Eu nunca me tornei heterossexual. Talvez esse nunca tenha sido o objetivo de Deus.

Por que abracei a ética sexual da Bíblia antes de entendê-la.

Christianity Today December 1, 2021
Ken Richardson

Esta não é uma história sobre ser gay e se tornar heterossexual.

Mas talvez eu esteja me adiantando. Vamos voltar ao início. Meus pais se conheceram em uma boate gay, em San Francisco. Minha mãe só queria um lugar seguro para dançar. Meu pai era o segurança do local. Ele abandonou minha mãe e a mim depois de abusar de nós duas fisicamente. Eu nem sabia que ele existia até meus 10 anos, época em que minha mãe se casou de novo.

Enquanto eu crescia, não lembro de ter hora certa para dormir. Podia assistir a filmes de terror quando ainda era bem nova. Quando o assunto era sexo, nada era escondido. Ouvia piadas e histórias e, quando eu tinha 10 anos, ajudei minha mãe a recortar imagens de uma revista de adultos para uma despedida de solteira.

Aos 14 anos, conheci meu primeiro namorado. Ríamos das piadas um do outro, assistíamos programas semelhantes e nos dávamos bem. Mas logo ele e eu terminamos, como os adolescentes costumam fazer.

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Um ano depois, conheci minha primeira namorada em um curso avançado de história europeia. Ela era uma veterana, bonita e popular. Como eu me saí muito bem naquela matéria, ela me pediu que a ajudasse a estudar. Quando nos encontramos na casa dela, algo de diferente aconteceu. A conversa fluía fácil, rápida e de forma inesperada. Fiquei impressionada com sua beleza. A atração parecia com a que outras garotas descreviam sentir por um rapaz.

Na semana seguinte, comecei a me perguntar: “Está tudo bem eu me sentir assim em relação a uma garota?” Eu estava vagamente familiarizada com a noção de que as pessoas da igreja condenavam essas coisas; mas, ao tentar entender o porquê, não consegui descobrir nada. Eu mal podia imaginar que algum dia conseguiria entender o ensino da Bíblia sobre sexualidade, muito menos me submeter a ele.

O primeiro beijo

Então, eu me propus uma meta: antes dessa garota ir para a faculdade, ela me beijaria. Menti sobre minha história sexual, coloquei-me estrategicamente em seu caminho e introduzi tópicos para fazer com que os pensamentos românticos fluíssem.

Enquanto isso, estávamos desenvolvendo uma amizade profunda e verdadeira. Ela foi a primeira colega com quem pude discutir ideias, literatura e outros assuntos sérios. Em pouco tempo, aquilo deixou de ser apenas um jogo: eu havia me apaixonado.

No verão seguinte, ela me perguntou o que eu queria no meu aniversário de 16 anos. Meu coração batia disparado. Disse que queria que ela me beijasse. No momento em que aconteceu, e muitos momentos depois, foi como um véu sendo levantado. O mundo que eu sempre vi em preto e branco de repente explodiu diante de mim, em cores deslumbrantes.

Deixar o minúsculo colégio em que cursei o segundo grau para ir para a Universidade de Yale foi estimulante: entrei em um programa seletivo de humanidades para calouros, conheci pessoas fascinantes do mundo inteiro e tive acesso ilimitado ao álcool. Parecia bom demais para ser verdade.

Então, soube da notícia: minha namorada estava me traindo com um rapaz de baixa escolaridade, praticamente um sem-teto, em Tahoe. Quando os feriados de Natal chegaram, fiz uma visita a ela, mas tudo parecia gelado, estático, congelado. Na manhã de Natal, enquanto eu lia Dom Quixote no futon da casa dela (ao mesmo tempo em que ela fazia sexo com o namorado na outra sala), eu me perguntei no que minha vida havia se transformado.

Pesquisando sobre Jesus no Google

De volta a Yale, em minha primeira aula de filosofia, discutimos a famosa declaração de Descartes — “Cogito ergo sum [“Penso, logo existo”] — e como ela influenciava a compreensão que ele tinha da realidade e da natureza de Deus. Depois de certo desprezo inicial, comecei a me perguntar compulsivamente se Deus poderia existir. De volta ao meu quarto, comecei a pesquisar termos religiosos no Google, como um aluno do ensino médio procura pornografia na Internet. Quando minha colega de quarto entrava, eu fechava o laptop e fingia que estava fazendo o dever de casa da aula de francês.

Eu não conseguiria lhe dizer quais eram os termos que eu procurava nas minhas buscas. Contudo, naquela onda de páginas da web comecei a encontrar Jesus pela primeira vez. É difícil descrever as noções preconcebidas que eu carregava; talvez frases como “conservador antiquado” ou “tradicionalista irrefletido” possam dar um pouco do tom. No entanto, os artigos e as passagens da Escritura que encontrei davam uma impressão decididamente diferente. Reiteradamente, eu via como Jesus notava, dava dignidade e servia a pessoas que eu teria rejeitado. Mas o que de fato me preocupava era a suspeita de que minha vida estava contra a dele.

Na época, eu conheci duas garotas que namoravam sério. Uma delas estava estudando para ser ministra luterana. Eu queria saber como elas conseguiam conciliar suas vidas com Jesus e seus ensinamentos. Elas me asseguraram que qualquer aparência de conflito baseava-se em interpretações históricas errôneas das Escrituras. E colocaram um material em minhas mãos; eu corri de volta para o meu quarto, a fim de descobrir o que a Bíblia realmente diz sobre a sexualidade.

O material tinha uma boa consistência interna. Isso me agradou muito. Mas, ao pesquisar os versículos que o material dizia estar expondo, fiquei frustrada. Aquelas interpretações revisionistas simplesmente não se alinhavam com o significado claro das palavras da Bíblia. Sentindo-me enganada, joguei o material no chão, desgostosa. Claramente, eu tinha sido tola em esperar que aquela religião antiquada fosse ter algum espaço para mim.

Poucos dias depois, eu estava no quarto de um amigo, um católico desviado, quando notei a lombada de um livro laranja com o título Cristianismo Puro e Simples. Eu não sabia nada sobre C. S. Lewis ou sobre este livro, mas o título me intrigou — e sem que ninguém percebesse, coloquei-o dentro da minha bolsa.

Eu li esse livro sem parar. Um dia, enquanto eu lia na biblioteca, no intervalo entre as aulas, parei no meio do capítulo, e coloquei o livro sobre a mesa, voltado para baixo; foi então que algo me ocorreu: Deus existe — meu coração e minha cabeça já não podiam negar. No entanto, junto com essas gloriosas certezas, veio uma admissão cheia de pânico da minha própria maldade. Eu tinha mentido e trapaceado; fui cruel — e até mesmo tinha roubado aquele livro de um amigo gentil e desavisado! Como eu encararia um Deus puro e santo?

Quando considerei o que Jesus tinha feito, porém — como ele suportou a separação de Deus para que eu pudesse ter união [com Deus] — eu sabia que seria uma tola se rejeitasse sua oferta. Enquanto meu coração se enchia de gratidão, fechei os olhos e orei, rendendo-me a Jesus.

Uma questão de confiança

No sábado seguinte, a associação dos Estudantes de Yale para Cristo organizou uma festa do Dia dos Namorados. Eu ainda me sentia envergonhada por ter aceitado Jesus; assim, cheguei tarde e fingi que tinha ido por acidente. Quando uma garota do segundo ano perguntou por que ela nunca tinha me visto antes, murmurei que tinha me tornado cristã há apenas dois dias. Ela ficou um pouco aturdida. E me levou até uns outros calouros, que me convidaram para participar da reunião de oração dos calouros, na segunda-feira de manhã.

