Leia Apocalipse 21.1-6 e 21.22—22.5
Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus”. (Apocalipse 21.3)
Imagine um menino sendo intimidado por outros no playground. As crianças o cercam, provocam-no, empurram-no para que caia no chão. Ele está lutando contra as lágrimas, mas isso é tudo o que ele pode fazer; não há como parar com o terror e o tormento.
Então, praticamente do nada, um carro para. É o pai do menino. “Entre no carro, filho”, grita o pai. Rolando para fora do alcance das outras crianças, o menino fica de pé e cambaleia até o carro. Eles aceleram. Quando o menino olha rapidamente pela janela, ele tem certeza de que os valentões estão rindo dele. O garoto está seguro, mas não há como encarar isso como uma vitória. Fuga não é vitória.
O final do livro de Apocalipse — o final da própria Bíblia — não nos mostra a imagem da nossa evacuação ou fuga, mas da chegada de Deus. Jesus venceu o pecado e a morte na cruz. No evangelho de João, Jesus disse da cruz: “Está consumado!” (19.30). Aqui, no Apocalipse de João, aquele que está assentado no trono diz: “Está feito!” (16.17). A primeira declaração foi um anúncio de conclusão; a segunda é uma proclamação de coisas que vão acontecer. A vitória de Jesus na cruz se manifestou em sua ressurreição, mas chegará em plenitude na sua volta. Sabemos que o tempo do Advento é um tempo de espera entre duas chegadas. Mas, a verdade é que também é uma espera entre duas vitórias. Jesus, o Poderoso, venceu, e Jesus, o Poderoso, está voltando.
E, quando vem, ele vem habitar. A visão do fim que o Apocalipse fornece é a de Deus fazendo novos céus e nova terra, unindo o novo céu e a nova terra como um só, e preenchendo-os com sua presença e sua luz. Esta é uma vitória que vem com uma ocupação — só que, neste caso, a ocupação é uma boa notícia, a melhor que o mundo poderia receber! O Criador redimiu sua criação e veio para preenchê-la com sua glória. A história que começou em Gênesis foi aperfeiçoada e completada.
Voltemos à cena do playground. Imagine com criatividade um cenário totalmente diferente: em vez de o pai gritar para o filho entrar [no carro] para que eles possam ir embora, o pai estaciona o carro, sai e caminha lentamente. A autoridade de sua presença afasta os valentões. Ele abraça o filho. E chama outras crianças que estão escondidas, que estão sofrendo, para que saiam para a luz. Ele decide ficar por ali e refazer o playground inteiramente, agora com brinquedos melhores e deleites mais brilhantes. Comida e bebida chegam. Depois vem música. E sorvete. Risos são abundantes. De alguma forma, um lugar de dor transformou-se em lugar de alegria.
Glenn Packiam é o pastor principal da Rockharbor Church, em Costa Mesa, Califórnia. É autor de The Resilient Pastor e coautor de The Intentional Year.
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