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O que é antissemitismo? Evangélicos defendem definições diferentes

A Aliança Evangélica Europeia é o mais recente grupo cristão a aderir à definição proposta pela Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). Outros grupos são a favor da definição da Declaração de Jerusalém.

Líderes da Aliança Evangélica Mundial depositam uma coroa de flores em memória ao Holocausto

Líderes da Aliança Evangélica Mundial depositam uma coroa de flores em memória ao Holocausto

Christianity Today June 10, 2022
Yoni Reif / Courtesy of WEA

Em uma cerimônia solene agora em maio, no Centro Mundial de Memória do Holocausto, na cidade de Jerusalém, a Aliança Evangélica Europeia (EEA) depositou uma coroa de flores em memória ao Holocausto.

Foi também uma promessa.

“Com reverência e profunda vergonha”, escreveu a Aliança no louro do Yad Vashem, “mas com a promessa de solidariedade futura”.

Juntamente com parceiros de diálogo da Comissão Judaica Internacional para Consultas Inter-religiosas (IJCIC), a EEA alertou que o antissemitismo está aumentando em todo o mundo. Dando um passo concreto em oposição a isso, em 26 de abril, a EEA anunciou a adesão da definição proposta pela Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) para a questão.

Com 37 países membros — entre eles Estados Unidos, Alemanha e Polônia — a IHRA vem construindo uma coalizão em torno da seguinte descrição :

O antissemitismo é uma certa percepção dos judeus que pode ser expressa como ódio aos judeus. Manifestações retóricas e físicas de antissemitismo são direcionadas a indivíduos judeus ou não judeus e/ou a seus bens, e a instituições e instalações religiosas da comunidade judaica.

A EEA foi acompanhada, em Jerusalém, por Thomas Schirrmacher, secretário-geral da Aliança Evangélica Mundial (WEA), bem como por Goodwill Shana, presidente de seu conselho internacional. Embora os dois líderes também tenham depositado uma coroa de flores, a organização global não subscreveu à definição da IHRA como sua afiliada europeia.

A grande maioria dos evangélicos compartilha do objetivo de combater o antissemitismo. Mas nem todos concordam com o uso da definição da IHRA.

“Embora seu objetivo específico seja fornecer um guia para ajudar a identificar declarações ou ações antissemitas”, disse Salim Munayer, coordenador regional da Rede de Paz e Reconciliação da WEA para o Oriente Médio e Norte da África, “ela foi implantada para reprimir as discussões sobre se o Estado de Israel deve ser definido em termos etnorreligiosos e deslegitimar a luta contra a opressão aos palestinos”.

A definição foi publicada pela primeira vez em 2005, com o intuito de avaliar e medir o crescimento do antissemitismo na Europa. Foi adotada oficialmente pela IHRA em 2016. A polêmica não está na forma como foi redigida, mas nos 11 exemplos dados que ilustram o crime.

Alguns são claramente incontroversos, como incitar o assassinato de judeus, negar a extensão do Holocausto ou perpetuar teorias da conspiração sobre a dominação do mundo pelos judeus.

Dos 11 exemplos, porém, sete dizem respeito ao Estado de Israel.

Alguns desses sete exemplos de antissemitismo também são incontroversos, como responsabilizar os judeus coletivamente por políticas governamentais ou acusar os judeus de serem mais leais a Israel do que às suas nações de cidadania.

Mas Munayer destaca dois exemplos que considera problemáticos:

  • Negar ao povo judeu seu direito à autodeterminação, por exemplo, alegando que a existência de um Estado de Israel é um empreendimento racista.
  • Aplicar padrões duplos, exigindo deles [Israel] um comportamento não esperado nem exigido de qualquer outra nação democrática.

Israel merece críticas nesses dois pontos, disse Munayer. Em 2018, seu parlamento ratificou uma Lei Básica de nível constitucional que declara “Israel como o Estado-Nação do Povo Judeu”, apesar de 20% de sua população ser árabe.