Eu apareci por lá. Eles me deram uma Bíblia de bolso, responderam minhas perguntas chocantes e me convidaram para estudar a Bíblia com eles, na noite seguinte. Eu fui, com minha Bíblia em punho. Dois estudantes mais novos nos conduziram por uma passagem em Efésios. Aquilo foi incrível: pessoas reais, realmente estudando a Bíblia e aplicando-a em suas vidas.

Ao longo daquele semestre, acompanhei esses alunos como um patinho atrás do seu bando, observando tudo o que eles faziam e falavam. Mas escolher Jesus não respondia a todas as perguntas que eu tinha. Em particular, não respondia como eu lidaria com minha atração natural e inabalável por mulheres. Eu sabia que a Bíblia era clara: o que eu queria estava fora dos limites. Mas eu não entendi o porquê. Como o amor, a intimidade e o companheirismo poderiam ser proibidos por esse Deus amoroso, íntimo e que estava em busca de amigos?

Assim, tive de aprender minha primeira lição de vida cristã: como obedecer antes de compreender. Minha vida inteira haviam me ensinado a dominar um conceito antes que eu pudesse concordar com ele. Como eu poderia concordar com algo que tinha uma preço tão alto, sem entender o motivo?

No final, tudo se resumia à confiança. Eu sabia que Jesus era digno de confiança, porque ele havia feito o sacrifício maior. Ele havia deixado a bem-aventurança, o conforto, a alegria de amar e de ser perfeitamente amado para viver uma vida de sofrimento na terra. Ele tomou sobre si a dor e a vergonha de uma morte típica de um criminoso e sofreu a rejeição do Pai, tudo para que eu fosse aceita. Ora, quem poderia ser mais merecedor da minha confiança?

A obediência da fé só funciona quando está enraizada em uma pessoa, não em uma regra. Uma regra, imposta com base em si mesma, nos convida a julgar, a pesar sua razoabilidade. Mas uma regra que flui de um relacionamento suaviza o caminho para a obediência fiel. Quando uma criança não entende uma ordem dada pela mãe, é o caráter da mãe que desempenha um papel importante no que acontece a seguir. Uma mãe cruel e caprichosa provavelmente encontrará resistência. Mas uma mãe afetuosa e carinhosa inspira confiança, pois você sabe que ela está totalmente do seu lado.

Em um dos testes de confiança mais dramáticos das Escrituras, Deus disse a Abraão que sacrificasse seu filho Isaque. Se Abraão tivesse considerado esta ordem de forma isolada, certamente ele não teria obedecido. Abraão, porém, era amigo de Deus. Quando testado, ele não hesitou, porque conhecia o caráter de Deus.

Deus socorreu Abraão, e eu sabia que ele também viria até mim — mas como? Ele removeria minha atração por mulheres? Meus primeiros anos de fé cristã incluíram relacionamentos com mulheres que não foram eróticos, mas espirituais, libertadores e íntimos. Em outros casos, porém, a química pessoal e sexual me atraiu de volta aos velhos padrões. Por que Deus simplesmente não me consertava?

Lentamente, comecei a entender que “tornar-me hetero” não era a resposta. Não existe um mandamento bíblico para ser heterossexual. Por meio de estudos, conversas e orações, finalmente cheguei a uma verdade crucial: que o sexo não era algo que Deus descobriu e depois cercou com restrições arbitrárias, mas sim algo que ele fez — para nos ensinar e nos abençoar. E quando os ensinamentos de Deus íam contra meus instintos, negar meu desejo tornou-se uma maneira profunda de dizer: “Eu confio em ti, Senhor”.

Essa confiança foi esticada a ponto de se romper. Minha namorada dos tempos do segundo grau queria reatar nosso relacionamento, mas eu não pude ceder. Depois, eu me apaixonei por uma garota do último ano, em Yale, mas o amor por Jesus me afastou desse relacionamento.

Alegria e cura

Deus guardou a maior prova para um momento de desespero, depois que estupidamente tive uma recaída e fiz sexo com minha namorada do segundo grau. Enquanto eu lutava para me convencer de que, mesmo então, eu fora perdoada, Deus trouxe um homem para minha vida. Tínhamos nos conhecido no verão anterior, em uma missão cristã. Nós nos tratávamos amigavelmente, mas eu não me sentia atraída por ele. E ele sabia tudo sobre meu passado.

Ele pediu para vir me visitar em Yale, durante meu primeiro ano. Tive a sensação de que ele estava interessado em um relacionamento amoroso. E ele, por certo, chegou com flores. Eu o lembrei de que já tinha dormido com mais mulheres do que ele. Mas ele não se deixou perturbar: se Jesus tinha me perdoado, não cabia a ele ter nada contra mim.

Eu relutei. Não estava sexualmente atraída por ele, mas admirava sua bondade, seu jeito caloroso e as prioridades que compartilhávamos. Era errado continuar a vê-lo, quando nossa relação não se parecia com as que tive anteriormente? Nosso relacionamento era uma farsa piedosa? Apesar de tudo, eu via que ele me amava, que seria um bom marido e um bom pai, que me levaria mais para perto de Jesus. Eu até sentia que poderíamos experimentar o amor físico genuíno, embora de um modo mais aprendido do que natural.

Passo a passo, Jesus abriu meus olhos para um tipo de amor humano que eu ainda não tinha visto, um amor impregnado de compromisso e alegria espiritual, em vez da paixão pela paixão. Mais uma vez, obedeci antes de entender: casei-me com aquele jovem antes de realmente me apaixonar por ele, porque eu amava Jesus em primeiro lugar.

Este é tipicamente o momento em que as pessoas tiram conclusões precipitadas. Já vi gays e lésbicas questionarem se alguma vez eu me senti realmente atraída por mulheres. Tive cristãos heterossexuais que declararam com orgulho que Deus curou minha homossexualidade. Eles tentaram me usar como um mascote para algo que eu realmente não personifico.

A verdade é que, mesmo com 10 anos de casamento, quando sinto atração por alguém que não seja meu cônjuge, essa pessoa é mulher. Mesmo assim, meu casamento tem sido um lugar de alegria e cura. Quando as pessoas me perguntam minha orientação sexual, minha resposta mais honesta é dizer que sou “casada” — e que carrego as mesmas bênçãos e os mesmos fardos de outros crentes casados, com a mesma fonte de esperança e poder, o Espírito Santo.

Eu nunca insistiria em dizer que o casamento é o caminho normal ou “correto” para todos (ou mesmo para a maioria) dos cristãos que se sentem atraídos por pessoas do mesmo sexo. A heterossexualidade não é o objetivo final; a fidelidade a Deus e a alegria que decorre do relacionamento com ele é o que buscamos. Para muitos crentes, a fidelidade a Deus implica um compromisso com o celibato vitalício. Mas, a menos que tenhamos uma visão de vida familiar plena e alegre no contexto da igreja, o celibato parecerá um beco sem saída. Não podemos dizer não a algo bom, a menos que estejamos dizendo sim a algo ainda melhor.

A comunidade que Deus nos chama para ser — uma comunidade de intimidade, afeto, verdade e graça — é sua ferramenta para nos manter, nos moldar e nos preparar para estar em sua presença para sempre. Quer sejamos chamados ao casamento ou ao celibato, toda história de transformação em Cristo deve acontecer no contexto desta comunidade.

É por isso que esta não é uma história sobre eu ter me tornado heterossexual, o que nunca aconteceu de verdade, nem vem ao caso. É a história de como eu me tornei inteira, algo que está acontecendo todos os dias.

RACHEL GILSON atua na equipe de liderança da Cru para desenvolvimento teológico e cultural. Ela é a autora de Born Again This Way: Coming Out, Coming to Faith, and What Comes Next.

