Como sua igreja pode reabrir com segurança até surgir uma vacina contra o coronavírus

Especialista em saúde global sugere plano em etapas para congregações voltarem a se reunir durante a pandemia.

Christianity Today May 7, 2020
Illustration by Mallory Rentsch / Source Images: Anshu A / Unsplash / WikiMedia Commons / MirageC / Getty Images

Nota do editor: Uma versão anterior informava que as pessoas não deveriam cantar durante as reuniões. A sugestão é usar uma máscara ao cantar ou conversar. Consulte a tabela atualizada para obter mais informações.

Os últimos quatro meses têm sido um período bastante incomum para o mundo contemporâneo. A disseminação de um novo coronavírus, o COVID-19, explodiu em todo o planeta. Em seu rastro, há fotos de prontos-socorros lotados, pacientes de UTI em respiradores e famílias sofrendo com a perda de seus entes queridos. Para limitar a propagação desse vírus, a maioria dos governos teve de implementar medidas de restrição para a população ficar em casa. Foi necessário implementar essa medida tão contundente porque muitos países simplesmente não estavam preparados para a rápida disseminação do vírus. Se nada fosse feito, o rápido crescimento das infecções teria sobrecarregado os sistemas de saúde e as mortes teriam aumentado rapidamente.

Durante esse período, igrejas em todo o país fecharam suas portas para cultos e eventos presenciais. Como em muitas ações preventivas, talvez nunca saibamos como isso limitou a disseminação do COVID-19. Mas estou certo de que a medida evitou muitas infecções e mortes que teriam ocorrido entre os membros e suas famílias e seus amigos.

Agora, com alguns estados e municípios diminuindo suas medidas de isolamento, o que tende a aumentar, nossas igrejas estão enfrentando um novo conjunto de decisões: quando retomar atividades ministeriais presenciais, e como fazer isso com segurança.

Neste artigo, proponho que o caminho a seguir seja adotar uma abordagem passo a passo, que ajude a igreja a cumprir seu chamado missionário, atender às necessidades de seus membros e proteger a saúde das pessoas na igreja e também em suas vizinhanças.

Nota: Igrejas em todas as partes do mundo enfrentam os mesmos desafios sobre quando e como retomar ministérios presenciais, à medida que as restrições impostas pelo governo diminuem. A abordagem descrita aqui é aplicável à maioria dos locais fora dos EUA, embora sempre exista necessidade de alguma adaptação local. O plano passo a passo, conforme descrito, não é difícil ou caro de implementar e pode ajudar a garantir um ambiente seguro para os membros das igrejas.

Decisões difíceis sobre quando e como retomar os eventos

A decisão de retomar as atividades presenciais é mais difícil do que a decisão inicial de interrompê-las. Quando a pandemia começou, as pessoas tinham medo do desconhecido e as igrejas eram obrigadas a seguir as determinações do governo, limitando aglomerações. Mas, após seis semanas ou mais de instruções para ficar em casa, as perdas de emprego estão aumentando, as pessoas estão ficando ansiosas em casa e cada vez mais há pedidos para que os governos relaxem suas restrições.

Embora os especialistas em saúde pública avisem que o país não possui os recursos de exames, rastreamento de pessoas e quarentena necessários para manter a pandemia sob controle, alguns estados estão afrouxando suas restrições e permitindo que atividades "não essenciais" sejam retomadas. Muitos governos estaduais não estão trabalhando em sintonia. Alguns líderes governamentais nos níveis nacional e estadual enviam mensagens contraditórias e, com as eleições tão próximas, essas importantes decisões estão sendo politizadas.

Com tantas vozes nos falando a toda hora, como as igrejas devem decidir o que fazer, em sua circunstância específica?

Agora, mais do que nunca, acredito que precisamos calar o barulho à nossa volta e ouvir a voz de Deus neste momento crítico.

Nossas diretrizes para a tomada de decisões

Para discernir o chamado de Deus para as igrejas com as quais trabalho em minha cidade, contei com duas diretrizes dadas por Deus para nos ajudar neste momento: verdades bíblicas e conhecimento científico.

O Grande Mandamento declara: "Amarás o Senhor teu Deus … e amarás o teu próximo como a ti mesmo." Durante essa pandemia, o amor por si mesmo é expresso pela maneira como nos protegemos de sermos infectados. Da mesma forma, o amor pelo próximo também é expresso pela maneira como os protegemos de serem infectados.