E no ano passado, grupos proeminentes de direitos humanos, incluindo o B’Tselem, grupo liderado por judeus e baseado em Jerusalém, rotularam Israel de “Estado de apartheid” por seu tratamento desigual de judeus e palestinos em seus territórios soberanos e ocupados.

“A implicação da definição (da IHRA) é que a resistência palestina não é motivada por um desejo de justiça e equidade”, disse Munayer, “mas por algum ódio irracional aos judeus”.

A IHRA reconhece a legitimidade da crítica a Israel, afirmando claramente que, se tal crítica for “semelhante àquela dirigida contra qualquer outro país”, ela “não pode ser considerada antissemita”.

Mas, embora a IHRA afirme que sua definição não é juridicamente vinculante, esta teve um “efeito inibidor” sobre a liberdade de expressão, disse Kenneth Stern, que já atuou como especialista em antissemitismo do Comitê Judaico Americano (AJC) e teve um papel fundamental na redação do texto original. Grupos pró-Israel usaram-na para “caçar discursos políticos com os quais discordam” e para abrir processos legais contra supostos casos de antissemitismo em campi universitários.

O Conselho Mundial de Igrejas (WCC), embora condene consistentemente o antissemitismo, pois também interage com a Comissão Judaica Internacional para Consultas Inter-religiosas (IJCIC), rejeitou a definição da IHRA por motivos semelhantes, em 2018.

Os comentários de Stern se seguiram um ano depois, quando uma ordem executiva de 2019, do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, incorporou a definição da IHRA na legislação civil dos EUA. O ex-secretário de Estado Mike Pompeo declarou, na ocasião, que o movimento “Boicote, Desinvestimento e Sanções” (BDS) contra Israel era antissemita e anunciou planos para rotular de forma semelhante a Anistia Internacional e a Human Rights Watch.

O governo do atual presidente dos EUA, Joe Biden, “abraça com entusiasmo” a definição, afirmou o atual secretário de Estado, Antony Blinken, no ano passado.

O antissemitismo está aumentando nos EUA, de acordo com a Liga Antidifamação (ADL). Os 2.717 incidentes registrados em 2021 — que vão de insultos a terrorismo — foram a contagem mais alta desde que o rastreamento começou, em 1979, e representam um aumento de 34% em relação ao ano anterior. A estatística incluiu 88 agressões, número superior às 33 registradas em 2020.

O surto de violência do ano passado entre Israel e Gaza produziu um pico de aumento reativo nos incidentes, diz o relatório, mas a polarização política geral é a principal causa do aumento.

Munayer reconhece esse ponto como uma ameaça real. Mas ele recomenda, ao contrário, a adoção da Declaração de Jerusalém sobre Antissemitismo (JDA), desenvolvida em resposta à controvérsia da IHRA por estudiosos das áreas de história do Holocausto, estudos judaicos e estudos do Oriente Médio. Essa declaração tem hoje mais de 350 signatários.

Sua definição de 11 palavras é mais concisa, ainda que não seja radicalmente diferente:

Antissemitismo é discriminação, preconceito, hostilidade ou violência contra judeus por serem judeus (ou contra instituições judaicas por serem judaicas).

Assim como a definição da IHRA, ela fornece exemplos de violações antissemitas. Mas a JDA também descreve o que não se qualifica como violações antissemitas.

A Terra Santa também é o foco, e tema de 10 dos 15 exemplos da declaração. Qualquer tentativa de negar o direito dos judeus de florescerem como judeus no Estado de Israel, sob o princípio da igualdade, é claramente condenada.

Mas “à primeira vista”, afirma a JDA, não é antissemita apoiar o movimento “Boicote, Desinvestimento e Sanções” (BDS), apontar a discriminação racial sistêmica ou mesmo se opor ao sionismo como uma forma de nacionalismo. O princípio da autodeterminação judaica é honrado, mas o reconhecimento como Estado para os palestinos pode assumir muitas formas — seja a de um Estado, seja a de dois Estados ou outras soluções constitucionais.

Em questão, dizem os defensores da definição da IHRA, está o atual Estado israelense.