Traduzido por Mariana Albuquerque

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Novas todas as coisas

Leitura do Advento para o dia 1 de dezembro.

Christianity Today December 1, 2021
Nicole Xu

Primeira semana: O Retorno de Cristo e o Reino Eterno
Esta semana vamos nos concentrar no Segundo Advento: em nossa esperança segura do retorno de Cristo. Exploraremos a descrição que a Escritura faz do poder de Cristo e do justo juízo, bem como do futuro glorioso que esperamos ter com Deus na nova criação.

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Leia Apocalipse 21.1-6

Como você lidou com a pandemia? O que ela fez com seu relacionamento com Deus? Algumas pessoas se achegaram a Deus e encontraram forças para superar os momentos difíceis. Mas, para alguns que talvez tenham perdido entes queridos ou que estremeceram perante a escala do sofrimento em todo o mundo, a pandemia suscitou questões.

Como um Deus amoroso pode permitir que coisas como essa aconteçam? É o antigo “problema do sofrimento” — no mínimo tão antigo quanto o livro de Jó. A Bíblia não tem uma resposta única para essa questão; em vez disso, nos oferece vários ângulos diferentes.

Então, bem no final da Bíblia, encontramos esta mensagem: “Não haverá mais morte, nem luto, nem choro, nem dor” (Ap 21.4). Deus vai curar sua criação de tudo o que a estraga e danifica. As pessoas às vezes reclamam que não há muitas evidências do amor de Deus no livro de Apocalipse. Alguns podem dizer o mesmo da pandemia. Mas você consegue imaginar uma imagem mais bonita do amor de Deus do que esta: “Ele enxugará toda lágrima de seus olhos” (v. 4)?

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Apocalipse certamente não se limita a retratar os horrores da história. Mas a esperança permeia tudo e floresce na visão final que o profeta recebe. Deus fará novas todas as coisas. Ele tem um novo futuro para toda a sua criação.

Quando pensamos sobre o futuro, geralmente pensamos sobre o destino para o qual o passado e o presente nos levarão. Mas nesse caso é diferente. Como só Deus pode criar, só ele pode renovar toda a sua criação. Tudo começou com a ressurreição de Jesus — uma coisa nova que muda tudo. Em vidas transformadas pelo Espírito de Cristo, temos uma degustação do novo futuro.

Esse futuro em si vai muito além do que podemos imaginar. Mas a visão de João nos convida a também levantar nossos olhos para aquele alto monte (v. 10) onde a Nova Jerusalém desce do céu. Com os olhos dele, podemos ver muito mais longe do que normalmente enxergamos.

No coração do novo futuro está Deus: “A morada de Deus agora está entre o povo, e ele habitará com eles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles” (v. 3). Este sempre foi o propósito de Deus para sua criação e é o que fará toda a diferença.

Compartilhar dessa visão de João não é apenas devaneio piedoso. Ela nos dá esperança para viver. Podemos começar a viver de acordo com o que Deus promete, e isso fará toda a diferença em nossas vidas agora.

Richard Bauckham é professor emérito de estudos do Novo Testamento na Universidade de St Andrews, Escócia, e autor de muitos livros, entre eles Theology of the Book of Revelation.

Medite em Apocalipse 21.1-6.


Como esta passagem fala à dor e ao sofrimento em sua vida? E à dor no mundo? Como isso orienta a sua perspectiva espiritual? Responda a Deus em uma oração de adoração e confiança.

Direita ou esquerda?

Leitura do Advento para o dia 30 de novembro.

Christianity Today November 30, 2021
Nicole Xu

Primeira semana: O Retorno de Cristo e o Reino Eterno


Esta semana vamos nos concentrar no Segundo Advento: em nossa esperança segura do retorno de Cristo. Exploraremos a descrição que a Escritura faz do poder de Cristo e do justo juízo, bem como do futuro glorioso que esperamos ter com Deus na nova criação.

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Leia Mateus 25.31-46

Em Mateus 24—25, Jesus ensina sobre seu retorno e usa diversas parábolas para descrever como “o Reino dos céus será” (25.1). Talvez o elemento mais perturbador do ensino de Jesus em 25.31-46 seja a surpresa dos dois grupos que estão sendo julgados. Eles não protestam propriamente por serem julgados; afinal, o Filho do Homem veio em glória, acompanhado por uma imensa reunião de seres celestiais, e até mesmo seu trono é glorioso. Esta entrada confirma e transmite sua autoridade para julgar. Ele tem o direito de convocar todas as nações à sua presença, e elas devem seguir sua ordem.

O que causa surpresa não é o julgamento em si nem as prerrogativas do juiz. Em vez disso, tanto os da direita quanto os da esquerda estão confusos sobre as evidências. As ovelhas estão olhando para este Rei da glória e pensando: nós certamente o teríamos reconhecido se o tivéssemos servido. Ele é inconfundível. As cabras pensavam o mesmo, mas em sentido inverso. Como teriam rejeitado alguém como ele? Elas não podiam pensar em nenhuma situação concreta.

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Em resposta, o glorioso Cristo revela o segredo: Ele sempre foi identificado, unificado com seus irmãos e irmãs. Isso é mais do que mera associação; é uma verdadeira identificação. Quem são seus irmãos e irmãs? Jesus ensinou claramente: “Quem quer que faça a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12.50). Não importa a posição, a etnia, o sexo ou a nacionalidade de uma pessoa, se ela está unida a Cristo, então cuidar dela é cuidar do próprio Jesus.

O que o julgamento revela não é a justificação pelas obras, em que cada pessoa recebe uma recompensa ou punição com base em seus atos. Ele revela a lealdade ou a rebelião contra o Rei Jesus — é por isso que existem apenas dois destinos.

Seria mais fácil, talvez, obedecer ao Cristo glorioso, porque veríamos seu poder com nossos próprios olhos. Mas Deus nos chama à fé, não à visão. Na verdade, no Natal, lembramos que ele veio quase disfarçado. Ainda hoje, ele é identificado com seu povo frágil e tolo.

Palavras vazias não vão servir para nada. A verdadeira confiança em Jesus motiva nossa lealdade a ele e resulta em obediência. Nós acreditamos que o serviço a cristãos humildes e desprezados é uma melhor comprovação de nosso discipulado do que milagres e profecias (7. 21-23)? Acreditamos que não podemos cumprir o maior mandamento sem cumprir o segundo, nem podemos cumprir o segundo sem cumprir o primeiro (22.37-40)? A fidelidade de todos será revelada; vamos colocar nossa fé nele.

Rachel Gilson atua na equipe de liderança da Cru para desenvolvimento teológico e cultura. Ela é a autora de Born Again This Way: Coming Out, Coming to Faith, and What Comes Next.

Medite em Mateus 25. 31-46.


(

Opcional: Leia também 7.21-23 e 22.37-40.

)
Como este ensino sobre o retorno e o julgamento de Cristo molda sua compreensão do que significa conhecer e seguir Jesus? Como a ideia da verdadeira lealdade desafia você em seu próprio discipulado diário?

Vigie e ore

Leitura do Advento para o dia 29 de novembro.

Christianity Today November 29, 2021
Nicole Xu

Primeira semana: O Retorno de Cristo e o Reino Eterno


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Leia Lucas 21.25-36

A segunda vinda de Jesus de forma alguma será sutil. Todos os elementos da criação, desde os céus até os mares estrondosos, terão espasmos; todos os povos do mundo verão e se desesperarão. Literalmente, não haverá lugar nenhum para se esconder, lugar nenhum para encontrar segurança daquele que finalmente virá para trazer justiça. Lugar nenhum, a não ser naquele que voltará para julgar os vivos e os mortos. Diante dessa perspectiva de que as nações se angustiarão, os seguidores de Jesus são instruídos a não se esquivarem e se protegerem, mas a se levantarem e erguerem suas cabeças. Porque eles se refugiaram em Cristo, que está sentado no céu, não precisarão ter medo quando ele retornar à terra.

