostais, reformados, wesleyanos, batistas, congregacionais, entre outros, se encontraram aos pés do Senhor unidos pelo Espírito Santo”, me disse Giacomo Ciccone, presidente da Aliança Evangélica Italiana.

“É como se Deus tivesse preparado líderes e denominações em todo o país para se unirem em oração pela nação e pela igreja”, disse-me Leonardo de Chirico, vice-presidente da aliança. “Foi um evento muito fácil de organizar. Não foi necessário convencer ninguém; todos já estavam empolgados a respeito.” Mila Palozzi, uma pastora na minha congregação em Roma, a igreja Hopera, concorda que os evangélicos têm o desejo de se unirem.

“Na Terra Prometida Israel se via como um conjunto de tribos, mas no exílio se via como uma nação”, falou. “Assim também está acontecendo com a Itália: esta crise está causando uma união entre igrejas e tribos diferentes para juntos orarem como um só corpo pelo nosso país.”

É uma amostra do espírito de unidade e intercessão que está se espalhando pelo mundo. Por exemplo, neste domingo [29 de março] a Aliança Evangélica Mundial convocará um Dia Global de Jejum e Oração.

3) Orações do Silêncio

No entanto, as notícias são tão sombrias e o sofrimento tão global nos dias de hoje que podemos nos sentir pequenos em nossa oração. Como minhas orações podem fazer jus a esse momento? Nossa resposta honesta pode ser: “Senhor, estou pasmo. Eu não sei o que dizer.”

Quando vi caminhões do exército levando corpos para serem cremados porque não havia mais espaço em cemitérios em algumas partes da Itália, fiquei sem palavras.

Mas, confiar no Senhor é válido. Colocar nele nossa confiança silenciosa é uma oração legítima. Quando Paulo escreve sobre nossa fraqueza e sofrimento presente ele declara:

“Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.” (Rom. 8:26-27, NVI)

Quando palavras nos faltam, podemos nos aquietar e saber que Deus é Deus.

“Como família nós escolhemos preencher nossos silêncios cheios de dúvidas com as promessas certas de Deus,” Stefano Picciani, um pastor da igreja Stadera em Milão, me disse. “A declaração de confiança de Asafe no Salmo 73 – ‘Contudo, sempre estou contigo’ – preenche com palavras nossas orações.”

Desejamos, com certeza, retornar à normalidade e ao culto corporativo. Imagine as festas celebrando a vitória e o apertar das mãos!

Quando esta pandemia for derrotada muitos ecoarão o senso de alívio do Salmo 126 (“Aqueles que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão.”) e a alegria do Salmo 150 (“Todo ser que respira, louve ao Senhor.”).

Mas, paralelamente às celebrações, será sábio lembrarmos das orações que fizemos neste tempo de doença. Que esta pandemia humilhe nossos corações e nos ensine a oração dos fracos, dos ansiosos e dos sem-palavras.

René Breuel é pastor fundador da Hopera, uma igreja em Roma, Itália, e autor de The Paradox of Happiness (O Paradoxo da Felicidade).

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Church Life

Sua Igreja Deveria Parar De Se Reunir Para Combater o COVID-19?

Um especialista em saúde global compartilha como três igrejas em Seatle decidiram, e oferece ferramentas para sua congregação se posicionar.

Christianity Today March 19, 2020
Illustration by Mallory Rentsch / Source Image: Lauren DeCicca / Stringer / Getty Images

Enquanto escrevo esse texto, meu coração está muito pesado. Acabo de passar a segunda manhã de domingo seguida na Quaresma na minha sala de estar com minha esposa, assistindo a uma transmissão ao vivo do culto da minha igreja. A igreja estava vazia porque, na sexta-feira passada, o Departamento de Saúde Pública do Condado de King, no estado de Washington, enviou um aviso às organizações religiosas, recomendando que se suspendessem todas as reuniões com 50 ou mais pessoas. Praticamente todas as igrejas na área de Seattle já suspenderam seus cultos presenciais, juntamente com a maioria das outras atividades da igreja. Como a igreja evangélica que frequento tem mais de 1.500 membros que se dividem entre quatro cultos todos os domingos, transmitimos ao vivo nossos cultos. Enquanto este artigo estava sendo preparado para publicação, o governador Jay Inslee elevou o tom, proibindo reuniões com mais de 250 pessoas em três condados da região metropolitana, e a OMS declarou a COVID-19 uma pandemia global.

Mas o peso em meu coração não é porque não pude me reunir com outras pessoas para cultuar (por mais que goste da adoração comunitária). É porque posso ver para onde a epidemia do COVID-19 nos levará, enquanto a maioria das pessoas em nossa sociedade e igrejas não. Dezessete anos atrás, eu trabalhava para a Organização Mundial de Saúde (OMS) em Pequim quando a epidemia de coronavírus SARS eclodiu na China. Fui responsável por liderar grande parte do apoio da OMS à China e trabalhei 24 horas por dia por mais de três meses para ajudar a conter essa epidemia. Vi em primeira mão os efeitos da SARS no povo da China, os extraordinários esforços de distanciamento social empreendidos pelo governo e o custo que a sociedade pagou para conter essa epidemia.