“A JDA é vaga onde a precisão é necessária”, disse Gerald McDermott, autor de Israel Matters e editor do The New Christian Zionism. “Quando se pretende negar a legitimidade de Israel, isso permite um antissemitismo genuíno.”

Ele tem como alvo em particular o movimento BDS, que afirma que Israel foi formado através do colonialismo por deslocamento de colonizadores e é hoje um estado de apartheid. Munayer chama isso de a “dura realidade” da população nativa; McDermott diz que isso cruza a linha do antissemitismo, especialmente quando se leva em conta as opiniões do fundador do BDS, Omar Barghouti, a liberdade que os cidadãos palestinos têm em Israel, se comparada à liberdade em seus próprios territórios, e as ofertas que Israel fez da maior parte das terras da Cisjordânia para um estado palestino.

Robert Nicholson, presidente do Philos Project, concorda com McDermott.

“Fazer amizade com judeus e, ao mesmo tempo, negar seu apego de longa data a Jerusalém”, disse ele, “é como desejar aos irlandeses um feliz Dia de São Patrício e negar-lhes a autodeterminação na Ilha Esmeralda”.

Mas algo ainda mais sinistro está em jogo, disse Tomas Sandell, diretor fundador da Coalizão Europeia para Israel (ECI). O “novo antissemitismo” aparece disfarçado de linguagem de direitos humanos.

“No período medieval, os judeus eram a religião errada; durante o Iluminismo, eles eram a raça errada”, disse ele. “Hoje, isso é aplicado à sua existência em um tipo errado de Estado-nação.”

O histórico de muitos que dizem se opor ao sionismo sugere que eles não gostam que a IHRA coloque suas visões antissemitas sob escrutínio, disse Sandell. O ódio dos neonazistas de direita aos judeus é óbvio. Mas o ódio de esquerda também está em ascensão. Ele afirma que a JDA está brincando com as palavras, algo semelhante a analisar quão perto da beira de um penhasco alguém pode dirigir sem cair.

Na pesquisa de 2020 do AJC, 75% dos judeus identificaram uma “séria ameaça” vinda da extrema direita. Um número bem menor, mas ainda significativo, de 32% também viu ameaças vindas da extrema esquerda.

Sandell, membro da Igreja Evangélica Livre da Finlândia, criou a ECI em 2003 com o intuito de reunir os cristãos contra o antissemitismo na União Europeia e de apoiar o Estado de Israel. Ao contrário dos EUA, disse ele, há muito pouco a se ganhar com isso em Bruxelas.

Mas, no ano passado, a coalizão lançou uma campanha para que igrejas individuais adotassem a definição da IHRA, o que atraiu o apoio de Lord Carey, ex-arcebispo de Canterbury; do vigário de Londres, Nicky Gumbel, pioneiro no curso Alpha; e do proeminente autor Os Guinness.

Em janeiro passado, a ECI fez parceria com a Igreja Evangélica Protestante da Alemanha para condenar o antissemitismo no mesmo local onde Hitler, 80 anos antes, planejou a implementação de sua Solução Final para a Questão Judaica.

O atual arcebispo de Canterbury, Justin Welby, enviou uma mensagem gravada, e Schirrmacher da WEA e Arto Hämäläinen, presidente da Comissão de Missões Mundiais da Pentecostal World Fellowship (PWF), compareceram em apoio.

Este último creditou a Sandell o incentivo para a adoção da definição da IHRA pela PWF, em outubro passado. A Irmandade das Assembleias Mundiais de Deus fez o mesmo em fevereiro. O ímpeto continuou em março, quando Johnnie Moore, executivo de relações públicas e fundador do Congresso de Líderes Cristãos que representou os EUA na reunião da ECI em Berlim, ajudou a liderar a adoção da definição pelo conselho da NRB (National Religious Broadcasters).

“Vamos garantir que haja uma barreira de proteção evangélica em torno da comunidade judaica”, disse Moore aos participantes da convenção da NRB, durante seu café da manhã anual em homenagem a Israel, “que eles tenham que passar por nós primeiro”.