Jesus queria que seus discípulos entendessem que este evento com certeza aconteceria e viria rapidamente. Há um imenso debate sobre qual é “esta geração” (Lc 21.32). Talvez a expressão se refira aos ouvintes que estavam ali diante de Jesus, para quem a queda de Jerusalém seria um sinal ou tipo do fim próximo. Possivelmente ela remete à geração que verá os sinais da vinda, o que significa que o retorno de Cristo ocorrerá logo na sequência dessas folhas que brotam metaforicamente. De qualquer maneira, Jesus promete que esse evento é mais seguro do que o próprio mundo natural.

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O que os discípulos devem fazer nesse ínterim, enquanto esperam? Aqueles de nós com origens em determinadas igrejas podem esperar um chamado para evangelizar e discipular outras pessoas, porque elas devem saber sobre essa calamidade que se aproxima. E, sim, devemos fazer isso. Aqueles de nós com origens em outras igrejas podem esperar um chamado para praticar a justiça, porque somos chamados a amar as coisas que Deus ama e odiar as que ele odeia. E, sim, devemos fazer isso.

No entanto, neste momento específico em Lucas 21, Jesus chamou seus discípulos para serem

cuidadosos, para vigiarem. A subitaneidade e a violência do fim fazem da armadilha uma imagem apropriada. Quem é tão arrogante a ponto de presumir que escapará? As tentações mundanas das festas selvagens ou as preocupações indevidas são exemplos de como qualquer coração humano pode ser sobrecarregado. E uma coisa sobrecarregada, que carrega fardos pesados, não consegue saltar para fora do caminho com rapidez suficiente.

Nem a fuga nos divertimentos nem a preocupação podem entregar o que prometem. A primeira atitude não faz a realidade ir embora, e a segunda realmente não nos prepara. Jesus nos chama, em vez disso, a vigiar e orar, a prestar atenção, confiando completamente no Deus que realmente está vindo. Jesus quer que seus discípulos sejam capazes de ficar de pé diante dele naquele momento; ele vai responder a essa oração.

Rachel Gilson atua na equipe de liderança da Cru para desenvolvimento teológico e cultura. Ela é a autora de Born Again This Way: Coming Out, Coming to Faith, and What Comes Next.

Medite em Lucas 21.25–36.


Quais emoções ou reações essa passagem desperta em você? Como isso o convence ou inspira? O que a passagem enfatiza sobre Jesus e o evangelho? Convide Jesus para ajudá-lo a obedecer ao chamado dele de vigiar e orar.

Começamos no fim

Leitura do Advento para dia 28 de novembro.

Christianity Today November 28, 2021
Nicole Xu

Primeira semana: O Retorno de Cristo e o Reino Eterno


Esta semana vamos nos concentrar no Segundo Advento: em nossa esperança segura do retorno de Cristo. Exploraremos a descrição que a Escritura faz do poder de Cristo e do justo juízo, bem como do futuro glorioso que esperamos ter com Deus na nova criação.

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Leia Tito 2.11-14 e Apocalipse 1.7,8

Começamos no final. Não na manjedoura. Não com os magos oferecendo presentes de adoração ou os pastores regozijando-se maravilhados. Não com a visita de Maria a Isabel ou com o sonho angelical de José. Não começamos com o Primeiro Advento de Cristo, mas com o Segundo. Tal como um livro de histórias misturadas, com os capítulos todos fora de ordem, o período do Advento — e, de fato, todo o ano litúrgico cristão — começa com o final.

Não é um ameno e agradável final no estilo “todos viveram felizes para sempre”. É lindo e assustador, espetacular e aterrorizante. Um final que se expande muito além dos limites de nossa compreensão: Ele virá novamente em glória para julgar os vivos e os mortos, e seu reino não terá fim.

O Advento começa com o eschaton: com o poder e a glória de Cristo, seu justo julgamento, sua vitória final e seu eterno reinado. Isso nos arranca de nosso sentimentalismo acerca do Natal, convidando-nos para a história mais grandiosa e abrangente do cosmo, na qual o Deus encarnado, que foi deitado em uma manjedoura e foi para a cruz, um dia se sentará no trono, e todo joelho se dobrará e toda língua confessará que ele é Senhor (Fp 2.6-11).

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Como a resposta de Isaías à visão que teve da Santidade de Deus, nossa única resposta espontânea ao contemplar a maravilha e a glória da segunda vinda de Cristo é dizer: “Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros” (Is 6.5). Ao ponderarmos sobre a santidade e o poder de Cristo, somos levados a nos ajoelhar em arrependimento e humildade. E, como Tomé em seu encontro com o Cristo ressuscitado, nós também proclamamos: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20.28).

O Segundo Advento deixa claro que seguir Jesus significa render tudo ao seu senhorio, em obediência e adoração. Respondemos ao retorno prometido de Cristo — “a bendita esperança” — com um anseio e uma expectativa que moldam nossas vidas aqui e agora, quando dizemos “não” às tentações do pecado e vivemos como pessoas que estão “ansiosas para fazer o que é bom” (Tt 2.11-14).

Quando começamos no final, o Advento nos surpreende da maneira certa: sacudindo-nos de nosso cristianismo confortável e discipulado habitual e nos levando a um arrependimento, uma devoção e uma esperança mais profundos. Quando começamos com essa visão escatológica, podemos então nos aproximar corretamente da manjedoura, pois sabemos que ali, envolto em panos, está o Salvador, cujo retorno glorioso é de fato nossa bendita esperança — “nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.

Kelli B. Trujillo é editora de projetos da Christianity Today.

Medite em Tito 2.11-14 e Apocalipse 1.7,8.

(

Opcional: meditar também em Filipenses 2.6-11

.) Como o futuro retorno de Cristo molda sua vida aqui e agora? Conforme você contempla o retorno, o julgamento e o reinado de Cristo, como deseja responder a tudo isso?

Quem cancelou o apóstolo Paulo?

Lições do primeiro influenciador cristão sobre como liderar quando você é odiado.

Christianity Today November 24, 2021
Illustration by Mallory Rentsch / Source Images: WikiMedia Commons

O apóstolo Paulo é a figura mais conhecida da fé cristã, depois de Jesus, evidentemente. Apóstolo intrépido, plantador de igrejas, teólogo, pastor, escritor. Paulo é nosso herói. Ele é um modelo de fé para nós.

Mas uma leitura cuidadosa de suas cartas demonstra que ele tinha muitos inimigos, dentro e fora da igreja, e parece que os cristãos de sua época o consideravam uma figura controversa. Setores do cristianismo de sua época desafiavam Paulo apaixonadamente e até mesmo desprezavam o apóstolo e seu ministério. Por exemplo, quando Paulo, na prisão, escreve aos filipenses, ele os informa que alguns crentes ao seu redor estavam falando sobre Cristo, por assim dizer, apenas para causar sofrimento a Paulo, enquanto estava preso (Fp 1.15-17). Eles queriam arruinar seu ministério; eles queriam arruiná-lo.

Talvez o lugar mais óbvio para procurar um confronto direto entre Paulo e uma forma rival de cristianismo seja em 2Coríntios, onde Paulo teve de se defender contra os ataques dos chamados “superapóstolos” (11.5) . Estes o caluniaram, alegando que ele não tinha as credenciais certas. Disseram que eram fortes, mas Paulo era fraco. Queriam que o cristianismo paulino fosse menor e que o cristianismo deles fosse maior. Parece que havia grupos cristãos que constantemente tentavam acabar com a influência de Paulo, arrastar seu nome para a lama e atrair seus “filhos” para longe dele.