Depois de trabalhar para a OMS e em seguida para a Fundação Bill e Melinda Gates na China, minha esposa e eu nos mudamos para Seattle em 2015 para liderar o trabalho da fundação para controlar a tuberculose em diversos países. Por cerca de 25 anos tenho respondido a um chamado como seguidor de Cristo para impedir a propagação de doenças e trabalhado para eliminá-las, e em fidelidade a esse chamado exorto meus irmãos e irmãs em Cristo para levar a sério essa epidemia e dar uma resposta.

Quando o COVID-19 apareceu pela primeira vez publicamente na China em janeiro, isso não foi um problema para a maioria das igrejas na área de Seattle. No entanto, houve certa ansiedade nas igrejas chinesas locais, porque o Festival da Primavera Chinês estava acontecendo e vários de seus membros estavam indo e voltando da China. Os membros das igrejas estavam extremamente preocupados em serem infectados por algum viajante vindo da China, e o número de pessoas no domingo diminuiu pela metade. A liderança de uma grande igreja evangélica em sua maioria de etnia chinesa me pediu para ajudar a orientar a resposta local da igreja. Posteriormente, a igreja americana que eu freqüento, que atrai membros de uma ampla base geográfica, fez o mesmo pedido, juntamente com uma igreja menor de periferia profundamente envolvida em sua comunidade local por meio de programas de serviço como escoteiros, creches e trabalho com jovens.

Ao trabalhar com essas igrejas, cada uma com abordagens distintas sobre o engajamento no Reino, aprendi que uma resposta robusta da igreja exige um entendimento adequado de como o COVID-19 se espalha e afeta as pessoas, como proteger a nós mesmos e aos outros de serem infectados e como avaliar adequadamente os riscos que enfrentamos em nossas comunidades.

Compreendendo como o COVID-19 se espalha e seus efeitos

Vários fatores se uniram e foram propícios para que o COVID-19 invadisse nossas comunidades de maneira eficaz e furtiva e sem aviso prévio.

Primeiramente, é difícil saber se você tem COVID-19 ou apenas o resfriado comum. 80% das pessoas com COVID-19 apresentam sintomas leves como febre, tosse, coriza e cansaço geral, que são sintomas característicos de um resfriado comum. Isso significa que uma pessoa pode estar carregando e transmitindo o vírus sem saber.

Em segundo lugar, você não precisa estar perto de uma pessoa infectada para se infectar. As pessoas infectadas podem tossir e gerar gotículas respiratórias, que depois se alojam em superfícies próximas. Uma pessoa com o vírus nas mãos pode transmitir o vírus para a maçaneta quando abre uma porta. Como esses vírus podem sobreviver nas superfícies por várias horas, as pessoas que tocam uma superfície com o vírus e depois tocam o nariz ou os olhos podem ser infectadas.

Em terceiro lugar, cerca de 20% das pessoas infectadas desenvolvem uma doença mais grave e podem precisar ser hospitalizadas; 3% de todos os infectados chegam a óbito. No entanto, o vírus é particularmente agressivo entre idosos e pessoas com doenças crônicas, resultando em uma taxa de mortalidade significativamente maior para esses indivíduos mais vulneráveis.

Por fim, esse vírus é particularmente difícil de controlar porque causa complacência entre a grande maioria das pessoas infectadas, o que facilita sua propagação, causando maior dano aos indivíduos mais vulneráveis.

Para aumentar a dificuldade, atualmente não temos kits de testagem suficientes para diagnosticar esta infecção. No momento, em Seattle, não há testes suficientes para os internados com pneumonia no hospital. Embora mais testes sejam disponibilizados em breve, precisamos disponibilizá-los amplamente em para que qualquer pessoa que necessite fazer o teste possa fazê-lo. Só então poderemos ter uma ideia do tamanho real desse surto, que é o que precisamos para poder contê-lo.

Como proteger a nós mesmos e aos outros do COVID-19

Neste momento, você provavelmente está em busca de boas notícias. Felizmente, há algumas.

Primeiro, sabemos que é possível proteger a nós mesmos e aos outros de serem infectados. No entanto, as instruções são tão simples que subestimamos quão eficazes elas podem ser: lave as mãos com frequência, evite tocar seu rosto, seja amigável, mas não aperte as mãos, afaste-se das pessoas doentes e fique em casa quando estiver doente.

Você não precisa ter medo quando alguém estiver tossindo perto de você. Se essa pessoa não tossir diretamente em sua direção e estiver a cerca de dois metros de distância, os vírus não o atingirão porque estão em grandes gotículas respiratórias que caem no chão. O vírus não flutua ou circula no ar.

Segundo, o vírus pode ser derrotado. Em todo o mundo, existem muitos exemplos de COVID-19 entrando em uma comunidade e não se alastrando – tudo porque as pessoas aplicam princípios básicos de saúde pública. Não há nada demais em identificar e isolar rapidamente os casos infecciosos e as pessoas com quem tiveram contato. Mas funciona. No entanto, isso precisa ser feito de forma agressiva e eficaz desde o início.

Infelizmente, o que vemos repetidas vezes é que a resposta chega atrasada. Quando o vírus ganha uma posição na comunidade, derrotá-lo requer um distanciamento social muito mais agressivo. Acredito que esse vírus já esteja firmemente estabelecido em muitas de nossas comunidades. Mesmo assim, muitas igrejas relutam em agir. Quando um surto sai de controle – como os da China, Coréia do Sul e norte da Itália – são necessárias medidas extremas de distanciamento social, como bloquear cidades ou regiões. Mas o custo social desse distanciamento extremo é sempre alto, sem mencionar o custo econômico.

