Church Life

O Natal nos acena com maravilhamento

Como a encarnação do Natal pode mudar nossa perspectiva.

Christianity Today December 2, 2024

Leia Marcos 10.13-16

MEUS SOGROS MORAM em uma chácara de três acres, a oeste de Nova York. Um riacho, que passa nos fundos da casa deles, preserva as memórias da minha esposa e de seus irmãos brincando quando crianças. Suas risadas agora ecoam nas risadas dos nossos filhos. Fileiras de árvores perenes ladeiam a alameda de entrada da propriedade, abraçando os altos e baixos e as nuances da vida em família. Em uma noite de inverno, enquanto eu caminhava pela neve que se acumulara pela alameda e nos galhos, minha mente divagou para uma visão da “era vindoura”. Enquanto caíam ao meu redor milhares de flocos de neve, com sua forma incomparável de expressar a criatividade maravilhosa de Deus, fui mais uma vez apresentado ao maravilhamento.

A palavra francesa inspirer, de onde vem a palavra em inglês inspiration, pode ser traduzida como respirar. Na pausa entre uma respiração e outra, de vez em quando somos levados a um lugar de inspiração, no qual podemos observar o que antes estava oculto para nós; e nossos olhos vislumbram o inédito que um dia será revelado.

À medida que vemos as coisas pelos olhos das crianças, inspiração e maravilhamento ou admiração são as posturas originais da alma humana —, como Jesus disse: “Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o reino de Deus como uma criança não entrará nele” (Marcos 10.15, ESV). O poeta Dylan Thomas colocou desta forma: “Crianças maravilhadas observam as estrelas / Esse é o objetivo e é o fim.” Como adultos maduros e normatizados [pelas regras que nos cercam], muitas vezes nos pegamos negligenciando essa capacidade de nos maravilharmos com o cotidiano, e a mantemos como uma reação mais apropriada ao que é monumental e grandioso. Compartimentalizamos nossa vida cotidiana e podemos facilmente perder o senso de humilde disposição, que permite que as crianças interajam maravilhadas com o mundo à sua volta. Se não tomarmos cuidado, nossa arrogância, nosso pragmatismo e nossa autodependência podem nos despojar da essência que nos torna mais humanos, fazendo com que fechemos os olhos para as maravilhas que as crianças veem com tanta facilidade.

A história da encarnação de Deus nos convida a uma postura inocente de admiração semelhante à das crianças. Cercado por pressupostos de um nascimento real, Cristo nasce em circunstâncias banais, nada impressionantes. Do mesmo modo que aqueles que esperavam o Messias, naquela época, nossos olhos contemporâneos teriam ignorado Belém e se voltado para Jerusalém. Teríamos ignorado os pastores na colina, da mesma maneira que ignoramos os mendigos nas ruas, procurando, em vez disso, a esperada grandeza da glória. Mas quando chegamos à cena do bebê deitado na manjedoura, encontramos a síntese do maravilhamento. Direcionando nosso olhar de volta para o que é humilde e maravilhoso, Deus vai ao encontro da humanidade da maneira mais mundana. A Encarnação nos lembra que, ao fazermos uma pausa, nossa capacidade de ficarmos maravilhados não se baseia mais na grandiosidade; antes, está acessível no trivial.

Ao nos reunirmos com nossos entes queridos e entrarmos na temporada das luzes, das árvores de Natal e dos presépios, é bom olharmos para o elementar; ficarmos maravilhados com a família reunida, nos deliciarmos com o sabor das comidas típicas da época, rirmos ao som das crianças brincando e abrirmos a porta para uma fé inocente como a das crianças, que só o maravilhamento pode abrir. Não só encontraremos Cristo lá, mas o encontraremos nos fazendo um convite para compartilharmos da maneira como ele vê o mundo que criou.

Isaac Gay é artista, líder de louvor e escritor nas áreas de criatividade, espiritualidade e pensamento contemporâneo.

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