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Ao longo dos anos, tenho me perguntado: Como Paulo se sentia ao ser odiado, caluniado e constantemente minado por outros cristãos? Todos nós queremos ser amados pelo maior número possível de pessoas. Queremos que nossas ideias e valores tenham repercussão. Mas onde existem grandes ideias e planos também existem críticos. Com plataformas maiores, vem uma crítica mais ampla, que às vezes pode levar à necessária responsabilização.

A crítica pública existe desde antes da época de Paulo até hoje. Ele também estava cercado por ruídos que lhe diziam que era indesejável, incorreto e até corrupto. Como ele lidou com isso? Como era essa sua forma de liderança resiliente? Hoje, pastores e outros tipos de líderes enfrentam uma enxurrada de negatividade que pode parecer esmagadora. Há tanto ruído nas redes sociais — bons, ruins e neutros — que fica difícil saber a quem ouvir, a quem pedir desculpas e para onde direcionar a voz. Depois de duas décadas estudando Paulo, aqui estão minhas percepções sobre o que sua vida no primeiro século tem a nos dizer hoje.

Mantenha a formação

Ao longo dos últimos cinco anos, tornei-me um superfã de futebol. Eu assisto ao futebol europeu, ao futebol sul-americano e torço pelo meu time local no Oregon. Há uma frase que você ouvirá de treinadores e comentaristas sobre como uma equipe com dificuldades deve superar os obstáculos no jogo: Mantenha a formação. Quando as fichas estão baixas, quando as probabilidades estão contra você, quando você está perdendo de três a zero antes do intervalo — siga o plano de jogo, cada um permaneça na posição que lhe foi designada, confie em seus companheiros de time e mantenha o foco.

Paulo parece ter sido um líder do tipo que “mantinha a formação”. Com isso, quero dizer que, quando ele via coisas dando errado, fosse nas igrejas que ele fundou fosse naquelas pelas quais era responsável, ele não atacava líderes específicos da igreja. Talvez o que seja mais impressionante é que, quando pessoas de fora da igreja, inimigas ou criadoras de problemas, estavam envolvidas (como parece ser o caso de Gálatas, 2Coríntios e talvez Filipenses), Paulo se concentrava na formação de seu povo; ele não gastava sua energia corrigindo seus inimigos.

Temos cerca de uma dúzia de cartas que Paulo escreveu a igrejas e a líderes individuais de igrejas, como Timóteo e Tito. Mas não temos nenhuma carta que Paulo tenha escrito para seus inimigos. Ele certamente poderia tê-las escrito. Ele poderia tê-los repreendido, poderia tê-los exortado, ameaçado, discutido com eles. Mas, ao que parece, ele não fez nada disso. Pelo contrário, ele concentrou um foco como o de um raio laser na formação de igrejas e no fortalecimento da fé de seu próprio povo.

Sim, é claro que ele estava preocupado com a influência negativa dos estranhos, mas seu foco não estava neles. Ele permaneceu fiel à sua missão e ao seu ministério, manteve a formação de sua vocação e se recusou a se distrair e a se envolver em guerras teológicas para agradar a todos. É algo impossível e sabemos disso, embora às vezes tentemos. Paulo manteve seus olhos voltados para sua própria comunidade e para ela direcionou sua voz.

Não compare

Paulo conhecia suas limitações. Deus o chamou para algo, ele tinha certos dons, mas também tinha suas fraquezas. Os coríntios (como muitos de nós!) gostavam de classificar os líderes e apoiar alguns (#Time de Paulo vs. #Time de Apolo). Apolo era o novo garoto legal do bairro. Ele era um orador polido e elegante, o Andrea Bocelli da pregação. Paulo não era. Paulo poderia ter atacado Apolo para aumentar o número de seus apoiadores, mas, em vez disso, tentou colocar tudo em perspectiva para os cristãos coríntios: Eu tenho minha parte a cumprir, Apolo tem a dele, é em Deus que devemos nos concentrar. Ele faz tudo acontecer (1Co 1.10-17).

Às vezes, a rede social pode parecer um jogo de basquete — em que só ganho se você perder. Paulo, porém, quando era hostilizado, rejeitado ou odiado, não fazia o jogo de tirar a atenção negativa de si mesmo e transferi-la para outra pessoa. Ele não entrava em jogos do tipo “ganha-perde” com outros líderes. Paulo ativamente desencorajava a comparação de seu ministério com o de outros. Todos nós, segundo Paulo, devemos jogar no time de Jesus.

Convide as pessoas a “verificarem suas ações”

Paulo não tinha medo de se defender, quando era acusado de comportamento escuso ou de alguma transgressão. Mas ele não se envolvia em difamação, nem atacava ninguém. Ele apenas dizia: venham verificar minhas ações. Minha vida é um livro aberto. Eu não faço negócios escusos pelos becos, eu não escondo aquilo que faço. Os tessalonicenses, por exemplo, aparentemente suspeitavam do comportamento de Paulo.

Sem ficar na defensiva nem zangado, ele disse: “Vocês bem sabem a nossa linguagem nunca foi de bajulação nem de pretexto para ganância; Deus é testemunha. Nem buscamos reconhecimento humano, quer de vocês quer de outros”(1Ts 2.5,6). Mais tarde, ele os lembrou de seu trabalho e sua labuta públicos: “trabalhamos noite e dia para não sermos pesados a ninguém, enquanto lhes pregávamos o evangelho de Deus. Tanto vocês como Deus são testemunhas de como nos portamos de maneira santa, justa e irrepreensível entre vocês, os que creem”(2.9,10).

Você pode ser desprezado, rejeitado ou recusado [como líder], mas a melhor defesa é uma vida honesta. É não ter nada a esconder. Paulo não perdeu a calma com os tessalonicenses. Ele os convidou a colocar sua vida à prova e lembrar de seu comportamento.

Tenha cuidado com a questão de dar nomes

Há outra observação crucial a fazer sobre como Paulo lidava com acusações e suspeitas no mundo cristão: ele não citava nomes. Isto é, embora ele falasse sobre criadores de problemas e inimigos em várias de suas cartas no Novo Testamento, não sabemos o nome de nenhum deles. Nossa atual cultura das mídias sociais aprecia qualquer oportunidade que tem de lançar granadas nomeando (e até marcando) malfeitores, aquelas pessoas que merecem ser denunciadas. Obviamente, os indivíduos que cometem crimes ou se envolvem em comportamentos claramente antiéticos precisam ser levados à justiça. Não é disso que estou falando aqui. Essas pessoas destrutivas devem ser nomeadas e denunciadas. Muitas vezes, porém, acabamos caluniando ou zombando de qualquer pessoa que achamos irritante, ofensiva ou que está errada.

Paulo certamente encontrava pessoas assim, o tempo todo. E pior ainda, ele teve boa fé ao lidar com os falsos evangelistas. Eram pessoas que poderiam causar sérios danos à igreja e à teologia correta. Mas não sabemos o nome de nenhum deles. Paulo alertava regularmente sobre os falsos líderes, mas estava muito mais preocupado em manter seu povo em um caminho saudável e verdadeiro do que em conduzir julgamentos a bruxas e inquisições para expulsar os hereges do momento. (Claro, isso nunca significa fechar os olhos às injustiças e aos abusos contra os quais nossa consciência clama.)