Ferramentas simples são necessárias para formular uma resposta

Como parte de nossa missão neste mundo, a igreja pode ser um agente importante na prevenção de doenças e proteção dos mais vulneráveis. Somos parte integrante da nossa comunidade e muitos contatos sociais são realizados em nossas igrejas. Se conseguirmos identificar os primeiros sinais de um surto local de COVID-19, podemos ajudar a proteger os de dentro e os de fora de nossas igrejas. No entanto, já trabalhei com iniciativas de controle de doenças o bastante para saber que não basta convencer as pessoas de que devem agir. As pessoas precisam receber ferramentas simples para ajudá-las a agir.

As igrejas nos EUA estão em território desconhecido no que diz respeito a como responder à atual epidemia. Todos nós continuaremos a aprender à medida que essa epidemia evoluir. Mas, com base na minha experiência recente, aqui estão duas ferramentas simples para ajudar as igrejas a tomar boas decisões em tempo real: (1) uma maneira simples de avaliar que tipo de ações uma igreja deve tomar com base no risco local de transmissão; e (2) um guia que pode ajudar as igrejas a desenvolver um plano específico para prevenir a contaminação e aumentar o distanciamento social que pode ser implementado assim que necessário.

Como determinar o risco e a resposta da sua igreja

À medida que os casos de COVID-19 aumentam, vemos muita ansiedade e incerteza sobre o que a igreja deve fazer. Mas nossas respostas podem ser baseadas em princípios epidemiológicos sólidos. Gosto de usar imagens de semáforos para ajudar as igrejas a pensarem sobre o risco local de transmissão e que tipo de ações devem ser tomadas (veja a figura). Afinal, toda a transmissão desse vírus ocorre de forma local. Suas ações não devem se basear no que está acontecendo a 80 km de distância; elas devem se basear no que está acontecendo em sua comunidade específica.

Sua igreja está em uma zona de "luz verde" quando não há casos conhecidos de COVID-19 em sua comunidade. O que você deveria estar fazendo?

  • Implementar todas essas medidas de higiene chatas, mas eficazes, como lavar as mãos e ficar em casa quando estiver doente.
  • Educar sua igreja sobre o COVID-19 – seus sintomas, como ele se espalha, como afeta os idosos e as pessoas com doenças crônicas e o que eles podem fazer para se proteger contra a infecção.
  • Promover discussões dentro da igreja e fazer planos concretos para mudar, suspender ou substituir as atividades da igreja, conforme necessário. A liderança da igreja deve estar envolvida nesse processo. Agora é a hora de estabelecer uma boa base em preparação para o que a igreja poderá enfrentar a seguir.

Devido à enorme mobilidade das pessoas e à facilidade de se viajar hoje em dia, muitas comunidades começaram a ver os casos COVID-19 importados para seu meio. Assim que um caso de outra comunidade entra na sua comunidade, sua igreja fica na zona de "luz amarela". Se ninguém que entrou em contato com este caso estiver infectado, isso indica que não houve mais transmissão do COVID-19. Quando uma ou mais pessoas são infectadas, mas ninguém mais na comunidade é, isso significa que a transmissão não se espalhou para a comunidade em geral. A igreja ainda está na zona amarela. Nesse ponto, o que sua igreja deveria estar fazendo?

  • Se sua igreja ainda não estabeleceu um plano de resposta concreto, faça-o agora.
  • Comece a implementar este plano, modificando algumas atividades para reduzir o risco e informe a igreja inteira sobre isso.
  • Estabeleça um sistema para comunicar rapidamente quaisquer mudanças nas atividades da igreja a toda a congregação.
  • Seja hipervigilante e verifique regularmente com as autoridades de saúde pública local sobre casos adicionais que podem levar sua comunidade e igreja à zona de "luz vermelha".

Sua igreja se muda para a zona de “luz vermelha” assim que um morador de sua comunidade é infectado, mas não viajou recentemente para outra área com casos e não pode ser vinculado a nenhum outro caso. Isso gera alarme porque significa que a transmissão na comunidade não havia sido detectada anteriormente. Os epidemiologistas chamam isso de transmissão comunitária. Uma comunidade também está na zona vermelha quando várias gerações de transmissão comunitária são vinculadas a um caso importado. Assim que você estiver na zona vermelha, sua igreja deve fazer o seguinte:

  • Implementar várias medidas de distanciamento social e proteger os grupos vulneráveis.
  • À medida que mais transmissão comunitária ocorre, interrompa temporariamente mais e mais atividades, incluindo o culto público, e, se possível, passe a fazer a transmissão ao vivo ou o culto em pequenos grupos.
  • Preste atenção nas recomendações ou diretrizes das autoridades de saúde pública locais; você pode ser solicitado a limitar as reuniões sociais.

Como decidir sobre as atividades da sua igreja

No meu trabalho com as três igrejas em Seattle, percebi que todas elas tiveram dificuldades com opiniões diferentes sobre quais atividades suspender ou modificar ao planejar sua resposta ao COVID-19, então desenvolvi um guia para ajudá-los. Usando uma planilha, listamos as atividades da igreja, pensamos em possibilidades de uma possível transmissão do vírus durante cada atividade, classificamos os riscos, sugerimos modificações ou substitutos e depois tomamos decisões sobre cada uma (veja a figura para um exemplo).

