Vi o céu aberto e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça. (Apocalipse 19.11)
A estudante de pós-graduação que conversava comigo estava cheia de perguntas feitas por seus amigos agnósticos sobre o inferno e o juízo de Deus. Ela achava difícil conciliar o Deus de amor e a mensagem de perdão com as visões do tormento ardente. Enquanto conversávamos, expliquei que existem muitas visões cristãs ortodoxas de como será o juízo final, mas a principal coisa que os cristãos devem fazer é confiar em Jesus como Juiz. Ela ficou visivelmente aliviada.
Seja qual for o motivo — podemos culpar Dante ou a religião popular ou a superstição medieval —, muitas vezes imaginamos que o juízo de Deus é impessoal e frio, como uma execução em massa ou uma bomba detonada à distância. Mas o livro de Apocalipse deliberadamente nos mostra que Jesus está envolvido no julgamento das nações. Penso que há duas razões para isso.
Primeira, justiça e juízo são os dois lados da mesma moeda. Para decretar a justiça, deve-se executar o julgamento. Se queremos que Jesus, o Deus Poderoso, conserte o mundo, ele deve lidar junto com a injustiça e o mal. Nesse versículo a justiça e o juízo de Jesus são descritos de uma forma vívida, que teria impressionado as mentes do primeiro século: na figura de um guerreiro a cavalo empunhando uma espada. Mas devemos tomar cuidado com nossas suposições aqui.
O que nos leva à segunda razão pela qual Jesus é mostrado como aquele que traz a justiça e o juízo: O Jesus que está voltando é o mesmo Jesus que já veio. Não há mudança de identidade entre os adventos. “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 13.8); essa convicção nos ajuda a considerar como Jesus decreta a justiça e executa o juízo. Na cruz, Jesus morreu em solidariedade com o pecador e o sofredor. Ele suportou o peso do juízo de Deus sobre o mal.
Se perguntássemos como Jesus responde à injustiça e ao mal, a resposta é que ele sangra. O juízo recaiu sobre ele para que a justiça — a correção dos erros — pudesse vir para todos. Quando vemos Jesus vindo como um guerreiro cuja túnica está manchada de sangue, esse sangue pode muito bem ser o dele mesmo. Afinal, este é um rei como nenhum outro. Jesus encarna força e poder de uma forma que nunca vimos antes.
No entanto, essa passagem não nos deixa sem um alerta. Há aqueles que resistem a esse rei, que insistem em seu próprio caminho, seu próprio governo, seu próprio império. Para estes, a vida encontrará seu fim. As imagens horrendas daqueles que serão devorados retratam a erosão da vida.
O Rei dos reis traz vida com a sua morte. Mas, se você resistir à vida dele e insistir em proteger a sua, em vez de vida você terá morte.
Juízo e justiça andam juntos. E aquele que realizará ambos é Fiel e Verdadeiro. Confiaremos nele para decretar a justiça e executar o juízo?
Glenn Packiam é o pastor principal da Rockharbor Church, em Costa Mesa, Califórnia. É autor de The Resilient Pastor e coautor de The Intentional Year.
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