Church Life

Você pergunta, a CT responde: Como posso encontrar minha identidade em Cristo, se eu só penso em casar?

Colunistas também respondem sobre como explicar assuntos delicados para membros da igreja local e como lidar com teorias da conspiração.

A woman walking by a store window with a wedding dress in it
Christianity Today March 2, 2025
Illustration by Jack Richardson

Tem alguma pergunta para os colunistas de aconselhamento da CT? Envie um e-mail para christianitytodaypt@christianitytoday.com. Os questionamentos enviados podem ser editados para fins de concisão e clareza.


Pergunta 1: Nossa pequena igreja tem seu foco deliberadamente voltado para três bairros vizinhos. Contudo, temos uma família que mora a 25 minutos de distância e eles claramente se sentem um pouco excluídos das programações da igreja, pois, por conta da distância, por exemplo, não queremos fazer eventos para a igreja toda na casa deles. Como explicar a eles que estamos felizes em tê-los conosco, mas não estamos dispostos a abandonar esse modelo de privilegiar a proximidade com a comunidade dos bairros do entorno?

Beth Moore: Gosto muito do fato de que sua pergunta trata de como explicar uma coisa, e não se você deve ou não fazê-lo. Esse é um começo saudável! Acredito muito na comunicação clara, especialmente em um caso como esse, em que você sabe que uma família de sua comunidade se sente excluída.

Recomendo que se reúnam com eles e falem dessa questão. Vocês podem dizer, por exemplo: “Nossa igreja é dedicada a um modelo mais voltado para a comunidade local, mas estamos muito felizes por vocês estarem aqui conosco, e não queremos que se sintam excluídos. Embora precisemos que os eventos que envolvam a igreja toda continuem acontecendo nesses três bairros mais próximos, vamos pensar em maneiras pelas quais vocês possam se sentir mais incluídos”.

Estejam dispostos a ser criativos. Por exemplo, eles não poderiam sediar na casa deles uma reunião única? Ou sediar, de vez em quando, uma reunião em alguma ocasião especial para um grupo pequeno? Talvez uma reunião para a equipe de liderança e cônjuges? Ou quem sabe para casais da mesma idade? Esse tipo de evento, feito de vez em quando, pode ajudar muito a acolhê-los sem modificar o clima da vida congregacional.

Em situações como esta, sempre que possível é importante encontrarmos uma opção para um sim, quando a resposta principal for necessariamente um não. Esta é uma maneira de seguir as palavras de Paulo: “vistam‑se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência” (Colossenses 3.12). Dessa forma, mesmo quando vocês tiverem de dizer um não, a família vai entender o quanto são importantes para a igreja. Inclusive, acho que sua congregação deve ser maravilhosa para com eles, a ponto de fazer essa família percorrer um trajeto de 25 minutos para congregar com vocês!

Beth Moore

Beth Moore e seu marido, Keith, residem nos arredores de Houston. Eles têm duas filhas e vários netos. Beth lidera o Living Proof Ministries, que ajuda mulheres a conhecerem e a amarem Jesus através das Escrituras.


Pergunta 2: Como devemos reagir diante de familiares cristãos — ou de irmãos da igreja — que defendem teorias da conspiração infundadas? Estou pensando especialmente na questão do testemunho público. Já é muito difícil fazer com que as pessoas de fora da igreja levem nossa fé a sério nos dias de hoje. Por que elas acreditariam em nosso testemunho sobre a Ressurreição, por exemplo, se nos falta discernimento nas questões de menor importância? — Leitor do Oregon, tenso com as crescentes teorias da conspiração.

Kevin Antlitz: Quando alguém compartilha uma teoria da conspiração, sou sempre tentado a reagir com “os fatos”. Ou pior, com incredulidade, perguntando: “Como você pode acreditar nisso?”. No entanto, normalmente, contra-argumentar é algo ineficaz. Zombar também não funciona. A menos que já tenhamos um relacionamento muito próximo, a outra pessoa provavelmente vai me ignorar.

Por mais difícil que seja, recomendo boas doses de compaixão e de interesse para lidar com alguém que defende teorias da conspiração.