Nem todos os evangélicos estão confortáveis com isso, no entanto.

“A definição da IHRA começou como um esforço louvável e compartilho de seus valores”, disse Gary Burge, professor de Novo Testamento no Calvin Theological Seminary e autor de Whose Land? Whose Promise? What Christians Are Not Being Told About Israel and the Palestinians. “Mas agora [essa definição] pode estar servindo a interesses políticos, silenciando o livre discurso sensato e protegido em todo o mundo.”

Ele destacou a objeção semelhante por parte da organização Vozes Judaicas pela Paz.

Isso é uma questão pessoal para Marwan Aboul-Zelof. O pastor libanês-palestino da City Bible Church, em Beirute, tem um tio em Belém e uma tia em Gaza. Outros parentes permanecem em uma aldeia cristã perto de Haifa, seu lar ancestral. Hoje um plantador de igrejas com a rede City to City de Tim Keller, o cidadão dos EUA tem um “amor verdadeiro e genuíno pelos povos judeu e israelense”.

Mas ele concorda com a avaliação dos direitos humanos sobre o apartheid, rotulando a versão do sionismo que atualmente arranca os palestinos de suas casas como “racista”. Manifestando preferência pela definição da JDA, ele reconhece que o uso dessa palavra [racista] pode rotulá-lo erroneamente como antissemita, segundo a definição da IHRA.

Como outros, sua principal preocupação é a liberdade de expressão. Embora todas as pessoas tenham direito à proteção contra a incitação ao ódio, outras estruturas internacionais, como o Plano de Ação Rabat da ONU, equilibram as liberdades de forma mais eficaz.

No entanto, enquanto os judeus podem retornar a Israel, sua família não pode.

“Deveria haver um direito de retorno para ambos os povos semitas”, disse Aboul-Zelof. “A definição da IHRA eleva o direito de autodeterminação de um povo em detrimento do outro.”

Israel chama isso de Aliyah, e é algo profundamente pessoal para os judeus.

Mas, ao contrário de seus compatriotas, os judeus messiânicos não se preocupam muito com as definições, disse Mitch Glaser, presidente do Chosen People Ministries. “Bolsões” de sua comunidade prefeririam a definição da JDA, disse ele, mas a maioria interpreta quase qualquer crítica a Israel como antissemita e, portanto, prefere a definição da IHRA.

O foco da comunidade é a teologia, disse Monique Brumbach, secretária geral da União das Congregações Judaicas Messiânicas. Combatendo as formas “insidiosas” de supercessionismo, que substituem Israel pela igreja, os crentes messiânicos trabalham com crentes gentios para se engajar na dolorosa tarefa de arrependimento e reforma.

“Nós não brigamos sobre o que é antissemitismo”, disse ela. “Não estamos profundamente divididos [por causa disso].”

Mas os judeus americanos podem estar, e bem mais.

Enquanto 51 das 53 organizações que são membros da Conferência dos Presidentes das Principais Organizações Judaicas adotaram a definição da IHRA, os 10 membros da Progressive Israel Network se opuseram à sua codificação em lei.

A Union for Reform Judaism — a maior denominação judaica dos Estados Unidos — tentou encontrar um meio-termo.

“Nós endossamos fortemente a definição da IHRA”, afirmou essa denominação, ao mesmo tempo em que discordava de alguns dos exemplos. “Também nos comprometemos a nos opor a qualquer esforço para usar a definição para silenciar, marginalizar ou afastar aqueles que procuram contribuir positivamente para o diálogo público — mesmo que defendam pontos de vista dos quais discordamos fortemente”.

Mark Silk, professor de religião na vida pública no Trinity College e editor colaborador do Religion News Service, pode ser um exemplo emblemático. Apesar de sua preocupação de que a definição da IHRA pudesse ser mal utilizada para rotular críticas legítimas a Israel como antissemitas, ele, no entanto, votou a favor dela como membro do conselho de relações comunitárias da Federação Judaica da Grande Hartford.