O ponto chave é descobrir como a transmissão, direta ou indireta, pode ocorrer através de cada atividade. Lembre-se de como o COVID-19 é transmitido. Ao avaliar o risco de transmissão direta, pergunte: Qual a probabilidade das pessoas tossirem, espirrarem ou gerarem gotículas respiratórias que farão contato com as outras pessoas? Qual a probabilidade de contato direto com as mãos? Atividades como cantar, conversar de perto, apertar as mãos e abraçar oferecerão maior risco. Para diminuir o risco, considere aumentar a distância entre as pessoas, de preferência em cerca de 2 metros.

Ao avaliar o risco de transmissão indireta, pergunte: Qual a probabilidade das pessoas tocarem em superfícies que poderiam estar infectadas? Atividades que envolvem contato com superfícies, como oferecer pratos, recolhimento de ofertas, Bíblias e garrafas de café aumentam o risco. Para diminuir o risco, implemente a lavagem frequente das mãos e o uso de álcool gel.

Considere as faixas etárias envolvidas ao planejar quais atividades modificar ou suspender. O risco muito maior de doenças graves entre idosos e pessoas com doenças crônicas significa que precisamos dar atenção especial a esses grupos na proteção contra a contaminação.

Lembre-se de que a decisão sobre quais atividades da igreja modificar, suspender ou substituir depende em grande parte do nível de transmissão comunitária (ver tabela acima). Se o nível estiver baixo, você pode apenas modificar algumas atividades, mas não suspender nenhuma. Porém, à medida que o nível de transmissão comunitária aumenta, suspender atividades é o mais apropriado, porque é cada vez mais provável que uma pessoa que não sabe que está infectada entre na igreja. Por fim, siga as recomendações das autoridades de saúde.

Ao usar essa abordagem, um pastor disse: "Entendemos que o ministério infantil era de alto risco, porque as crianças estão constantemente se tocando e não podemos controlar isso. Se eles espalharem a infecção entre si, poderão levá-la para a casa de seus pais e avós. Além disso, muitos de nossos professores são idosos e não queremos que eles sejam infectados. Então, rapidamente decidimos suspender a escola dominical infantil. ”

Um líder de igreja disse: “Nosso coral conta com a participação de pessoas de todas as idades. Porém, com o canto durante os ensaios ou em pé em fila cantando durante o culto, havia um risco médio a alto de transmissão. Por isso, decidimos substituir o coral por um quarteto, principalmente porque alguns membros do coral eram idosos. ”

Um pastor executivo disse: “Eu estava recebendo ligações e e-mails de líderes de ministérios específicos perguntando o que fazer com suas atividades. Foi realmente útil listar todas as atividades e revisar o risco de transmissão de cada uma. Assim pudemos comparar o risco de uma atividade com o de outra. Isso nos ajudou a sermos consistentes ao tomar decisões sobre atividades específicas, e fomos capazes de comunicar claramente por que tomamos tais decisões. Foi muito útil para nossa equipe. ”

Ao desenvolver o plano de resposta de sua igreja, mantenha a linha de comunicação aberta com os membros da igreja. A ansiedade de alguns membros diminui quando eles sabem que sua igreja está elaborando um plano. Eles podem entender melhor a lógica por trás do processo de decisão da igreja e se sentirão mais confortáveis ​​sabendo que ela é baseada em boa ciência. Desenvolva um processo de comunicação, pois as decisões geralmente precisam ser tomadas em tempo real e depois comunicadas de forma clara e eficaz à congregação.

Sua igreja precisa ter um plano de resposta hoje

Refletindo sobre a nossa experiência em Seattle nas últimas semanas, fico impressionado com a rapidez com que esse surto decolou. O COVID-19 atingirá muitas comunidades com força e rapidez. Não há tempo a perder. Sobre a propagação do vírus, “muito ajuda quem não atrapalha” – esse é um ditado relevente nesse contexto quando pensamos que as atividades de nossas igrejas podem facilitar a transmissão do vírus. Usando as ferramentas descritas acima, baseadas em nosso entendimento atual sobre o COVID-19, nossas igrejas podem ter um plano de resposta para proteger rapidamente a nós mesmos e aos mais vulneráveis ​​entre nós. Ao implementar esse plano, nossas igrejas podem desempenhar um papel importante ao conter a maré dessa epidemia e reduzir seus danos à sociedade.

As medidas discutidas aqui são reconhecidamente dotadas de boas abordagens em práticas de saúde pública e epidemiológicas e também um auxílio para tomada de decisões, mas mostram pouca empatia e envolvimento com aqueles que têm o vírus e estão sofrendo com seus efeitos mais potentes. Espero que, tendo entendido como o vírus se espalha e causa danos, nosso plano de resposta também possa incluir maneiras de servir com compaixão os doentes, cuidar dos mais vulneráveis ​​e contribuir para nos tornarmos uma congregação mais sensível e comprometida com as necessidades do mundo.

Daniel Chin é médico formado em medicina, epidemiologia pulmonar e cuidados intensivos, com 25 anos de experiência em saúde pública global. Em 2003, ele liderou grande parte do apoio da OMS à China para conter a epidemia de SARS.