Paulo não queria fazer uma lista de pessoas para seu povo evitar ou odiar. No final das contas, ele queria ensinar as pessoas a pensarem e a discernirem por si mesmas, a se tornarem mestres do evangelho, de forma que pudessem detectar qualquer teologia que fosse falsificada.

Mostrar fraqueza

Tenho idade suficiente para me lembrar dos comerciais de antitranspirantes dos anos 80: “Nunca deixe que te vejam suar”. O que realmente estava implícito era: não mostre esforço nem fraqueza; mostre uma fachada estóica de perfeição e poder. Contudo, Paulo era alguém que não tinha medo de mostrar sua fragilidade, sua fraqueza e suas necessidades. Ele se gloriava em seus fracassos e suas limitações (“eu me gloriarei […] em minhas fraquezas”), frustrando qualquer tentativa de construir um culto em torno de sua personalidade. Ele não tentou repelir todas as críticas. Às vezes, ele as absorvia, detectando uma oportunidade de desarmar o jogo difamatório.

Paulo não tinha medo de falar sobre suas decepções e lutas. Ele compartilhava momentos de medo, tristeza e vulnerabilidade. Falou sobre sua tristeza, ao pensar em seu amigo Epafrodito que estava morrendo (Fp 2.27). Confessou aos coríntios que seu relacionamento tenso com eles o levou às lágrimas (2Co 2.4). Um dos trechos mais comoventes das cartas de Paulo ocorre na ocasião em que ele informa a seu amigo Timóteo que, quando foi a julgamento, ninguém veio em seu apoio; ele só pôde contar com o apoio do Senhor (2Tm 4.16,17) e do médico Lucas, que o visitava na prisão (v. 9).

Ser um líder respeitado e resiliente não pode e não deve incluir a construção de uma bolha de proteção que oculte do mundo exterior nossos fracassos, nossas lutas e fraquezas. Paulo, de forma corajosa, compartilhou abertamente que ele não era alguém perfeito e sem pecado. Ele tinha orgulho de seu ministério, mas nunca fingiu ser mais do que era. E tinha lá seus arrependimentos. Ele teve momentos difíceis. Paulo era orgulhosamente fraco.

Ninguém quer ser odiado, rejeitado nem ridicularizado. Às vezes é necessário que as pessoas se afastem dos holofotes e dos olhos do público. Para o restante de nós, porém, esses “ruídos” decorrentes da vergonha e do escárnio público é algo normal. A sabedoria ancestral e o modelo de Paulo parecem fornecer um caminho que evita contra-ataques automáticos, impensados, por um lado, e o desespero total, por outro.

Aos filipenses, Paulo escreveu certa vez que tentava não olhar para trás nem pensar em seu passado de erros. Ele bem pode estar nos alertando também, a fim de não perdermos muito tempo olhando para o que todos pensam de nós. Em vez disso, avancemos para as coisas que estão adiante para cumprir nosso chamado (Fp 3.13).

Nijay K. Gupta é professor de Novo Testamento no Northern Seminary, em Lisle, Illinois. Ele é o autor de Paul and the language of faith.

Traduzido por Mariana Albuquerque

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Leituras devocionais do Advento 2021 da Christianity Today

Todas as leituras devocionais do Advento em um só lugar.

Christianity Today November 22, 2021
Nicole Xu

Aqui você encontrará todos os nossos artigos publicados no período do Advento de 2021. Use este material como devocional para esta estação.

Primeira semana: O Retorno de Cristo e o Reino Eterno

Segunda semana: Pecado e Redenção

Terceira semana: Sacrifício e Salvação

Quarta semana: Encarnação e Natividade

Epifania

Faça o download gratuito do “Evangelho do Advento”, um material exclusivo da Christianity Today.

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Pregando o ‘Pão Nosso de Cada Dia’ em uma Cultura de Excessos

A maioria dos ouvintes de Jesus vivia com dificuldade. E se nossos ouvintes viverem em abundância?

Christianity Today November 20, 2021
photo by carlosgaw | getty

Quando eu acompanhava meu pai em visitas pastorais, na minha infância, via a mesma imagem em muitas casas: um homem de barba branca orando com as mãos impostas sobre um pão, uma tigela e uma Bíblia bem grande. Uma legenda frequentemente acompanhava essa imagem: “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”. Esta petição do Pai Nosso é profundamente pastoral. Não no sentido que aprendemos no seminário, mas segundo uma compreensão mais antiga da palavra pastoral, que traz à mente cenas de ovelhas pastando perto de campos de trigo. Essa linha do Pai Nosso faz sentido para pessoas que cultivam e produzem seus próprios alimentos, mas não necessariamente para americanos que vivem nos subúrbios das cidades, a poucos passos de cinco supermercados.

Minha congregação suburbana ora o Pai Nosso todas as semanas. Historicamente, esta oração tem um pé na liturgia e outro no catecismo, já que é frequentemente usada como ponto de partida para o ensino (por exemplo, no Breve Catecismo de Lutero, no Catecismo de Heidelberg, nos dois Catecismos de Westminster, e no catecismo da nova Igreja Anglicana da América do Norte). Usar essa oração dentro de uma série de sermões é uma maneira inteligente de desvendar essas conhecidas palavras de Cristo e apontar o povo de Deus para o Pai nosso que está no céu. O Pai Nosso é uma prece que ora, ensina e prega.

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Em uma série de sermões pregados por um grupo de pastores sobre a Oração do Senhor (Mateus 6.9-13; Lucas 11.2-4), designei esta linha em particular para mim mesma, porque amo o tema bíblico que trata de alimento. Mas, uma vez que me vi na preparação do sermão, o desafio desta linha tornou-se evidente. Enquanto o restante da Oração do Pai Nosso facilmente capta necessidades sentidas pelas congregações, esta linha não capta, pelo menos não tão prontamente.

É fácil observar a necessidade de o nome de Deus ser santificado em uma sociedade que está se secularizando rapidamente. Queremos que o reino de Deus venha em sua plenitude, quando testemunhamos a violência e a dor do mundo. Buscamos que a vontade de Deus seja feita. Ansiamos por perdão e pela capacidade de perdoar. Desejamos ser livrados da tentação e do mal. Essas petições podem cativar a mente e o coração dos ouvintes por muitas vezes e em muitos lugares.

Mas, e “o pão nosso de cada dia dai-nos hoje”? Olhar para uma congregação bem vestida, na esquina da Fourth com a Garfield, é certamente algo muito diferente da visão que Jesus tinha de seus discípulos e das multidões, quando ele ensinou essas palavras pela primeira vez. Cerca de 90% dos ouvintes de Jesus viviam com dificuldade, enquanto a maioria da minha congregação tem despensas sofisticadas, abarrotadas de comida e são membros da rede Costco.

Hoje, quase 90% da população americana desfruta de segurança alimentar. Sim, existem desertos alimentares e muitos americanos que já passaram fome; para pastores que servem em igrejas situadas nesses contextos, a conexão com esta petição é evidente. Contudo, nas congregações em que esta petição aparentemente já foi respondida, como devemos pregar esta passagem?

Mais que espiritual

Uma abordagem histórica para pregar este texto consiste em enfatizar a natureza espiritual do pão. “Parte o pão da vida”, podemos cantar, abrindo as páginas da Bíblia para sermos alimentados. Também podemos conectá-la a Cristo, que disse “Tenho algo para comer que vocês não conhecem” (João 4.32), e também à identidade de Jesus, como o Pão da vida (João 6.35).