O benefício da reflexão superava o potencial de abuso, ele decidiu.

Chamando os esforços da IHRA e da JDA de “uma maneira totalmente judaica de fazer as coisas”, o processo de proposta, discussão e consenso é, em princípio, uma coisa boa — se bem usado.

Mas há uma “grande pressão” para se adotar tanto a definição quanto os exemplos, disse ele, citando a Associação Sionista da América, a AJC, a ADL e o Simon Wiesenthal Center.

“Alguns grupos”, disse Silk, “podem usá-la como um martelo”.

Os evangélicos a usarão assim?

Para muitos, a adoção da definição da IHRA representa uma admissão de erros do passado. Na convenção da NRB, Moore, que coopera estreitamente com o Wiesenthal Center, lembrou aos participantes a “cumplicidade da igreja” e da “Europa cristã” em relação às atrocidades do Holocausto. A Aliança Evangélica Europeia afirmou o mesmo, exaltando a definição como um guia prático para eliminar o ódio contra todos os povos.

E, ao se opor ao movimento BDS, Sandell também invocou a história.

“Quando se pedem boicotes a produtos judaicos”, disse ele, “isso traz de volta lembranças muito ruins na Europa”.

Munayer anseia pela reconciliação, e para isso criou o ministério Musalaha, com sede em Jerusalém, em 1990, a fim de reunir muçulmanos, judeus e cristãos (com ênfase nos evangélicos palestinos e crentes messiânicos). Ele reconhece o direito judaico de autodeterminação e, como seguidor de Jesus, rejeita formas violentas de resistência.

Mas, como Silk, ele acredita que há pressão tanto de judeus quanto de cristãos sionistas para adotar a definição da IHRA, o que acabará prejudicando a causa da paz.

“Isso impede uma discussão real sobre a história e a situação atual da terra”, disse Munayer. “A verdade é uma parte integrante da reconciliação, mas essa arma praticamente legal impede a possibilidade de diálogo.”

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres , elogiou a definição da IHRA como “uma base para a aplicação da lei”. Os redatores da JDA, em contraste, disseram que esse esforço não deveria ser codificado em lei — seja no que concerne à criminalização do discurso de ódio ou à supressão do debate público.

Os redatores da JDA dizem que a declaração que redigiram pode, no entanto, servir como um texto interpretativo para aqueles que já adotaram a definição da IHRA, mas buscam um “corretivo” para suas “deficiências” em identificar quando o discurso político sobre Israel ou o sionismo deve permanecer protegido.

Há também uma terceira definição, que foi proposta recentemente por uma força-tarefa convocada por acadêmicos de jornalismo da USC Annenberg, na Califórnia. Sandell os vê como alguém que apenas está turvando as águas. E embora ele também tenha interagido com o WCC para persuadir o conselho a reconsiderar sua rejeição da definição da IHRA, ele não vê nenhuma “pressão” coordenada para adotá-la.

Em vez disso, ele disse que isso é um zeitgeist, palavra alemã usada para falar do espírito predominante da época. O ímpeto está crescendo, os judeus estão mais uma vez sob ameaça e os líderes cristãos estão despertando para a realidade, disse Sandell. “Entre na onda.”

De volta ao Yad Vashem, os líderes recordaram o Holocausto não apenas como história, mas como um lembrete vivo da responsabilidade humana de uns pelos outros. A cerimônia contou com a leitura do Salmo 23 pelos líderes do EEA e do IJCIC, bem como o canto em várias línguas de “By Gentle Powers”, arranjo feito por um compositor alemão com o último poema de Dietrich Bonhoeffer. Eis uma estrofe:

E embora tu nos ofereças cálice tão pesado
Tão doloroso, que é o mais que podemos suportar
Sem vacilar, gratos, vamos aceitá-lo
E tomá-lo como uma dádiva da tua bondosa mão.

Reportagem adicional de Jeremy Weber

Traduzido por Mariana Albuquerque

Editado por Marisa Lopes

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