Mesmo quando nos concentramos na prevenção de infecções por COVID-19, no entanto, existem necessidades espirituais, emocionais e sociais que não devemos negligenciar – em nós mesmos e nos outros. Durante esse período de distanciamento social, talvez seja ainda mais importante que nossas igrejas atendam a essas necessidades.

Como discípulos de Cristo, essas necessidades são atendidas à medida que vivemos nosso chamado para adorar, orar, encorajar, testemunhar, discipular e servir. No entanto, agora devemos fazer isso de maneira a reduzir o risco de transmissão do COVID-19. Portanto, precisamos usar conhecimento científico sobre esse vírus para impedir sua propagação em nossas igrejas.

Conhecimento científico recente sobre o COVID-19

Com as melhores mentes do mundo trabalhando no COVID-19 no momento, existe um corpo de conhecimento científico em rápida expansão sobre esse vírus. Também estamos acumulando lições de muitos países sobre o que está funcionando na tentativa de controlar a disseminação do COVID-19 e o que não está. Algumas dessas ideias recentes são particularmente relevantes para a igreja, pois têm a ver com retomar as atividades presenciais.

Primeiro, entendemos melhor como o vírus se espalha

Contrariamente ao nosso entendimento inicial, agora sabemos que o COVID-19 pode ser transmitido antes que uma pessoa desenvolva sintomas. Isso explica por que o vírus se espalha tão fácil e furtivamente e complica muito os esforços para conter sua propagação.

Também sabemos que nem toda pessoa infectada contaminará outra pessoa. Outros fatores são necessários para facilitar a transmissão. Eles incluem:

  • Infecciosidade de um paciente com o COVID-19
  • Ações que aumentam a liberação de gotículas respiratórias e aerossóis no ar ao redor
  • Proximidade de uma pessoa infectada
  • Ambiente fechado com ventilação limitada para o exterior
  • Quantidade de tempo gasto com uma pessoa infectada
  • Tipo de interação social, como, por exemplo, mistura intergeracional

Quanto mais esses fatores estiverem presentes, maior será o risco de transmissão. Mas, quando podemos atenuar efetivamente esses fatores, o risco de transmissão diminui. (Veja a Tabela 1 abaixo).

Há evidências crescentes de que pessoas mais jovens e crianças são menos suscetíveis ao COVID-19. As crianças também são menos propensas a apresentar sintomas quando infectadas pelo COVID-19. No entanto, a quantidade de vírus que elas abrigam e sua capacidade de se espalhar para outras pessoas não parece ser diferente. Como as pessoas mais velhas são mais suscetíveis ao COVID-19, a implicação é que o contato entre diferentes gerações deve ser minimizado para reduzir a sua transmissão.

Segundo, sabemos muito mais sobre os efeitos nocivos do COVID-19

Inicialmente, a maior parte da atenção sobre o perigo do COVID-19 concentrava-se nos idosos, porque eles apresentavam uma taxa de letalidade mais elevada. Aprendemos, então, que adultos mais jovens com condições crônicas comuns, como hipertensão e diabetes, também têm um risco maior de complicações graves. Na verdade, quase 60% das internações hospitalares por COVID-19 nos EUA estão entre pessoas com menos de 65 anos de idade.

Um estudo recente relatou que 45% dos adultos americanos têm fatores de risco que os põem em risco de complicações sérias decorrentes do COVID-19. Como aqueles que frequentam nossas igrejas são, em média, mais velhos que a população em geral, uma proporção ainda maior de membros de nossa igreja corre o risco de complicações sérias decorrentes do COVID-19.

Terceiro, temos uma melhor compreensão de quais medidas de controle funcionam

Exames, rastreamento de pessoas e quarentena de objetos e pessoas podem acabar com a epidemia do COVID-19 sem um lockdown. No entanto, essas ações devem ser tomadas com muita rapidez e eficácia. Coréia do Sul e Taiwan vêm fazendo isso. Dentro de 2 a 3 dias após o início dos sintomas, os pacientes com COVID-19 são testados e a maioria de seus contatos é posta em quarentena. Isso funcionou porque a Coréia do Sul e Taiwan possuem um quadro bem treinado de rastreadores de pessoas, junto com vigilância eletrônica para localizar rapidamente tais pessoas e implementar a quarentena.