Nota do editor: para casos globais atualizados de COVID-19, siga este mapa da Universidade de Washington ou este mapa da Universidade John Hopkins. É provável que os números de casos sejam mais altos do que os reportados devido à transmissão comunitária ou a casos leves que não foram testados, mas o autor e especialista em saúde global Daniel Chin salienta que esses casos provavelmente ocorrem onde vemos o vírus já se agrupando. Portanto, as áreas sem casos ou com baixo número de casos ainda não estão na mesma categoria de risco que outras, como o estado de Washington ou Nova York. No entanto, presumindo que o número de casos aumentará à medida que a testagem continuar, os locais de menor risco devem planejar uma resposta agora.

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7 Lições das Igrejas de Singapura Para Quando o Coronavírus Chegar

Conselhos dos cristãos na “Antioquia da Ásia” sobre como sua congregação pode sobreviver—e prosperar—em meio ao surto de COVID-19.

Christianity Today March 11, 2020
Illustration by Mallory Rentsch / Source Images: Courtesy of Cornerstone Community Church / Faith Community Baptist Church / City Harvest Church / Grace Assembly of God

Lojas sem estoque de desinfetante, comida enlatada, papel higiênico e água. Briga para comprar as poucas unidades disponíveis de máscaras faciais. Desaprovação da população para com as igrejas que continuam se reunindo para o culto, com acusações de falta de “responsabilidade social”.

O vírus COVID-19 se espalhou rapidamente da Ásia para a Europa e América do Norte na última semana, trazendo consigo um nível de pânico e angústia—em todos os lugares, desde o supermercado até o mercado de ações e a igreja local—não vistos há bastante tempo. A contagem global agora é de mais de 125.000 infectados e mais de 4.600 mortos.

As igrejas de Singapura, que Billy Graham chamou de “Antioquia da Ásia”, já superaram a ansiedade que agora varre o mundo. Em 7 de fevereiro, o governo local elevou seu nível nacional de avaliação de risco de Amarelo para Laranja, indicando “interrupção moderada” na vida cotidiana—e em particular para grandes concentrações de pessoas.

O dia 7 de março marcou o aniversário de um mês de Singapura—que teve 166 casos, mas nenhuma morte—ter entrado no nível Laranja. Isso significa que, no mês passado, as igrejas locais—que representam cerca de 1 em cada 5 cingapurianos—foram forçadas a um longo período de autoexame, reflexão e ação.

O processo não foi direto, com um pastor sênior contaminado pelo coronavírus (e posteriormente liberado), denominações inteiras cancelando cultos, fechamento de jardins de infância em igrejas e discussões online acaloradas—em uma nação que impõe de forma rígida a harmonia religiosa—sobre como a situação está sendo tratada pelos líderes da igreja.

Para ajudar igrejas nos Estados Unidos, Itália, Brasil e outros países que agora enfrentam decisões com as quais as igrejas da China, Coreia e Singapura estão lidando há semanas, aqui estão sete lições que a igreja de Singapura aprendeu durante o último mês:

1) A adoração em sua igreja mudará. Se agarre firmemente ao que é sagrado—e se desapegue de todo o resto.

As congregações são frutos de hábitos.

As igrejas são construídas sobre tradições, liturgias e ordem no culto. Com o tempo, a linha entre o que é fundamental para a fé e o que é meramente resposta institucionalizada fica difícil de distinguir.

A ceia precisa ter vinho e pães sem fermento para ser considerada santa? Se você realmente não coloca as mãos em alguém, as orações de cura ainda são eficazes? Uma igreja precisa se reunir fisicamente para ser considerada uma congregação? Toda igreja, e todo membro da sua igreja, terá pontos de vista diferentes sobre essas perguntas muitas vezes não discutidas. O surto de COVID-19 apresenta um momento necessário de avaliação doutrinária.

Muitas equipes pastorais e juntas de igrejas de Singapura se reuniram várias vezes no último mês para tratar do que é inegociável aos olhos de Deus.

“A maior lição para mim foi percorrer o caminho entre medo e sabedoria”, disse o pastor Andre Tan, da The City Church. “É especialmente difícil, pois o medo geralmente tem uma maneira de se disfarçar de sabedoria. Quantas medidas de precaução devem ser consideradas, na verdade, julgamento sensato e quantas são um exagero, de tal forma que geram medo e ansiedade irracionais?

“É um caminho difícil de se trilhar, pois tivemos que transmitir segurança aos nossos membros—por meio da implementação de medidas de saúde recomendadas—e ao mesmo tempo não sucumbir ao clima cultural de medo, ansiedade e autopreservação”, disse o pastor Tan à Christianity Today. “Procuramos fazer isso em todos os nossos avisos, nos certificando de que não estamos apenas comunicando medidas, mas também transmitindo uma visão de como ser povo de Deus neste momento.”

Em termos práticos, a resposta de uma igreja variará dependendo de sua doutrina, contexto local e exposição a casos suspeitos de COVID-19. Não há uma resposta correta: todos estão buscando a resposta mais apropriada neste momento incomum. As medidas que as igrejas de Singapura adotaram para manter os cultos incluem:

  • Medir a temperatura das pessoas nos cultos e reuniões menores.
  • Exigir declarações de viagem e registrar detalhes de contato dos visitantes para facilitar o rastreamento destas pessoas, se necessário.
  • Suspender reuniões de grupos mais vulneráveis, como idosos e crianças.
  • Suspender a celebração da Ceia ou mudar para alternativas como pão e vinho pré-embalados.
  • Não usar hinários para limitar pontos físicos de contaminação e usar telas de projeção.