Primeiro, a compaixão. Os psicólogos descobriram que as pessoas acreditam em teorias da conspiração porque tais teorias prometem certeza e controle em um mundo caótico e assustador. Elas também reforçam uma imagem positiva de si mesmo e de sua tribo. Esses são desejos que todos nós compartilhamos. Tratar a questão com compaixão nos humaniza e humaniza as pessoas com quem estamos nos relacionando, além de ajudar a manter a calma.

Em segundo lugar, o interesse. Demonstre interesse sincero, mesmo que sua vontade seja dar um sermão ou zombar da teoria. Faça perguntas como: “Onde você ouviu isso?” e “Por que você tem certeza de que é verdade?”. Incentive-os a ir mais fundo, a analisar a questão de forma mais ampla, a explorar outras fontes que possam checar ou desmascarar o que eles estão alegando. Você também pode aprender algo, e está efetivamente encorajando-os a serem como os nobres bereianos que examinavam as Escrituras todos os dias para ver se o que Paulo dizia era verdade (Atos 17.11).

Se a pessoa já estiver muito envolvida com a teoria, não mudará de ideia rapidamente — e talvez nunca mude. Mas a sua compaixão e o seu interesse genuíno podem abrir um diálogo de verdade, no qual você possa desafiar crenças falsas e defender a verdade com mais firmeza.

Kevin Antlitz

Kevin Antlitz é pastor anglicano em uma igreja de Pittsburgh literalmente lotada de crianças. Ele e a esposa têm três filhos com menos de dez anos, por quem eles oram para que nunca conheçam a vida longe de Cristo.


Pergunta 3: Tenho 29 anos e ainda sou solteira. Nunca tive namorado. Meu pastor fala sobre fazer de Cristo minha identidade, mas não tenho certeza do que isso realmente significa, quando desejo tanto me casar. Devo tentar aceitar mais minha solteirice e, em caso afirmativo, como faço isso? Não quero fazer do meu estado civil toda a minha identidade, mas ele é uma grande parte da minha vida. — Leitora ainda à procura do futuro marido, de Massachusetts.

Kiara John-Charles: Ao ler sua pergunta, meu coração se comoveu por você. Os desejos que temos para a nossa vida e que não se realizam podem ser profundamente desafiadores. Além disso, a cultura da igreja muitas vezes exalta o casamento a tal ponto que pode parecer que a vida não começa até que nos casemos. No entanto, a história da igreja e as próprias Escrituras, em passagens como 1Coríntios 7, sugerem que a solteirice também é valiosa e abençoada.

Durante seu tempo de solteira, descubra a riqueza de permanecer em Cristo. Estude as Escrituras, cultive uma vida de oração frutífera, passe tempo de qualidade com Jesus e desenvolva um relacionamento saudável com sua comunidade de fé. Aprenda a confiar que somente Deus satisfaz sua alma, independentemente do seu estado civil. A esperança de um dia se casar pode coexistir com a plena aceitação da vida de solteira.

Na prática, a solteirice propicia liberdade para servir a Cristo (1Coríntios 7.32-35) e definir sua própria agenda. Use bem essa liberdade (Gálatas 5.13). Explore as disciplinas espirituais. À medida que você se aproximar de Deus, ele se aproximará de você (Tiago 4.8). Além disso, deleite-se com os pequenos prazeres da vida, coisas como viajar, aprender novos hobbies, praticar esportes e cultivar relacionamentos significativos com amigos e familiares.

Cultive uma vida que honre a Deus, que seja cheia de propósito e alegria. Aprecie o tempo que você tem para se dedicar totalmente a Jesus. Quando seu futuro marido entrar em sua vida, ele só aumentará essa alegria. Encontre sua identidade em ser uma filha de Deus em Cristo. Abrace esta fase da vida; você não está esperando a vida começar.

Kiara John-Charles

Kiara John-Charles nasceu em Los Angeles e tem raízes caribenhas. Ela aprecia comer e viajar. Kiara trabalha como terapeuta ocupacional pediátrica e serve em sua igreja local, em Long Beach, Califórnia.


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