Há boas evidências de que o uso de uma máscara facial reduz substancialmente a liberação de gotículas respiratórias e aerossóis no ar circundante, mesmo quando uma pessoa tosse ou grita. O principal benefício do uso de uma máscara facial é reduzir a propagação do COVID-19 a partir da fonte de infecção, que seria uma pessoa infectada. Também há proteção limitada para uma pessoa suscetível à infecção. Máscaras caseiras são menos eficazes que as cirúrgicas, mas ainda são eficazes. Além disso, o uso de uma máscara facial evita que uma pessoa infectada esfregue o nariz e, em seguida, deposite vírus nas superfícies que ela toca.

Quarto, os especialistas concordam que o COVID-19 continuará nos EUA no futuro próximo, com níveis flutuantes de infecção na comunidade

Vários estados começaram a suspender as determinações para que a população fique em casa, apesar de os casos com COVID-19 permanecerem altos ou apenas começarem a baixar. Isso levará a um aumento da transmissão e de novos casos. Esse aumento pode ser mitigado pela realização extensiva de exames, rastreamento eficaz de pessoas e subsequente quarentena. No entanto, nenhum estado ainda consegue eficazmente realizar exames ou possui pessoal treinado para fazer de forma eficiente o rastreamento e a quarentena de pessoas.

Depois, há o desafio de o COVID-19 se espalhar de um estado para outro. Enquanto uma parte do país tiver uma epidemia mal controlada, os estados que reduziram significativamente seus casos de pandemia permanecerão vulneráveis à disseminação do COVID-19 em seu território.

Aplicação de conhecimentos científicos recentes para desenvolver um plano

Ao considerar a decisão de retomar as atividades presenciais, devemos primeiro reconhecer que a igreja é um ambiente de alto risco para a transmissão do COVID-19. Nossas atividades na igreja contêm vários fatores que facilitam a transmissão aérea do COVID-19 (Veja a Tabela 1 abaixo), e nossos membros correm maior risco de complicações sérias decorrentes desse vírus. Portanto, as igrejas devem ter um plano claro de quando e como retomar os encontros presenciais. Esse plano tem os seguintes objetivos:

  • Reduzir o risco de transmissão aérea do COVID-19 durante as atividades da igreja. (Veja a tabela abaixo)
  • Ser capaz de reativar ou cancelar as atividades da igreja, à medida que a infecção por COVID-19 na comunidade aumenta ou diminui
  • Ser capaz de identificar rapidamente contatos com uma pessoa infectada e ajudar a rastreá-los, se necessário
  • Retomar as atividades presenciais da igreja apenas quando houver evidência clara de declínio e baixo nível de infecção na comunidade
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Uma abordagem passo a passo para retomar atividades presenciais

Desenvolvi um plano de quatro etapas, que pode ser usado adaptando atividades da igreja. Esse plano passo a passo contém atividades que podem ser alternadas ou canceladas, dependendo do nível de infecção na comunidade.

Durante esta pandemia, o plano visa a ajudar nossas igrejas a:

  • Viver nosso chamado missionário
  • Atender às nossas necessidades sociais, emocionais e espirituais
  • Fornecer proteção contra o COVID-19
  • Apoiar o esforço mais amplo para conter o COVID-19

Ao adaptar esse plano à sua igreja, é muito importante seguir as diretrizes do governo local. Portanto, o número de pessoas autorizadas a se reunir, no caso de sua igreja, pode diferir deste meu plano, devido a restrições locais. As atividades na mesma etapa devem ser implementadas aproximadamente no mesmo nível de infecção na comunidade ou vizinhança da igreja.

A tabela inclui apenas algumas das atividades mais comuns da igreja. Ao tomar decisões sobre como outras atividades podem ser implementadas com segurança, considere os fatores na Tabela 1 e onde as atividades modificadas devem ser inseridas na Tabela 2.

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Vivendo nosso chamado missionário por meio de reuniões de pequenos grupos

À medida que as restrições de permanência em casa são diminuídas, primeiro, a reunião em pequenos números passará a ser frequentemente permitida. Portanto, reuniões de pequenos grupos devem ser a primeira atividade a ser implementada. Deveríamos nos entusiasmar com isso, porque as reuniões em pequenos grupos são uma maneira maravilhosa de viver o chamado de Deus para nós. Em pequenos grupos, podemos construir relacionamentos mais profundos uns com os outros, crescer na Palavra de Deus, promover um ambiente mais seguro para a responsabilidade mútua, e incentivar um ao outro a amar e praticar boas obras. Esses grupos podem alcançar muitos que preferem não entrar no prédio de uma igreja, mas aceitariam um convite para um lar. Eles também podem nos ajudar na preparação para retomar os cultos presenciais, com reuniões em grupo todas as semanas para cultuar e, em seguida, juntando-se a outros pequenos grupos para participar do culto presencial quando esse for retomado.