Alguns optaram por suspender completamente seus encontros. A arquidiocese católica romana de Singapura deu um passo sem precedentes ao suspender a missa em suas 32 paróquias a partir de 15 de fevereiro, aconselhando os fiéis a continuarem a cumprir suas obrigações espirituais, acessando sermões on-line, passando tempo em oração e lendo a Palavra em casa. (A igreja católica, que representa cerca de 7% dos 5,8 milhões de pessoas de Singapura, anunciou que a missa será retomada em 14 de março).

2) Seja um líder forte. Seus membros irão precisar de orientação.

“Em momentos de crise, as pessoas procuram uma liderança”, disse Ian Toh, pastor da Igreja 3:16. “A primeira responsabilidade do líder é manter a calma. O pânico causa uma visão limitada, o que é terrível para a tomada de decisões. Uma liderança forte lembra às pessoas que Deus está no controle de todas as situações e que nunca há motivo para entrar em pânico.”

“A maior lição que aprendi sobre o COVID-19 é a necessidade de ser humilde enquanto líder de igreja”, disse Toh. “Há tanta coisa que eu não sei e preciso aprender. E isso aumenta meu desejo e minha necessidade de buscar a face do Senhor diariamente.”

À medida que o vírus continua a se espalhar globalmente, líderes religiosos em todo o mundo devem estar cientes de que seus rebanhos estão observando atentamente seus pastores. Sinais de fidelidade terão implicações muito tempo após o término da epidemia do COVID-19.

“Uma vez, um líder sênior me disse: ‘A atitude de um líder é uma afirmação teológica’”, disse Rick Toh [sem parentesco], pastor da Capela Yio Chu Kang. “Como líderes, precisamos ter uma postura teológica em todas as coisas. Precisamos colocar nossos medos diante de Deus e deixar que nossas atitudes sejam inspiradas pela fé e guiadas por uma teologia sólida. Não devemos permitir que doenças ou decretos terrestres norteiem nossas decisões, mas sim a doutrina.”

3) Não há melhor momento para incrementar o movimento tecnológico da sua igreja.

Mesmo com o governo de Singapura afirmando que uma mudança para o nível de avaliação de risco Vermelho é “improvável”, as igrejas locais fizeram melhorias em seus recursos de gravação de vídeo e transmissão ao vivo, se preparando do pior cenário de um bloqueio total.

Percebendo a necessidade, vários grupos criaram sites e seminários on-line com tutoriais gratuitos para as igrejas sobre como realizar uma transmissão ao vivo.

Por exemplo, a Sociedade Bíblica de Singapura firmou parceria com a ThunderQuote, uma startup relacionada a compras fundada por cristãos, para lançar o Streams of Life, um centro de recursos que lista várias opções de transmissão ao vivo classificadas por nível de dificuldade.

“É um momento muito oportuno para a ecclesia exercer sabedoria prática e explorar métodos criativos de ministério”, afirma a equipe do Streams of Life em seu site.

Do mesmo modo, o Singapore Bible College conduziu um workshop intitulado “Introdução à transmissão de mensagens instantâneas e transmissão de vídeo ao vivo”, enquanto o ministério Indigitous, que trabalha com meios digitais, fez uma parceria com especialistas em TI das igrejas para administrar um webinar chamado “Então você deseja transmitir seu culto ao vivo” através da plataforma de videoconferência Zoom.

As equipes de adoração e audiovisual das igrejas também estão enfrentando o desafio do licenciamento musical que a transmissão ao vivo apresenta. Muitos ministérios de louvor locais concederam permissão para as igrejas tocarem suas músicas em transmissões ao vivo, sem medo de problemas com direitos autorais ou licenciamento.

A Awaken Generation, fundada por Calvin e Alarice Hong, estava “profundamente ciente” de como as igrejas pequenas poderiam ter dificuldade em comprar licenças de transmissão ao vivo para seus cultos. “Dado o pano de fundo das coisas, simplesmente sentimos que não era hora de exercer nossos direitos legais na cobrança das taxas de comunicação ao vivo”, disse o grupo de louvor à Christianity Today. “Portanto, foi uma honra oferecer essas músicas para uso gratuito.

“As canções foram escritas pelo povo e para o povo de nossa nação, e foi nosso privilégio vê-las sendo usadas ​​como uma oferta, enquanto a nação se unia para interceder e quebrar as barreiras do medo.”

Os 7.500 membros da Associação de Estudos Bíblicos em Singapura mantiveram suas palestras e discussões semanais via Zoom.

A Igreja Batista da Comunidade da Fé (FCBC) decidiu suspender suas reuniões semanais desde meados de fevereiro como um ato de responsabilidade social. “Foi uma decisão muito difícil de tomar”, disse o pastor Daniel Khong. “Estávamos constantemente fazendo uma auto-avaliação para ter certeza de que não estávamos respondendo por medo e ponderando todas as várias considerações. Mas o prédio principal da igreja fica está localizado no meio de um bairro com uma população de cerca de 46.000 pessoas. Numa área tão densa isso pode se tornar um grande aglomerado para a propagação do vírus.”