Dentro dos contextos de Mateus e Lucas, porém, nos quais o Pai Nosso está registrado, Jesus se preocupa de forma tangível com as necessidades físicas dos famintos. Ele alimenta 5 mil e 4 mil pessoas. Portanto, embora esta linha da oração possa ser corretamente espiritualizada — enfatizando a Cristo como nosso alimento espiritual diário — há também uma realidade terrena essencial para essa oração: Pai nosso que estás nos céus, cuida de minhas necessidades diárias! Esta mensagem de provisão física deve andar de mãos dadas com a ênfase nas necessidades espirituais, por causa de nossa realidade encarnada de seres humanos. Nosso Pai Celestial se preocupa com nossa alma e nosso corpo, e essa oração aponta para dois tipos de provisão.

Como um sermão não pode falar sobre tudo, quando preguei sobre essa passagem, decidi apontar para o tema do sustento físico. Fiz isso enfatizando palavras diferentes na petição: “dai-nos”, que aponta para a natureza participativa da provisão de Deus; “hoje”, que ressalta o cotidiano de nossas necessidades; e “pão”, que enfatiza a simplicidade do pedido em um mundo de excessos. Todas essas ênfases podem ajudar a levar uma congregação que experimenta excessos a começar a ver as próprias provisões através de uma nova lente: a de Deus.

Dai-nos: um convite à participação

Ao pregar sobre o Pai Nosso, podemos enfatizar sua natureza plural: a oração fala em nos e nosso, não em me e meu. Quando oramos assim, estamos orando com nossos irmãos e irmãs ao redor do mundo. Isso não é apenas para mim e minha família; é uma oração para a família de Deus. Então, oramos em conjunto com nossos irmãos e irmãs daquelas partes do mundo em que os luxos da vida suburbana são realidades distantes e inimagináveis. Essa petição pode nos levar a perguntar como estamos servindo como as mãos e os pés de Jesus, participando da obra de Deus ao fornecer alimento para os famintos, para atender a necessidades físicas dentro e fora da igreja.

Quando preguei sobre este texto, conectei-o a uma igreja com a qual temos parceria em Chopda, Índia, convidando a congregação a participar, como corpo de Cristo, ajudando a fornecer alimentos e remédios para as necessidades físicas de nossos irmãos e irmãs em todo o mundo. Depois de nossa congregação ter respondido generosamente a este apelo, recebemos reportagens em vídeo sobre como a Igreja da Aliança Hindustani experimentou uma multiplicação milagrosa de alimentos e kits médicos. Isso tem servido como um exemplo poderoso para nós do que significa orarmos pelo pão nosso de cada dia.

Talvez, ao pregarmos sobre esta oração, o Espírito envolverá nossos corações de compaixão por aqueles que oram quando sua despensa está vazia. Deus pode nos chamar para participar, fazendo parceria com ele para responder às orações de outras pessoas.

Hoje: um convite para voltarmos o foco para as necessidades

Na pregação, também podemos enfatizar a diferença entre necessidades e desejos. Confiamos em nosso Pai celestial para suprir todas as nossas necessidades diárias, não nossos desejos. Em um mundo que nos ensina a confundir desejos com necessidades, por causa do marketing, essa linha da oração pode nos trazer sabedoria para perceber a diferença.

Martinho Lutero resumiu esta petição em seu catecismo mais breve, afirmando:

O pão de cada dia é tudo o que pertence ao sustento e às necessidades do corpo, como alimento, bebida, roupa, sapatos, casa, lar, campo, gado, dinheiro, bens, um cônjuge piedoso, filhos piedosos, servos piedosos, piedosos e fiéis governantes, bom governo, bom tempo, paz, saúde, disciplina, honra, bons amigos, vizinhos fiéis e assim por diante.

Nesta lista há muitas coisas de que realmente precisamos e não podemos prover para nós mesmos. Ao orarmos “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”, estamos intercedendo pelas verdadeiras necessidades diárias, as nossas próprias e as de nossos próximos: ar puro, água, alimento, abrigo, sono, amor (relacionamentos) e propósito. E confiamos todas essas necessidades ao nosso bom Pai.

Pão: um convite à simplicidade

O pão é uma comida simples. É comida de todo dia. Em certo sentido, poderíamos tomar a palavra pão como qualquer alimento básico saudável do qual uma comunidade depende para se alimentar, como arroz ou milho. Todos nós precisamos de sustento diário, de comida não sofisticada, apenas comida.

Ao enfatizar o pão, esta oração nos aponta para a prática cristã da simplicidade. Precisamos ser lembrados disso em um mundo no qual podemos facilmente gastar menos de um minuto no celular para pedir hamburguer ou pizza que serão entregues imediatamente.

Quando dizemos “Venha a nós o teu reino”, estamos nos juntando à missão do Rei Jesus de proclamar o reino de Deus. Este é um reino de cabeça para baixo, pois nós — filhos e filhas do Senhor Altíssimo — pedimos o pão de cada dia, apenas. Não pedimos comidas extravagantes nem finas, mas simplesmente comida para sobreviver.

Pregar sobre simplicidade pode levar a aplicações claras para pessoas cujas despensas estão abarrotadas; entre essas aplicações está a prática de comer com simplicidade e reduzir ou evitar o desperdício de alimentos. Em Mateus 15.37, depois que Jesus alimentou os 4 mil, seus discípulos recolheram as sobras! Imagine o que eles fizeram com elas: distribuíram para aqueles cujas viagens para casa eram mais longas, deram para viúvas, comeram parte das sobras por vários dias. Nada foi desperdiçado.

Na pregação, podemos convidar os ouvintes a considerarem, por exemplo: Como podemos abraçar a simplicidade e administrar sabiamente os alimentos como uma dádiva de Deus?

Assim na terra como no céu

Quando preguei esta mensagem, assei pão pita para distribuir no final, convidando a congregação a comer e a reconhecer o pão como uma dádiva de Deus, lembrando dos 4 mil que comeram o alimento que Jesus providenciou em Mateus 15. Comer, quando ouvimos a pregação de uma passagem que fala sobre pão, ajuda a captar a atenção do nosso coração, mente e corpo, de modo que o ato de comer nos leva de volta ao nosso Deus, que diariamente nos dá todos os tipos de pão. Minha esperança é que, ao nos abrirmos para a liderança do Espírito, qualquer que seja o nosso contexto econômico, esta oração nos transforme e nos ajude a comer e a compartilhar de forma alinhada com o reino vindouro de Deus.

Joy-Elizabeth Lawrence é pastora associada de formação espiritual na Hinsdale Covenant Church. Ela estudou no Regent College (Master of Christian Studies) e no Calvin Theological Seminary (MDiv); vive com sua família nos subúrbios de Chicago.

Este artigo é parte da edição de outono da CT para pastores, intitulada “Giving Our All: How Pastors Can Cultivate and Model Generosity”. Você pode baixar um pdf grátis dessa edição aqui.

Traduzido por Mariana Albuquerque

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O Evangelho do Advento: uma introdução

Devocional de leituras diárias da Christianity Today.

Christianity Today November 17, 2021
Nicole Xu

“Estou lhes trazendo boas novas…” (Lucas 2:10). Com essas palavras, o anjo começou uma impressionante proclamação do evangelho: O Salvador, o Messias prometido, o Senhor havia nascido! Quando pensamos no evangelho — nas boas novas —corretamente pensamos na morte e na ressurreição de Jesus. Pensamos em nosso pecado, no sacrifício de Jesus, na salvação e na vida eterna que Cristo oferece. Nesse sentido, é natural pensar na Páscoa como o dia do “evangelho” — ela marca os eventos centrais que tornaram nossa redenção possível.