Assim como os cristãos perseguidos em Atos 8, que foram espalhados para fora de Jerusalém, n ossas atividades ministeriais foram espalhadas para fora do prédio de nossa igreja. Ao formar pequenos grupos fortes em nossas comunidades e nos organizarmos a partir deles, estamos construindo uma base sólida e flexível para o ministério da igreja como um todo.

O risco de transmissão da COVID nesses grupos é baixo. O risco pode ser reduzido ainda mais se mantivermos os membros do grupo constantes e dentro da mesma faixa etária. Quando a infecção na comunidade ainda é alta, o uso de máscaras faciais fornece uma camada adicional de proteção. Como os membros se conhecem, eles podem saber rapidamente se uma pessoa desenvolver sintomas típicos da COVID-19. Isso facilitará a rápida autoquarentena de outros membros do grupo.

Atendendo às nossas necessidades sociais, emocionais e espirituais

Todos precisamos de contato humano, mas, às vezes, esses contatos parecem superficiais. Essa pandemia oferece uma chance de construir relacionamentos mais profundos. Para reduzir o risco de infecção, devemos reduzir o número de pessoas com quem estamos em contato. Mas encontrar-se com as mesmas pessoas o tempo todo e encontrar-se apenas com pessoas da nossa faixa etária também reduz o risco de infecção.

Imagine essa estratégia como uma forma de criar pequenas bolhas de segurança em toda a igreja. Quanto mais membros permanecerem dentro de sua bolha, mais seguros todos estarão na congregação enquanto a infecção permanecer na comunidade. Reunir-se com o mesmo grupo de pessoas que estão na mesma fase da vida também pode atender melhor às nossas necessidades sociais, emocionais e espirituais.

Fornecendo proteção contra o COVID-19

Quando os eventos presenciais na igreja forem retomados, será essencial observar uma distância física de pelo menos 2 metros. Embora o distanciamento físico seja geralmente observado no nível individual, ele pode ser observado no nível de unidade social. Por exemplo, aqueles que vivem juntos são uma unidade social e não precisam estar fisicamente separados na igreja. Como uma unidade, eles podem ficar fisicamente separados de outras unidades sociais.

O uso da máscara facial pode ser muito útil. Como qualquer pessoa que entra em nossa igreja pode ser um propagador assintomático, colocar uma máscara facial em todos que entram na igreja pode reduzir a propagação do vírus. Para aumentar a proporção de usuários de máscaras, peça a todos que as usem. Isso tira o estigma do uso de máscaras faciais e usa a pressão do grupo para fazer com que todos as usem.

Como o uso de máscaras faciais, especialmente as caseiras, não impedirá toda a transmissão, ele não pode substituir a implementação de outras abordagens para reduzir a disseminação do COVID-19. Como o distanciamento físico geralmente não é prático para reuniões de pequenos grupos em uma casa, é importante usar máscaras faciais enquanto houver alto nível de infecção na comunidade.

Apoiando o esforço mais amplo para conter o COVID-19

Como o COVID-19 estará conosco no futuro próximo, a transmissão desse vírus poderá ocorrer durante o reinício das atividades presenciais da igreja. Portanto, para a segurança de toda a congregação, bem como de seus amigos e vizinhos, as igrejas devem estar preparadas para ajudar as secretarias de saúde pública a identificar e encontrar os contatos de pessoas que descobrem estarem infectadas.

Trabalhando com a secretaria de saúde pública local, a primeira tarefa é identificar rapidamente todos os contatos desse paciente da COVID-19 quando ele compareceu à igreja. Então, se solicitado, as igrejas devem estar preparadas para notificar rapidamente essas pessoas, para que possam se pôr em autoquarentena e serem testadas para a COVID-19. Dessa maneira, mesmo que essas pessoas tenham sido infectadas, qualquer transmissão posterior pode ser reduzida.

Lembre-se de que a velocidade é essencial quando se trata de identificação e rastreamento de pessoas.

Portanto, sua igreja deve estabelecer um sistema para coletar informações sobre todos os participantes. Abaixo estão algumas sugestões de como fazer isso:

  • Mantenha um registro de onde todas as pessoas estão sentadas. Estabeleça um número para o assento e a fila no santuário e a posição ou o número da mesa em salas de reunião.
  • Registre todos os que entram em uma reunião. Registre o nome completo, informações de contato e onde estão sentados. Para cada família, apenas uma pessoa precisa se registrar, mas ela deve listar o número de pessoas em seu grupo.
  • Mantenha o registro por pelo menos três semanas.
  • Designe uma pessoa na igreja para ficar responsável por manter o registro da reunião, fazer contato com a secretaria de saúde pública e ajudar a identificar pessoas para notificá-las, se for necessário.