Um resultado surpreendente: A mudança para a transmissão ao vivo parece ter fortalecido a comunidade da igreja, Khong disse a Christianity Today. “Muitos de nossos grupos de células têm se reunido em casas para assistir ao nosso culto ao vivo. Propositalmente, encerramos nossos cultos transmitidos ao vivo mais cedo, para que nossos grupos de células possam sair e orar pelo bairro. Muitos disseram que agora sentem um senso de responsabilidade pelo bem-estar espiritual de sua comunidade, e alguns até tiveram a oportunidade de compartilhar o evangelho com as pessoas que conheceram.”

Os membros da FCBC estão agora repensando sua compreensão de igreja, disse Khong. “A igreja hoje deve ser um povo de propósito que esteja disposto a ir além das restrições de ‘lugar’ ou de ‘programa’”.

4) Não há melhor momento para incrementar o entendimento de oração de sua igreja.

Ao meio-dia todos os dias desde o Dia dos Namorados (14 de fevereiro), os sinos históricos tocam na Catedral de St. Andrew, no coração do distrito cívico de Singapura, ao mesmo tempo que os alarmes telefônicos disparam pela ilha. É um sinal para os crentes que é hora de parar o que estão fazendo para um momento de união através da oração diante da ameaça do COVID-19.

“Em momentos assim, unidade é primordial”, disse LoveSingapore, um movimento local de unidade de oração e igreja, ao anunciar sua iniciativa PraySingapore @12. “Acreditamos no poder de concordarmos em oração. Em um tempo como este, precisamos que todos os crentes se levantem e busquem a Deus juntos por Singapura. Um ato profético, assim como o toque dos sinos da igreja, convocando os fiéis para a ação quando sua vila ou cidade é ameaçada.”

Em um movimento semelhante, as Assembleias de Deus de Singapura convocaram seus membros para estarem unidos em oração em suas igrejas às 19hs diariamente, em uma iniciativa denominada COVID–19:00.

“É crucial que, em tempos de crise, a igreja estabeleça um padrão”, disse Dominic Yeo, superintendente geral das Assembleias de Deus de Singapura e secretário da Irmandade Mundial das Assembleias de Deus. “Como sal e luz, a igreja precisa permanecer firme no Senhor para que outros possam ver a esperança que professamos.”

5) Espere reação negativa—de fora e de dentro da igreja.

Comentários inflamados sobre raça e religião são proibidos em Singapura sob a Lei de Sedição e a Lei de Manutenção da Harmonia Religiosa, que foi recentemente revisada. No entanto, desde que dois grupos propagadores de coronavírus se formaram em duas igrejas, e associações negativas se espalharem pela seita Shincheonji, responsável por grande parte do surto na Coreia do Sul, a igreja em geral tem passado por escrutínio enquanto os cristãos continuam a se reunir em reuniões relativamente grandes.

A crítica é lamentável, mas inevitável; não-cristãos não podem compreender os princípios e ensinamentos de nossa fé.

Mais dolorosas, porém, são as críticas recebidas de irmãos em Cristo com todas as decisões que seus líderes precisam tomar. Decida suspender os encontros e seja acusado de ter falta de fé. Decida continuar a se reunir e seja taxado de “socialmente irresponsável”.

Se você estiver pastoreando uma igreja em uma área onde ocorrer um caso de COVID-19, prepare-se para uma pressão sem precedente em todos os níveis: da diretoria, de sua equipe e dos que estão nos bancos. Eles responderão com base em suas próprias convicções de fé e opiniões de saúde pública. Esteja preparado para se aprofundar mais do que nunca na oração. Esteja pronto para a realidade de que suas decisões não agradarão a todos.

E esteja preparado para perder membros, independente de qualquer coisa. As igrejas em Singapura relataram um declínio na participação dos cultos entre 20 e 30%, com números ainda maiores optando por sair de reuniões de idosos e atividades infantis. Um consolo da experiência da igreja em Singapura é que você provavelmente terá a grata surpresa de ver muitos de seus membros se esforçando para se voluntariar e servir durante os cultos ou para abençoar a comunidade local.

A crise mostra o verdadeiro caráter de um cristão. A ansiedade em torno do COVID-19 permitirá que você realmente possa discernir o estado espiritual de seu rebanho, disse o pastor Benny Ho da Faith Community Church em Perth, Austrália, e um membro permanente do comitê do LoveSingapore.

“Se respondermos a essa crise da forma correta pode ser um momento decisivo para o discipulado da nossa nação”, disse Ho. “Diante de perigos iminentes, nossas prioridades são reorganizadas. Esta é uma ótima oportunidade para ter conversas profundas sobre o que estamos vivendo. Estamos apenas existindo ou estamos realmente vivendo? Estamos vivendo para as coisas certas? Estamos marchando ao som do ritmo certo? Somos governados por valores bíblicos ou mundanos? Estamos vivendo para o que realmente importa?”

6) Ame seu próximo. Boas ações terão grande alcance com um público amedrontado.

Embora grande parte da resposta do mundo secular ao vírus tenha sido voltada para ações interiores, motivadas pelo medo, os pastores de Singapura concordam que a situação do COVID-19 apresenta uma chance dada por Deus de brilhar em meio à escuridão do momento. No entanto, para que isso aconteça, a igreja deve olhar além de suas próprias preocupações e se despertar para a oportunidade do momento.