Neste material devocional, porém, convidamos você a pensar sobre o que o tempo do Advento pode nos ensinar sobre as boas novas. Muitos princípios fundamentais do evangelho reverberam de forma impactante nas leituras e nos temas tradicionais do Advento. No Advento, refletimos sobre o mistério da encarnação, sobre o propósito de Cristo como o tão esperado Messias, sobre nosso pecado e nossa necessidade de arrependimento, sobre as promessas divinas de salvação e justiça, e sobre nossa firme esperança no retorno de Cristo e em seu reino por toda a eternidade. Nós nos preparamos para celebrar o “rei recém-nascido” que “nasceu para que o ser humano não morra mais”, como declara a amada canção de Natal de Charles Wesley. Durante o Advento, também somos lembrados reiteradamente de que o evangelho não é apenas para nós, mas é uma mensagem de “grande alegria, […] para todo o povo” (Lc 2.10) — são as boas novas que devem ser compartilhadas.

Ao ler e refletir sobre a Palavra de Deus a cada dia, durante as quatro semanas do Advento, esperamos que você se envolva com as verdades fundamentais do evangelho novamente e que, assim como os pastores que encontraram o menino Jesus, você possa glorificar e louvar a Deus por todas as coisas que ouvirá e verá.

Kelli B. Trujillo, Editora de Projetos da Christianity Today.

10 países onde os cristãos perseguidos precisam de suas orações

Um recurso para o Dia Internacional de Oração pela Igreja Perseguida.

Dia Internacional de Oração pela Igreja Perseguida

Dia Internacional de Oração pela Igreja Perseguida

Christianity Today November 6, 2021
Mallory Rentsch / Christianity Today

“Abençoados são os perseguidos….” No entanto, eles precisam de nossas orações.

“A Bíblia nos diz que devemos orar por aqueles que são maltratados como se nós mesmos fôssemos maltratados (Heb. 13:3) e que se um membro do corpo sofre, todos nós sofremos (1 Cor. 12:26)”, disse a Aliança Evangélica Mundial (AEM).

Por mais de duas décadas, a AEM organizou o Dia Internacional de Oração pela Igreja Perseguida (IDOP, na sigla em inglês). Anualmente, o IDOP é celebrado no primeiro ou segundo domingo de novembro.

Este recurso foi desenvolvido pela AEM “para ajudá-lo a orar de maneira informada sobre nossos irmãos e irmãs em Cristo que sofrem perseguição por sua fé em diferentes partes do mundo”:

https://datawrapper.dwcdn.net/rTVGD

10 países em destaque

Índia:

Um dos países mais populosos do mundo, a Índia é o lar de mais de 65 milhões de cristãos. O nacionalismo hindu é o motor predominante da perseguição cristã no país. Em muitos estados, a conversão é uma ofensa punível. Além disso, aqueles que se convertem ao cristianismo enfrentam a pressão de suas famílias para se retraírem de sua fé. Os líderes cristãos e as igrejas têm continuado a enfrentar ataques violentos e intimidação por grupos extremistas hindus, que os veem como seguindo uma fé estrangeira. As mulheres cristãs Dalit, em particular, são extremamente vulneráveis à perseguição por causa de seu gênero e status de classe.

Nigéria:

Quase 50 por cento dos 200 milhões de habitantes da Nigéria são cristãos. O principal motor da perseguição no país é o extremismo islâmico. As comunidades cristãs enfrentam ataques violentos de grupos extremistas islâmicos como Boko Haram e os Fulani, particularmente na parte norte e na faixa média do país. De acordo com a Open Doors, mais cristãos são mortos na Nigéria do que em qualquer outro país. As meninas cristãs, em particular, enfrentam a ameaça de sequestro e casamento forçado.

Nepal:

Até 1990, o Nepal era o único Reino Hindu no mundo. O principal motor da perseguição no país é o extremismo hinduísta. Os cristãos convertidos do hinduísmo enfrentam a perseguição de suas famílias e de famílias estendidas. De acordo com a lei, a conversão é proibida no Nepal. Os líderes cristãos frequentemente enfrentam perseguição e detenção pelas autoridades por se engajarem no evangelismo. Além disso, as organizações e ministérios cristãos enfrentam desafios ao buscar reconhecimento legal e registro junto ao governo.

Somália:

A maioria da população da Somália, de 16 milhões de habitantes, é muçulmana. No entanto, o número exato de cristãos é desconhecido. Na Somália, a religião do Estado é o islamismo. Além disso, os cristãos enfrentam imensas dificuldades para revelar suas identidades em público. Os convertidos, por outro lado, enfrentam uma intensa pressão de suas famílias e famílias estendidas que os obrigam a se retrair de sua fé. Além disso, os cristãos também enfrentam ataques violentos de grupos extremistas, como o al-Shabaab.

Myanmar:

Myanmar é o lar de mais de quatro milhões de cristãos. O nacionalismo budista é o principal motor da perseguição no país. Em Estados em conflito com grandes populações cristãs, as igrejas enfrentam restrições e discriminação por parte das autoridades e ataques dos militares. Além disso, os cristãos convertidos enfrentam a oposição de suas famílias que os obrigam a se retrair de sua fé. Além disso, a lei regula a conversão religiosa e impõe um amplo processo de aprovação.

Afeganistão:

Os cristãos enfrentam uma intensa perseguição no Afeganistão. Por exemplo, a apostasia é um crime punível com a morte no país sob a lei islâmica. Os cristãos, portanto, não revelam sua fé em público. Além disso, não há espaço para qualquer forma de expressão cristã no país, já que grupos como o Talibã mantêm uma abordagem dura do islamismo.

Paquistão:

Cerca de quatro milhões dos 200 milhões de habitantes do Paquistão se identificam como cristãos. Mais de 95 por cento da população do país são muçulmanos. O extremismo islâmico é a fonte dominante de perseguição no país. Em particular, os convertidos do islamismo enfrentam uma ameaça muito alta de perseguição. As meninas cristãs também enfrentam o risco de sequestro e casamento forçado. Além disso, as leis de blasfêmia do Paquistão têm sido uma ferramenta de opressão nas mãos dos extremistas que a têm usado para atingir os cristãos. Além disso, as igrejas enfrentam a ameaça de ataques e os cristãos enfrentam a discriminação na sociedade, especialmente em relação ao emprego.

Argélia:

Menos de um por cento da população da Argélia se identifica como cristã. O principal motor da perseguição no país é o extremismo islâmico. Os convertidos do Islã enfrentam um risco maior de perseguição, especialmente por parte de suas famílias, das famílias estendidas e da comunidade. No passado, as autoridades estatais também fecharam à força muitas igrejas. Além disso, o sistema legal compreende leis que regulam o culto não-muçulmano e inclui estipulações legais que proíbem qualquer coisa que “abalaria a fé de um muçulmano” ou que poderia ser usada como um “meio de sedução com a intenção de converter um muçulmano a outra religião”.

Irã:

Há cerca de 800.000 cristãos no Irã. Isto representa menos de um por cento da população total. Os cristãos convertidos enfrentam um risco muito alto de perseguição por parte de suas famílias e comunidades. As autoridades também invadem regularmente igrejas subterrâneas e prendem os líderes das igrejas. Dezenas de líderes cristãos continuam presos por sua fé. O governo muitas vezes vê o cristianismo como uma ameaça ao domínio islâmico no país.

Eritreia:

Mais de 60 por cento da população da Eritreia se identifica como cristã. Entretanto, os cristãos evangélicos ou aqueles pertencentes a igrejas não tradicionais enfrentam duras perseguições por parte do Estado. Muitos dos cristãos presos no país são detidos sob condições desumanas. Além disso, os cristãos convertidos enfrentam assédio e intensa pressão de suas famílias para que se retratem de sua fé. Os líderes da igreja também reclamam que as autoridades monitoram fortemente suas atividades, invadem igrejas e apreendem material cristão.

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