Decisão sobre quando mudar de uma fase para outra

Talvez o aspecto mais difícil de usar essa abordagem passo a passo seja a decisão de quando mudar de um passo para o outro – seja para aumentar, ou seja para diminuir as atividades da igreja.

Existem muitos fatores a considerar. Recentemente, li esta declaração: o governo não pode abrir a economia, as pessoas precisam fazer isso. Da mesma forma, as igrejas não podem retomar eventos presenciais, as pessoas precisam fazer isso. Portanto, um dos fatores mais importantes a considerar são as necessidades dos membros da igreja. Quando houver uma necessidade real que seja melhor atendida ou que tenha realmente de ser atendida presencialmente, devemos encontrar uma maneira de retomar os ministérios presenciais mais rapidamente.

Eu recomendo fortemente, no entanto, que cada igreja comece primeiro com uma avaliação do nível de infecção por COVID-19 em sua comunidade. Se o nível de infecção está subindo ou ainda é alto, não devemos considerar retomar os encontros ou reuniões presenciais. Mas, se o nível de infecção está diminuindo e é baixo, é seguro avançar para a etapa 1 do nosso plano.

Eu, particularmente, gostaria de ver uma tendência consistente de queda nos casos e mortes por COVID-19 por pelo menos três semanas antes de considerarmos a etapa 1 deste plano. Mas uma tendência de queda não é suficiente. Também devemos ter um baixo nível de infecção. E é aqui que fica complicado, porque, sem exames extensivos, não sabemos o verdadeiro número de infecções em nossas comunidades. Até que os exames aumentem, só podemos avaliar com base no número de casos e mortes relatados. Mas isso é claramente problemático.

Com uma tendência de queda e um baixo nível de infecção, podemos considerar outros fatores que podem nos levar a retomar os ministérios presenciais antecipadamente ou não. É importante envolver a liderança da igreja e toda a congregação nesse processo. Precisamos ajudar nossos congregantes a entender por que e como estamos tomando essas decisões.

Por exemplo, para uma população como a do município em que moro (2,2 milhões de habitantes) e com um declínio consistente de mortes e casos como base, um conjunto de critérios pode ser desta forma (usando médias contínuas em 3 dias):

  • Etapa 1: consistentemente <5 mortes por dia, durante 3 semanas consecutivas
  • Etapa 2: consistentemente <1 morte por dia, durante 3 semanas consecutivas
  • Etapa 3: consistentemente <5 casos por dia, durante 3 semanas consecutivas
  • Etapa 4: consistentemente <1 caso por dia, durante 3 semanas consecutivas

No entanto, estou apenas conjecturando, com base em informações e conhecimentos limitados. Com o tempo, aprenderemos mais e poderemos estabelecer uma orientação melhor.

Conclusão

Essa pandemia mudou drasticamente nossa vida e virou nosso mundo de cabeça para baixo. Para muitos, isso tem sido difícil, muito difícil. Estamos apenas há alguns meses nessa pandemia, mas nossa dor e ansiedade, e também as daqueles ao nosso redor, são muito reais.

Para nossas igrejas, as decisões imediatas são: quando retomar os eventos presenciais e como fazê-lo com segurança. Para ajudar com essas decisões, usei verdades bíblicas e o conhecimento científico disponível como diretrizes para desenvolver uma abordagem passo a passo.

Para finalizar, gostaria de nos lembrar de uma certeza. A pandemia de COVID em sua forma atual vai passar. Um dia, olharemos para trás e veremos claramente que Deus estava conosco e que estava trabalhando em nosso meio para o bem. Sabendo disso, podemos recorrer a Ele hoje e pedir que Ele nos dê discernimento, compaixão e fé para liderar nossas igrejas neste momento.

Minha oração é que este artigo ajude sua igreja a cumprir seu chamado missionário, atenda às necessidades de seus membros e proteja a saúde das pessoas na igreja e na sua comunidade neste momento crítico.

Daniel Chin é médico especializado em pneumologia, terapia intensiva e epidemiologia, com 25 anos de experiência em saúde pública global. Em 2003, ele liderou grande parte do apoio da OMS à China para conter a epidemia de SARS.

Editado por Marcos Simas

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