“Tendo implementado as medidas necessárias na igreja, percebemos que essa crise apresentava uma oportunidade de alcançar e ajudar a comunidade”, disse Lim Lip Yong, pastor executivo da Cornerstone Community Church.

Após um período inicial de adaptação à nova normalidade, as igrejas começaram a observar como suas comunidades locais foram afetadas. As necessidades são práticas—como educação em higiene pública para idosos—e emocionais, com o pânico e a incerteza predominantes nas semanas após os primeiros casos confirmados surgirem localmente.

“Uma das principais coisas que queríamos influenciar era a atmosfera presente na comunidade”, disse Lim à Christianity Today. “No início do surto, as pessoas agiram com medo. Em Singapura, muitos saíram às compras em pânico. Alguns profissionais de saúde foram expulsos do transporte público por medo de terem tido contato com pacientes infectados. Comentários altamente discriminatórios foram dirigidos a cidadãos chineses.

“Nunca poderemos evitar completamente esses elementos negativos na sociedade”, disse ele, “mas o que podemos fazer é garantir que haja mais vibrações positivas sendo geradas do que negativas. Por isso, enviamos nosso pessoal para cuidar—para ser gentil e fazer o possível para ajudar.”

Entre outras ações, sua equipe e membros da igreja procuraram trabalhadores migrantes—muitos dos quais não conseguiram ganhar a vida depois que os projetos foram cancelados devido ao medo do vírus—e motoristas de táxi, cuja atividade foi altamente impactada por pessoas que optaram por ficar em casa durante esse período.

Da mesma forma, os cristãos de Singapura iniciaram muitos atos de amor e bondade, incluindo:

  • Uma canção de esperança escrita por uma criança de 12 anos.
  • Ação de abençoar os trabalhadores da limpeza urbana.
  • Dar aos trabalhadores migrantes máscaras e vitaminas gratuitas.
  • Escrever milhares de bilhetes à mão para incentivar os profissionais de saúde.
  • Organizar uma campanha de doação de sangue para ajudar os bancos de sangue locais com pouco suprimento, à medida que as pessoas evitam hospitais.

Os vírus se espalharam rapidamente, reconheceu Lim. “Mas a gentileza também é contagiosa.”

Quem são os mais atingidos na sua região? Aqueles diretamente afetados pelo vírus? Aqueles cujos empregos foram interrompidos por medo do vírus? Aqueles emocionalmente cansados ​​e portanto impossibilitados de dar uma resposta? Muitas dessas portas estariam fechadas para a igreja, mas os cristãos em Singapura descobriram novas possibilidades de envolvimento através de atos de amor durante esta epidemia de coronavírus.

7) Em meio a todas as más notícias nas manchetes, as Boas Novas de Jesus Cristo são mais relevantes do que nunca.

“O mundo tem uma infecção por um vírus muito maior do que todos os vírus que já conhecemos ao longo de nossa história. Esse vírus é o pecado”, disse Edmund Chan, líder-mentor da Igreja Evangélica Livre da Aliança.

“E contra este vírus, não há absolutamente nenhuma esperança. Não há imunidade e nenhum sobrevivente. Ele infecta 100% de toda a raça humana. Ninguém é poupado disso.

“O mundo precisa de um Salvador. O mundo precisa de salvação.”

As manchetes que nos informam diariamente sobre o aumento das mortes locais e globais são lembretes diários de nossa mortalidade, forçando todos a olhar além das rotinas da vida e a considerar o que está além. Memento mori; todos nós um dia morreremos, seja pelo COVID-19 ou de alguma outra forma.

É urgente que nossas igrejas sejam capazes de olhar além das dificuldades atuais e procurar oportunidades de compartilhar a esperança que temos em Jesus.

“Precisamos de conversas sobre questões mais profundas”, disse Ben K. C. Lee, pastor da Igreja RiverLife. “O significado da vida e do nosso tempo nesta terra seria encontrado em prolongar e preservar a vida pelo maior tempo possível? Será encontrado em nos ocuparmos com coisas temporais: riqueza e conforto materiais? Ou será em cumprir o desejo de Jesus de ver todos os cômodos da casa de nosso Pai que Ele preparou serem ocupados?”

Tudo começa com uma expressão pública e visível da vitória e esperança que temos em Jesus. Há uma oportunidade sem precedentes de compartilhar a razão de nossa postura de fé em tempos de medo, disse Chua Chung Kai, pastor da Igreja Evangélica Livre da Aliança. “Não vivemos como os que não têm esperança—é disso que se trata o evangelho! Mas temos amigos, vizinhos e familiares que não conhecem essa esperança. Eles podem se abrir para compartilhar seus medos e preocupações durante essa crise”, disse Chua ao CT. “Como escreveu o profeta do Antigo Testamento, Daniel [em Dan. 12:3], ‘Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.”

O pânico é tangível. Mas o amor da igreja também pode ser, disse Chua. “Estes são momentos do evangelho. Nós podemos espalhar o amor, não o medo, nem o vírus. Não vamos desperdiçar essa epidemia.”

Edric Sng é fundador e editor dos sites cristãos Sal & Luz e Thir.st, e é pastor da Igreja Bethesda (Bedok-Tampines) em Singapura.

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